domingo, 16 de agosto de 2020

Everton Cebolinha tem talento de sobra para vingar no Benfica. Única dúvida é a adaptação

Everton Cebolinha assinou pelo Benfica até junho de 2025
Que não haja dúvidas: o talento futebolístico de Everton Cebolinha vale os 20 milhões de euros que o Benfica pagou por ele – atendendo aos valores bizarros que se praticam na bolha económica em que a indústria futebolística vive.

O agora ex-extremo do Grêmio tem talento de sobra e chega ao futebol europeu já algo polido, aos 24 anos, conseguindo associar a irreverência e o açúcar tão típicos dos atacantes brasileiros com maturidade na tomada de decisão. No tricolor gaúcho mostrou ser um fantasista que samba perante os defesas como se estivesse a jogar na rua com os amigos, uma característica que se faz sentir sobretudo no drible, exibindo daqueles rasgos individuais que fazem levantar o estádio.





Ainda assim, é um dos novos jogadores com os quais o selecionador brasileiro Tite tem contado no pós-Mundial 2018, tendo somado já 14 internacionalizações e três golos pelo escrete. Antes da pandemia, vários colossos europeus mostraram-se atentos e dispostos a cometer uma loucura por Everton, que foi apontado a clubes como Manchester United, Manchester City e AC Milan. Porém, o covid-19 tornou-o mais acessível. E aí está ele no Benfica, blindado com uma cláusula de rescisão recorde de 150 milhões de euros e contrato até 2025.

Se o talento bastar, Everton Cebolinha vai vingar na Luz. Mas há a questão da adaptação, que deve ser levada em conta e acompanhada de perto pelos dirigentes encarnados. Essa não é apenas uma desculpa para justificar flops, é uma questão real. Basta recordar que jogadores canarinhos como Thiago Silva, Diego e Luís Fabiano fizeram grandes carreiras no futebol europeu depois de não terem vingado no FC Porto. E, por outro lado, existem inúmeros exemplos de futebolistas provenientes das divisões secundárias brasileiras – alguns até dos estaduais - que aterram em Portugal como anónimos, fazem um trajeto ascendente, chegam aos grandes clubes portugueses e impõem-se, como Isaías, William, Marco Aurélio, Derlei, Pepe, Maicon e Jardel (o central).





















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