domingo, 5 de julho de 2020

Os 10 jogadores com mais internacionalizações por Cabo Verde

Dez futebolistas que estão na história da seleção de Cabo Verde
Nação independente desde 5 de julho de 1975, Cabo Verde é representado por uma seleção nacional de futebol desde 7 de janeiro de 1979, quando os tubarões azuis disputaram o primeiro jogo da sua história, numa derrota com a Guiné-Bissau (0-3) em Bissau.

Porém, foram necessários mais anos para ver a seleção cabo-verdiana disputar uma qualificação para um Campeonato do Mundo, no caso o de 2002, tendo sido eliminada pela Argélia.

Ainda assim, havia ainda mais e melhor para conseguir. Em 2013, Cabo Verde participou pela primeira vez numa Taça das Nações Africanas, tendo atingido os quartos-de-final. Dois anos depois voltou a participar no CAN, mas foi afastado logo na fase de grupos.


Em pouco mais de 41 anos de história, a seleção de Cabo Verde construiu a maior vitória da sua história a 13 de junho de 2015, quando goleou São Tomé e Príncipe por 7-1 na cidade da Praia. Três meses antes ascendeu ao 69.º lugar do ranking FIFA, a posição mais alta que alguma vez ocupou na hierarquia do futebol mundial.

No total, mais de uma centena de futebolistas vestiram a camisola dos tubarões azuis. Vale por isso a pena recordar os dez que o fizeram por mais vezes.


10. Carlitos (34 jogos)

Carlitos
Lateral/extremo nascido em Almada, em Portugal, mas descendente de cabo-verdianos – e primo de Nani -, estreou-se pelos tubarões azuis a 2 de junho de 2012, pela mão de Lúcio Antunes, numa derrota na Serra Leoa (1-2) em jogo a contar para a fase de qualificação para o Mundial 2014. Nessa altura, Carlitos representava os cipriotas do AEL Limassol.
Desde essa altura até junho de 2018 que foi presença regular nas convocatórias da seleção de Cabo Verde, tendo marcado presença nas fases finais da Taça das Nações Africanas em 2013 e 2015, disputando três jogos em ambos os torneios.
Tem 35 anos e na época que recentemente terminou foi pouco utilizado pelo Casa Pia na II Liga portuguesa.


9. Stopira (36 jogos)

Stopira
Lateral esquerdo natural de Nossa Senhora da Graça, no concelho da Praia, na ilha de Santiago, somou a primeira internacionalização pela seleção principal a 22 de junho de 2008, substituindo Nando nos minutos finais de uma vitória sobre as Maurícias (3-1), numa partida a contar para a fase de apuramento para o Mundial 2010. Na altura, Stopira ainda atuava no campeonato de Cabo Verde ao serviço do Sporting da Praia, mas nesse verão deu o salto para o Santa Clara, da II Liga portuguesa.
Desde então que o defesa tem sido opção regular dos vários selecionadores, tendo marcado presença no CAN 2015 – e só não foi chamado à fase final da edição de 2013 porque estava lesionado, com uma perna fraturada.
Neste trajeto de 36 internacionalizações, marcou um golo, numa vitória em casa sobre a Tanzânia (3-0) a 12 de outubro de 2018, num encontro de qualificação para o CAN 2019.
Desde o verão de 2012 que representa os húngaros do Vidi FC, anteriormente conhecidos por Videoton.



8. Nando (42 jogos)

Nando
Defesa central nascido na capital Praia, obteve a sua primeira internacionalização a 6 de setembro de 2002, numa vitória no terreno da Mauritânia (2-0) em jogo a contar para a qualificação para o CAN 2004, numa altura em que ainda atuava no Batuque, do campeonato de Cabo Verde.
Não voltou a jogar até março de 2005, mas depois beneficiou do facto de atuar em ligas mais competitivas como a da Tunísia, Qatar, República Checa e a Ligue 2 francesa para cimentar o seu estatuto na seleção.
Na estreia de Cabo Verde na Taça das Nações Africanas, em 2013, não só capitaneou os tubarões azuis como foi eleito para o onze ideal do torneio, ao lado de nomes como os nigerianos Vincent Enyeama, John Obi Mikel, Victor Moses e Emmanuel Emenike e o ganês Asamoah Gyan.
Após o CAN 2013, anunciou a retirada da seleção, despedindo-se sem um único golo apontado.


7. Ryan Mendes (43 jogos)

Ryan Mendes
Extremo nascido no Mindelo, ilha de São Vicente, e formado no Batuque, já tinha jogado na liga francesa ao serviço do Le Havre quando se estreou pela seleção de Cabo Verde a 11 de agosto de 2010, numa derrota num amigável no terreno do Senegal (0-1).
Desde então que se tem afirmado como uma das principais figuras da seleção, até pela bagagem competitiva que foi adquirido na Ligue 1 ao serviço do Lille, no Championship com a camisola do Nottingham Forest e no campeonato turco com as cores do Kayserispor.
Neste trajeto de 43 internacionalizações marcou presença nas edições de 2013 e 2015 da Taças das Nações Africanas e apontou oito golos: um ao Zimbabué em 2011, três a Madagáscar em 2012, um à Zâmbia em 2014, um à Líbia em 2015, um à Argélia em 2018 e um a Moçambique em 2019.
Atualmente atua pelo Al Sharjah, no campeonato dos Emirados Árabes Unidos.



6. Vozinha (47 jogos)

Vozinha
Mais um jogador natural do Mindelo, desta feita o guarda-redes que defendeu a baliza dos tubarões azuis no melhor período da seleção. Também ele com início de carreira no Batuque, alcançou a primeira internacionalização a 8 de setembro de 2012 num jogo histórico para Cabo Verde, que bateu os Camarões (2-0) e deu um passo de gigante para o apuramento para o CAN 2013. Nessa altura representava os angolanos do Progresso Sambizanga.
Seguiram-se mais 46 internacionalizações, quatro das quais no CAN 2013 e três no CAN 2015. Na primeira participação da Taça das Nações Africanas sofreu dois golos em quatro jogos, ajudando os cabo-verdianos a atingir os quartos de final.
As boas exibições ajudaram-no a dar o salto para o futebol português. Depois dos moldavos do Zimbru e dos portugueses do Gil Vicente, está desde 2017-18 nos cipriotas do AEL Limassol.



4. Marco Soares (48 jogos)

Marco Soares
Médio defensivo com raízes cabo-verdianas, mas nascido na cidade portuguesa de Setúbal, estreou-se pela seleção num jogo de caráter particular diante de Portugal a 27 de maio de 2006, quando atuava no Barreirense, na II Liga portuguesa.
Desde então que tem feito quase sempre parte das convocatórias dos tubarões azuis, pelo menos até março do ano passado. Em 2013 participou na Taça das Nações Africanas e começou a envergar a braçadeira de capitão, quando jogava pelos cipriotas do Omonia, mas dois anos depois falhou o CAN 2015, numa altura em que estava sem clube.
Durante o trajeto nos tubarões azuis apontou três golos: à Argélia em 2007, às Ilhas Maurícias no ano seguinte e à Serra Leoa em 2015.
Desde setembro de 2019 que representa o Arouca, que em 2020-21 vai jogar na II Liga portuguesa.



4. Lito (48 jogos)

Lito
Extremo nascido em Pedra Badejo, na ilha de Santiago, mas desde tenra idade em Portugal, jogou pela primeira vez pela seleção em 6 de setembro de 2002, inaugurando o marcador numa vitória no terreno da Mauritânia (2-0). Nessa altura atuava no Maia, na II liga portuguesa, mas no ano seguinte transferiu-se para o Moreirense e iniciou um trajeto de oito anos no patamar maior do futebol português.
Paralelamente somou mais 47 internacionalizações e seis golos pelos tubarões azuis: ao Togo em 2003, à Mauritânia em 2003, a Angola em 2005, à Guiné Conacri em 2006, aos Camarões em 2008 e à Guiné-Bissau em 2010.
Haveria de se despedir da seleção a 16 de junho de 2012, saltando do banco numa importante vitória sobre Madagáscar (3-1) na caminhada rumo à fase final do CAN 2013, não indo a tempo de participar nas edições de 2013 e 2015 da Taça das Nações Africanas.
Após pendurar as botas, em 2015, tornou-se treinador, tendo já desempenhado as funções de adjunto na seleção cabo-verdiana e de treinador principal nos sub-20.


2. Héldon (52 jogos)

Héldon
Um dos nomes mais sonantes do futebol cabo-verdiano, até porque é um o máximo goleador dos tubarões azuis, com 15 golos.
Mais um produto da formação do Batuque, jogava no Fátima às ordens de Rui Vitória, na II Divisão B portuguesa, quando se estreou pela seleção, a 11 de outubro 2008, rendendo Ronny Souto após o intervalo numa derrota na Tanzânia (1-3), em jogo a contar para a fase de apuramento para o Mundial 2020.
Este extremo natural da ilha do Sal só voltaria a jogar por Cabo Verde quase dois anos depois, num empate com Portugal num jogo particular, mas beneficiou da transferência para o Marítimo no verão de 2010 para cimentar a sua posição na seleção, tornando-se desde então presença habitual nas convocatórias.
Em 52 internacionalizações, sete ocorreram em fases finais da Taça das Nações Africanas: quatro em 2013 e três em 2015. Os quinze golos que festejou com a camisola dos tubarões azuis foram apontados a Malta em 2009, ao Burquina Faso e à Libéria (dois) em 2011, aos Camarões em 2012, a Angola no CAN 2013, à Serra Leoa e ao Gabão em 2013, a Moçambique e ao Níger em 2014, à Tunísia no CAN 2015 e à Guiné Equatorial, ao Congo, e ao Quénia (dois) em 2015.
Em novembro de 2019 anunciou a retirada da seleção nacional. “Estou aqui para anunciar uma decisão que tomei. Não é de hoje, foi em conjunto com a família, e chegou a hora de pôr um ponto na minha vinda à Seleção. Agradeço a todo o povo cabo-verdiano o carinho e o amor que me deram estes anos todos, por tudo o que conquistámos juntos. Queria agradecer a todos, pedir às pessoas para continuarem a apoiar os Tubarões Azuis, porque estes jogadores ainda têm muito para nos dar”, afirmou o jogador que tem a alcunha de “Nhuc”.
Aos 31 anos, representa atualmente os sauditas do Al Taawon.



2. Fernando Varela (52 jogos)

Fernando Varela
Mais um jogador nascido em Portugal, neste caso em Cascais, que optou pela seleção das suas raízes, Cabo Verde. A estreia aconteceu a 27 de maio de 2008, num empate com Luxemburgo (1-1) em jogo de caráter particular, numa altura em que este defesa central militava no Estoril, na II liga portuguesa.
Nos anos seguintes Fernando Varela foi cimentando o seu estatuto nos tubarões azuis, ajudando-os a apurarem-se por duas vezes para a Taça das Nações Africanas (2013 e 2015) e alcançarem a melhor classificação de sempre no ranking FIFA. No CAN 2013 fez história ao apontar o primeiro golo de sempre da seleção cabo-verdiana na fase final de uma grande competição, na vitória sobre Angola (2-1).
Meses depois viu o seu nome diretamente envolvido na controvérsia que ditou a eliminação de Cabo Verde na qualificação para o Mundial 2014, uma vez jogou num encontro com a Tunísia quando se encontrava castigado pela FIFA, o que ditou a derrota (por 0-3) dos tubarões azuis na secretaria.
Esse foi um dos três golos que este defesa, desde 2016 vinculado aos gregos do PAOK, apontou em 52 internacionalizações por Cabo Verde. As outras vítimas foram Mali (em 2010) e Madagáscar (2012).



1. Babanco (62 jogos)

Babanco
Médio canhoto nascido na capital Praia, estreou-se pela seleção quando ainda atuava no campeonato de Cabo Verde ao serviço do Sporting da Praia, numa derrota no terreno da Guiné Conacri (0-4) em jogo de qualificação para o CAN 2007.
No ano seguinte cimentou a sua posição na seleção, tendo-a reforçado após emigrar para Portugal no verão de 2010. Numa altura em que já atuava na I Liga portuguesa ao serviço de Olhanense e Estoril ajudou os tubarões azuis a qualificarem-se para as edições de 2013 e 2015 da Taça das Nações Africanas.
Em 62 internacionalizações, apontou cinco golos: à Guiné-Bissau em 2007, à Tanzânia em junho em 2008, à Libéria em 2011, à Guine-Equatorial em 2013 e a São Tomé e Príncipe em 2015.
Atualmente tem 34 anos e representa o Desp. Chaves, na II Liga portuguesa.













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