quarta-feira, 8 de abril de 2020

O jovem madeirense que é adjunto dos Palancas Negras

João Alves trabalha na Federação Angola de Futebol desde 2019
Certamente um dos elementos mais jovens de uma equipa técnica de uma seleção nacional AA, João Alves nasceu na ilha da Madeira, formou-se e começou a trabalhar como treinador na região de Lisboa, mas é em Angola, ao serviço dos Palancas Negras, que vai evoluindo aos 25 anos.

João Alves começou a carreira de treinador ainda no terceiro ano na Faculdade de Motricidade Humana, num estágio efetuado nos sub-13 e nos sub-16 do Operário de Lisboa como treinador adjunto e em simultâneo na Escola Academia Telheiras. Em seguida, esteve na Associação Desportiva e Cultural da Encarnação e Olivais (ADCEO) como treinador principal dos sub-13 e como adjunto nos sub-17 e nos sub-19 do Mafra. 


No início de 2018 integrou a equipa técnica do Sacavenense, naquele que foi o seu primeiro projeto numa equipa sénior, e em maio do ano passado recebeu um convite para fazer parte da equipa técnicaa da Seleção Angolana de sub-17, que disputaria o Mundial da categoria no Brasil. Depois de ter êxito no Campeonato do Mundo, ao alcançar os oitavos de final, foi convidado para integrar o projeto da seleção principal como um dos adjuntos de Pedro Gonçalves.


Como e onde começou o seu gosto pelo futebol?
Comecei a jogar futebol com cinco ou seis anos na Escola de Futebol da Madeira, mais conhecida como ESFUMA. Dois anos mais tarde mudei-me para o Marítimo e depois passei por Barreirense, Juventude Atlântico e por último 1º de Maio, onde deixei o futebol no segundo ano de júnior, para seguir a vida académica.

Enquanto jogador, em que posição atuava?
Nas primeiras épocas jogava como defesa central, mas assim que cheguei a juvenil o meu treinador decidiu colocar-me a médio defensivo, e foi assim até o final da época de juniores.

Foi fácil para deixar de jogar para seguir a formação académica?
Sim, porque o meu objetivo era ser treinador de futebol. Claro que jogar é diferente mas mantive-me sempre ativo, jogando por lazer com os amigos pelo menos uma vez por mês.

Quais eram as suas aspirações como aluno na Faculdade de Motricidade Humana?
As minhas aspirações sempre foram atingir os feitos de Mourinho. Aliás, seguir para a Faculdade de Motricidade Humana foi baseada nas opções que Mourinho seguiu enquanto treinador de futebol.

Jovem treinador em trabalho ao serviço dos Palancas Negras
Falando em José Mourinho... Acha que José Mourinho inspirou e inspira grande parte dos treinadores portugueses nos últimos anos? E que virtudes mais admira nele?
Sem dúvida que Mourinho revolucionou e abriu portas aos treinadores portugueses pelo mundo e que inspira e continuará a inspirar certamente mais jovens treinadores. E, a meu ver, a sua maior virtude é a comunicação, sendo apenas a comunicação exterior um fator influenciador para as suas conquistas.

É um treinador muito jovem. Alguma vez pensou que aos 25 anos faria parte do staff técnico de uma seleção principal?
O meu sonho é atingir um patamar maior que o de Mourinho, mas o meu objetivo sempre foi ser treinador profissional.

Se há sete anos lhe dissessem que em 2019 faria parte da equipa técnica de um Mundial Sub-17, acreditaria?
O mister Óscar Tojo perguntava a todos os alunos onde estaríamos daqui a cinco anos. E eu tinha bem claro na minha mente que seria treinador profissional.

Qual é o seu maior sonho?

O que lhe passou pela cabeça quando o mister Pedro Gonçalves o convidou para fazer parte da equipa técnica dos Palancas Negras?
Sem dúvida que foi uma grande oportunidade, mas que só foi aceite mediante algumas condições de cariz pessoal, nomeadamente pormenores relacionados com a saúde e a segurança. Assegurado isso, o resto foi acessório. E fui recebido de forma extraordinária pela comitiva e pelos atletas.

O que falhou para os Palancas Negras perderem os dois primeiros jogos da corrida ao CAN e o que está a ser feito para melhorar?
Falhámos nas duas batalhas porque não vencemos. Mas isto é uma guerra que ainda podemos vencer. O que está a ser feito é uma preparação semelhante à anterior, contudo, com mais tempo para defrontarmos a RD Congo no duplo confronto.

Podemos esperar estreias na convocatória do jogo diante da RD Congo?
Sim. Poderá haver novidades, mas não posso adiantar nomes porque tudo depende da entrega dos atletas e da disponibilidade e vontade deles em adquirir a documentação necessária e das burocracias.


Entrevista realizada por Romilson Teixeira
















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