sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

A minha primeira memória de… um jogo entre Belenenses e Marítimo

Marco Paulo e Léo Lima em disputa de bola no Restelo
Os jogos entre Belenenses e Marítimo são um clássico do futebol português, com mais de 70 edições. Basta recordar que a final do Campeonato de Portugal em 1925-26 foi entre estes dois históricos emblemas, com vitória para os maritimistas por 2-0. Para se ter a noção, houve primeiro uma final nacional entre Belenenses e Marítimo do que uma entre Benfica e Sporting, o que só aconteceu nove anos depois.


Já via futebol há alguns anos, mas o primeiro jogo de que tenho memória entre as duas equipas remonta a 28 de agosto de 2004, quando se defrontaram no jogo inaugural do campeonato de 2004-05. Lembro-me de, nesse dia, ter lido um jornal desportivo na praia em que absorvi algumas informações sobre as caras novas dos dois plantéis.

Um dos nomes que logo retive foi o do central Rolando, um jovem oriundo da formação dos azuis do Restelo que se ia estrear na equipa principal, às ordens de Carlos Carvalhal, que na época anterior tinha promovido o Vitória de Setúbal à I Liga. O regressado lateral Cabral (ex-Benfica), o lateral brasileiro Amaral (ex-Leixões), o central/lateral esquerdo Cristiano (ex-Benfica), o médio ofensivo Zé Pedro (ex-Vitória de Setúbal), o médio ofensivo brasileiro Juninho Petrolina (ex-Beira-Mar) e o avançado internacional sub-21 português Lourenço (ex-Sporting), eram outras das caras novas em Belém, juntando-se a jogadores como o guarda-redes brasileiro Marco Aurélio e o central luso-cabo-verdiano Pelé, o jovem central Gonçalo Brandão, o médio defensivo sueco Anders Andersson, o jovem médio Rúben Amorim, os médios Marco Paulo e Tuck, o médio ofensivo internacional português Neca, o extremo Eliseu e o avançado gabonês Henri Antchouet, que continuavam no clube.

No Marítimo de Manuel Cajuda, na terceira época no clube, reforços como o central Tonel (ex-Académica), o lateral direito brasileiro Ferreira (ex-Gil Vicente), o médio ofensivo Silas (ex-Wolverhampton), o extremo Luís Filipe (ex-União de Leiria) e o extremo brasileiro Manduca (ex-Paços de Ferreira) juntavam-se a outros como o guarda-redes brasileiro Marcos, o central holandês Mitchell van der Gaag, os laterais madeirenses Briguel e Eusébio, os médios defensivos Zeca, Bino e Chaínho, os médios brasileiros Wênio e Léo Lima ou o extremo brasileiro Alan, que transitaram da época anterior.


Relativamente ao jogo em si, o Belenenses venceu de forma convincente por 3-0. O estreante Rolando, a três dias de completar 19 anos, inaugurou o marcador aos 24 minutos, ao saltar mais alto do que toda a gente no coração da área maritimista e cabecear para o fundo das redes, na resposta a um canto apontado no lado direito pelo canhoto Zé Pedro.


Á beira do intervalo, Juninho Petrolina lançou Antchouet em profundidade e o gabonês, isolado pela esquerda, rematou de primeira para o interior da baliza de Marcos. Antchouet, refira-se, tinha acabado de reencontrar Carlos Carvalhal no Restelo, depois de ter trabalhado com ele no Leixões.


E para fechar o resultado, Lourenço apontou o terceiro aos 62 minutos, na conversão de uma grande penalidade a castigar falta de Mitchell van der Gaag sobre Juninho Petrolina.


“Há Petrolina no Restelo. O Belenenses e o Marítimo deram o pontapé de saída na SuperLiga, com a vitória a sorrir por números largos aos lisboetas, que continuam com motivos para aspirar a uma temporada em tudo diferente da anterior”, começou por resumir o jornal O Jogo, rendido à exibição de Juninho Petrolina.

“Os adeptos do Belenenses quase já não têm dedos para contar o número de vitórias da equipa desde o início da pré-temporada. Às 10 obtidas em jogos de preparação, juntou-se mais uma, esta a valer pontos. Os comandados de Carlos Carvalhal, que também debutou no escalão maior do futebol cá do burgo, deram uma sequência lógica aos bons resultados obtidos na fase dos ensaios e provaram como esta equipa nada tem a ver com aquele conjunto soturno do ano passado, que só a muito custo conseguiu manter-se na SuperLiga”, podia ler-se no arranque da crónica.

Nesse mesmo dia, à noite, o Sporting venceu em casa o Gil Vicente por 3-2, naquele que foi o segundo jogo do campeonato nessa temporada.

E dias depois, foi conhecido o despedimento de Manuel Cajuda. Sim, logo após a 1.ª jornada.







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