quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

A minha primeira memória de… um jogo entre AEK e equipas portuguesas

Majstorović saltou mais alto do que toda a gente na área benfiquista
A minha primeira memória de um jogo oficial entre o AEK e equipas portuguesas remonta aos derradeiros meses de 2009, quando a formação de Atenas defrontou o Benfica na fase de grupos da Liga Europa. Três anos antes, os dois conjuntos tinham-se defrontado num jogo de caráter particular na capital helénica, numa altura em que Fernando Santos orientava os encarnados, com vitória grega por 3-1.
 
Mais até do que acontece hoje em dia, nas décadas de 1990 e de 2000 o AEK era bastante competitivo no campeonato grego, mesmo que o título acabasse por fugir para o Olympiacos ou para o Panathinaikos, participou em algumas das primeiras edições da Liga dos Campeões com 32 clubes e era presença assídua nas competições europeias.
 
Além disso, teve cinco jogadores na convocatória da Grécia para a vitoriosa campanha no Euro 2004: Kapsis, Zagorakis, Tsiartas, Katsouranis e Lakis. Porém, já nenhum deles defrontou o Benfica em 2009, embora a formação ateniense contasse nos seus quadros com alguns futebolistas internacionais, como o guarda-redes argentino Saja, o central sueco Majstorović, o lateral esquerdo espanhol Juanfran, o médio defensivo grego Kafes e o atacante argentino Scocco. Também havia o atacante brasileiro Manduca, que chegou a Atenas três anos antes precisamente proveniente do Benfica.
 
Lembro de não ter assistido ao primeiro jogo entre as duas equipas, a 1 de outubro em Atenas, mas recordo-me de as águias terem perdido, interrompendo uma extraordinária sequência no arranque dessa época, com vitórias em quase todos os encontros e algumas goleadas, como o 4-0 ao Vorskla no playoff de acesso à fase de grupos da Liga Europa e o 8-1 ao Vitória de Setúbal, o 4-0 ao Belenenses e o 5-0 ao Leixões no campeonato.
 


Os encarnados até criaram muitas ocasiões de golo na capital grega, entre as quais um violento remate ao poste por parte de Di María ainda no primeiro quarto de hora, mas não marcou qualquer golo. Já o AEK aproveitou para marcar no final da primeira parte por intermédio de Majstorović, na resposta a um canto de Manduca (43’), e igualou o Benfica com três pontos no segundo lugar do grupo, após a 2.ª jornada.
 
Jesus não conseguiu fazer o milagre dos golos. E ao 21.º jogo da época – o décimo oficial – o Benfica de Jorge Jesus ficou em branco pela primeira vez. E não foi por falta de oportunidades que os encarnados deixaram Atenas sem marcar e com a segunda derrota europeia longe da Luz em outros tantos jogos. Ficou bem evidente que o AEK era uma equipa acessível e a prova disso foi que as águias criaram as melhores oportunidades, que só não foram concretizadas por causa do argentino Saja, um guarda-redes inspirado que ajudou a tirar a equipa da depressão”, resumiu o Diário de Notícias.
 
 
Quando as duas equipas se defrontaram na sexta e derradeira ronda do grupo, a 17 de dezembro, o destino de ambas já estava traçado. O Benfica já sabia que seguia em frente na competição, enquanto o AEK já estava eliminado.
 
A poucos dias de um clássico com o FC Porto na Luz – que ficou marcado pelo famoso caso do túnel da Luz - as águias apresentaram um onze repleto de segundas linhas, como o guarda-redes brasileiro Júlio César (titular na Liga Europa em detrimento de Quim), os defesas Luís Filipe, Roderick, Miguel Vítor e Shaffer, os médios Felipe Menezes e Carlos Martins e os atacantes Weldon e Nuno Gomes.
 
No entanto, o jogo da Luz não foi propriamente um jogo sem história, tendo ficado marcado por um grande golo de letra de Di María, que bisou nesse encontro (45’ e 73’) – dias depois de ter sido expulso num jogo em Olhão para o campeonato – antes de outro argentino, Ismael Blanco, ter reduzido para o AEK (84’) e estabelecido o resultado final.
 
“Os destinos de ambas as equipas estavam traçados ainda o árbitro não tinha apitado para o início do encontro – o Benfica seguiria sempre em frente na liderança, mesmo que não tivesse vencido e o AEK terminava na Luz a sua campanha europeia –, pelo que poucos motivos de interesse sobravam. Restava confirmar a rotação de Jorge Jesus com o clássico do próximo domingo na cabeça. E do banco saíram, afinal, vários pontos a não esquecer: nova vitória na Liga Europa, a vingança da derrota (1-0) em Atenas, o teste das opções para um meio-campo obrigatoriamente remendado frente aos dragões e, claro, a grande pena que Jesus terá de não poder contar com um Di María em semelhante rotação”, sintetizou o jornal O Jogo.
 




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