sexta-feira, 16 de agosto de 2019

A minha primeira memória de… um jogo entre FC Porto e Vitória FC

Marco Tábuas, Postiga e Bruno Ribeiro num lance na área sadina
Comecei a acompanhar futebol em meados de 2000, já não a tempo de assistir a um jogo entre FC Porto e Vitória de Setúbal em 1999-00. Porém, também não tenho qualquer memória dos confrontos entre ambas as equipas em 2001-02 e 2002-03. Já vi e revi os resumos, mas não me recordo de nada. Assim sendo, a minha primeira memória de um duelo entre dragões e sadinos remonta a 29 de novembro de 2004, numa partida a contar para a 12.ª jornada do campeonato de 2004-04, uma temporada que deverá motivar saudades em cada vitoriano.


À entrada para essa ronda, o FC Porto de Victor Fernández era líder com os mesmos 22 pontos do que o Benfica de Giovanni Trapattoni. Mas logo a seguir vinha o Vitória de José Couceiro – e o Boavista de Jaime Pacheco -, com 20. No primeiro jogo da jornada, na sexta-feira, os axadrezados receberam e venceram o Beira-Mar por 3-0, ascendendo provisoriamente à liderança. No domingo, o Benfica sai derrotado de Leiria e perde terreno. Na segunda-feira, o primeiro lugar estava em jogo no Bonfim num encontro muito interessante de se seguir: se os dragões vencessem, isolavam-se no comando; se os sadinos triunfassem, tornar-se-iam líderes à passagem do primeiro terço do campeonato.


Mesmo privado de unidades importantes como Vítor Baía, Derlei e McCarthy, os portistas, então campeões nacionais e europeus em título, inauguraram o marcador aos 24 minutos, através de um cabeceamento certeiro de Jorge Costa na resposta a um canto executado no lado esquerdo pelo brasileiro Diego. Lembrava-me bem do golo, apontado na baliza sul do Bonfim.

O mesmo Jorge Costa foi expulso ainda antes do intervalo por acumulação de amarelos, algo de que já não me recordava bem. Ainda assim, de nada valeu aos setubalenses uma parte inteira a jogar contra dez. O resultado terminou 0-1 e o Vitória não conseguiu quebrar um jejum que ainda hoje se mantém: desde 1989 que não vence o FC Porto, sendo que o último triunfo em Setúbal remonta a 1983.

“Dragão sem chama lidera. FC Porto manteve tradição de 22 anos e venceu em Setúbal, liderando isolado. Sem arte, nem engenho. O Vitória de Setúbal dispôs de uma excelente oportunidade para regressar à liderança da Superliga, mas o FC Porto puxou dos galões de campeão e mesmo a jogar com dez, segurou um golo de vantagem durante mais de 45 minutos, garantindo três pontos que o recolocaram isolado no topo da classificação”, escreveu o Diário de Notícias no dia seguinte.


Apesar da derrota, José Couceiro conquistou a admiração de Pinto da Costa e, soube-se depois, o presidente portista ofereceu uma gravata ao então treinador do Vitória. A revelação foi feita cerca de dois meses depois, 1 de fevereiro do ano seguinte, quando Couceiro foi apresentado como técnico do FC Porto. “Curiosamente, ele hoje enverga uma gravata que lhe ofereci aquando do último Vitória de Setúbal-FC Porto. Dei-lhe a gravata e disse-lhe que queria que a guardasse para a estrear no dia em que fosse apresentado pelo FC Porto. Só não esperava que fosse tão cedo”, confessou o líder dos azuis e brancos.































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