Cristian Rodríguez tenta fugir aos defesas fogaceiros |
Em 2011-12, vi pela primeira vez
o Feirense
na I
Liga. Há mais de 20 ausentes do primeiro escalão, os fogaceiros
apresentaram-se com um plantel composto maioritariamente por jogadores sem
provas dadas entre a elite
do futebol português, apostando maioritariamente nos futebolistas e no
treinador (Quim
Machado) que contribuíram para a promoção. O extremo Miguel Pedro (82 jogos
na I
Liga), o médio Cris (77 jogos) e o guarda-redes Paulo Lopes (49 jogos)
eram, de longe, os mais experientes. Por isso, eram naturais candidatos à
descida de divisão, apesar de cinco pontos nas primeiras quatro jornadas não
ser propriamente um mau arranque.
Já o FC
Porto tinha conquistado campeonato (sem derrotas), Taça
de Portugal, Liga
Europa e Supertaça
nos meses anteriores, mas perdido o treinador André Villas Boas para o Chelsea
e o goleador Radamel
Falcao para o Atlético
Madrid. O novo homem do leme, Vítor Pereira, ia vencendo jogos, mas com
exibições não muito convincentes, uma vez que o futebol praticado era demasiado
pausado, sem vertigem, além de rodar muito a equipa de partida para partida. O
eixo do ataque estava entregue a um avançado sem dimensão para a função,
Kléber. Hulk ia marcando e assistindo, mas não ao ritmo da época anterior. João
Moutinho parecia estar umas rotações abaixo do que tinha mostrado em
2010-11. James Rodríguez alternava entre a genialidade e a inconsequência.
Álvaro Pereira demorou a entrar na equipa porque esteve com um pé fora. E o
eixo defensivo e a posição 6 eram diferentes de encontro para encontro.
Com 12 pontos em 12 possíveis à
partida para a visita ao Feirense
em Aveiro, uma vez que o Estádio Marcolino de Castro se encontrava em obras
para ficar dotado das condições necessárias para receber jogos da I
Liga, o FC
Porto era claro favorito para alcançar a vitória e chegar ao clássico com o
Benfica,
que se realizaria na jornada seguinte, na liderança isolada.
Mas o que eu recordo deste jogo,
transmitido na TVI – que saudades de
jogos da I
Liga em sinal aberto! –, são as muitas dificuldades que o FC
Porto sentiu para… segurar o empate (a zero). É verdade que também atacaram
e remataram muito, mas os dragões
tiveram por várias vezes a baliza em perigo.
“Vítor Pereira queria chegar ao
clássico só com vitórias, só que mexeu em demasia na equipa e o FC
Porto não foi igual a si próprio. Perdeu velocidade e agressividade
ofensiva, ficou sem ideias e praticamente não existiu na primeira parte. Tentou
reagir depois do intervalo, mas quase sempre mais com o coração do que com a
razão. O resultado foi a perda de dois pontos com o consequente adeus à
liderança isolada do campeonato. Se o clássico de sexta-feira já seria quente,
agora vai ferver e, de certeza, que muito se vai escrever e dizer ao longo da
semana sobre as opções de Vítor Pereira. Mas já lá vamos. O Feirense
foi sempre uma equipa organizada, rápida nas transições e que ficou satisfeita
com o empate, mas podia perfeitamente ter feito o que ninguém faz desde fevereiro
de 2010: ganhar ao FC
Porto para o campeonato”, escreveu o jornal O Jogo.
Relativamente ao encontro da
segunda volta, confesso que não me recordo, mas o FC
Porto venceu por 2-0 no Dragão,
com golos de Maicon e James Rodríguez.
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