quinta-feira, 15 de setembro de 2022

A minha primeira memória de… um jogo entre Sp. Braga e equipas alemãs

Oliver Kahn e Roland Linz protagonizaram momento quente na Pedreira
Ainda não acompanhava futebol quando o Sp. Braga defrontou o Schalke 04 nos oitavos de final da Taça UEFA em 1997-98, naquele que foi o primeiro duelo entre os bracarenses e equipas alemãs, mas recordo-me do segundo, que opôs os arsenalistas e o Bayern Munique.
 
Hoje em dia há a ideia de que os bávaros têm dominado o futebol germânico, apenas com exceções pontuais, mas a verdade é que o Bayern só venceu pela primeira vez um tetracampeonato em 2016, tendo enfrentado uma feroz concorrência na luta pelo título nos primeiros doze anos do século XXI, período no qual Borussia Dortmund (2001-02, 2010-11 e 2011-12), Werder Bremen (2003-04), Estugarda (2006-07) e Wolfsburgo (2008-09) venceram a Bundesliga.
 
Em 2006-07, na época em que o Estugarda foi campeão, o Bayern concluiu o campeonato em quarto lugar, a sua pior classificação desde 1994-95, o que lhe valeu a ausência da Liga dos Campeões e a presença na Taça UEFA. Nessa participação na segunda prova europeia, os bávaros começaram por eliminar o Belenenses (1-0 em Munique e 2-0 no Restelo), tendo apanhado o Sp. Braga na fase de grupos, que era composta por cinco equipas em cada grupo, com cada formação a defrontar-se apenas uma vez.
 
No plantel do colosso germânico estavam nomes como Oliver Kahn, Lúcio, Martín Demichelis, Daniel Van Buyten, Philipp Lahm, Willy Sagnol, Zé Roberto, Mark van Bommel, Franck Ribéry, Luca Toni e Miroslav Klose, assim com um jovem médio de 17 anos a iniciar-se na equipa principal chamado Toni Kroos. O treinador era Ottmar Hitzfeld.
 
No entanto, os minhotos, orientados por Manuel Machado e com jogadores como Paulo Santos, Frechaut, Rodríguez, João Pereira, Jorginho, Wender, Roland Linz e um João Vieira Pinto em final de carreira, ofereceram resistência e arrancaram um empate a um golo da Pedreira, a 29 de novembro de 2007.
 
Os alemães até foram os primeiros a marcar, por intermédio de Klose, após cruzamento rasteiro de Luca Toni, aos 47 minutos. Contudo, os bracarenses responderam aos 66’, por Linz, que bateu Kahn após fugir a Lúcio e Demichelis.
 
“Como se já não bastasse ser austríaco, ter feito a formação no rival 1860 Munique e jogar no Sp. Braga, o avançado Linz esmerou-se ontem não só em torrar a paciência à defesa do Bayern, como também em fazer o golo que conferiu justiça ao resultado final, numa noite em que os minhotos souberam sofrer e mostraram ter almofada para continuar nas competições europeias. Não obstante a satisfação final pelo ponto conquistado ao colosso alemão, foi com o credo na boca que a equipa portuguesa começou o jogo, acusando ansiedade e falta de reação para as transições e mudanças de velocidade dos alemães quando em posse de bola. O perigo rondava, e de que maneira, a baliza minhota, muito por culpa do desacerto das marcações na zona intermédia, corrigidas com o andar do tempo, anulando a metamorfose tática dos alemães, que passavam, à velocidade da luz, do 4x4x2 para um 4x2x4 pujante. Foi então possível ver o melhor Sp. Braga do jogo, mandão e seguro nas suas ações – e que até marcou um golo mal anulado –, empurrando os alemães para o seu meio-campo, num ensaio em que apenas destoava a marcação a Ribéry, um rato em campo, sempre em movimento. O intervalo chegou com um nulo no marcador e com Linz e Kahn envolvidos num sururu, uma ação que pareceu toldar a concentração dos minhotos no reatamento, já que, numa desatenção incrível, permitiram a Klose liberdade para marcar. Do banco saltaram João Pinto e Jaílson, e passou a haver mais gente na frente, o que provocou uma reação segura e personalizada dos minhotos. Que, por intermédio de Linz, chegaram a um empate merecido”, resumiu o jornal O Jogo.
 
 
 
Bayern e Sp. Braga foram precisamente os dois primeiros classificados desse grupo, que também incluía Bolton, Aris e Estrela Vermelha de Belgrado.
 
Na fase seguinte, os 16 avos de final, os minhotos apanharam pela frente mais uma equipa alemã, o Werder Bremen, tendo saído derrotados tanto na Alemanha (0-3) como na Pedreira (0-1).
 




 





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