terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Os 10 clássicos mais marcantes entre Real Madrid e Barcelona

Lionel Messi entre Marcelo e Cristiano Ronaldo num clássico
O maior clássico de Espanha e muito provavelmente o mais mediático em todo o mundo. De Alfredo Di Stéfano a Lionel Messi, com passagem obrigatória por Johan Cruyff, Romário, Luís Figo, Ronaldinho e Cristiano Ronaldo, os duelos entre Real Madrid e Barcelona são sempre um dos eventos mais aguardados no calendário anual do futebol mundial.


A rivalidade entre os dois clubes transcende o campo desportivo. O Real Madrid sempre foi considerado um símbolo da realeza e do poder central da capital espanhola, enquanto o Barcelona simboliza a Catalunha e o seu desejo de independência. Tanto assim que é que a rivalidade entre merengues e blaugranas é maior do que a que ambos os clubes têm com os vizinhos Atlético Madrid e Espanyol, respetivamente.

O primeiro jogo entre Real e Barça remonta a 1902, mas foi na década de 1950, quando os blancos roubaram Di Stéfano aos culé no auge da ditadura de Francisco Franco, que a rivalidade ganhou verdadeira animosidade.

Depois de o Real Madrid ter disparado no número de títulos nacionais durante as décadas de 1960, 1970 e 1980, o Barcelona tem vindo a recuperar algum terreno nos últimos anos, uma tendência que também tem tido reflexos nas outras competições domésticas e a nível internacionais.

Vale por isso a pena recordar aqueles que são, para nós, os clássicos mais marcantes.


25 de outubro de 1953 – Liga espanhola (7.ª jornada)
Meses antes, Alfredo Di Stéfano tinha chegado a acordo para se transferir para o Barcelona e chegou mesmo a disputar três jogos particulares, mas enquanto o negócio com os colombianos dos Millonarios estava num impasse, o Real Madrid antecipou-se e depois do aval da FIFA, da Federação Espanhola e do governo espanhol, o jogador assinou pelos merengues.
Cerca de um mês depois da estreia, o emblema da capital recebeu o Barça num jogo entre os dois líderes da tabela, cada um com dois pontos. Antes do jogo os dirigentes assinaram um documento que colocava um ponto final no imbróglio, o que talvez tivesse motivado Di Stéfano para uma exibição de gala, pois o argentino bisou (10’ e 85’) numa goleada por 5-0 sobre os catalães. O compatriota Roque Olsen (34’ e 35’) e Luis Molowny (39’) marcaram os restantes golos.



11 de julho de 1968 – Copa del Generalísimo (final)
Conhecido por o clássico das garrafas ou a final das garrafas. Entre 1939 e 1976, a Taça do Rei denominava-se Copa del Generalísimo, em homenagem ao ditador Francisco Franco, que chefiou o governo espanhol entre 1938 e 1973.
Na final de 1968, a final disputou-se no Estádio Santiago Bernabéu, com o Barcelona do português Jorge Mendonça e Real Madrid a disputarem o jogo de atribuição do troféu. Durante o encontro, os merengues reclamaram dois penáltis não concedidos pelo árbitro Antonio Rigo, o que propiciou o arremesso de garrafas a partir das bancadas. No interior das quatro linhas, Zunzunegui marcou na própria baliza o golo que deu o triunfo aos catalães, logo aos seis minutos.



16 de fevereiro de 1974 – Liga espanhola (22.ª jornada)
No verão de 1973 o Real Madrid estava em negociações com o Ajax para contratar Johan Cruyff, mas num ato de rebeldia o jogador assinou pelo rival Barcelona, por um valor recorde de 60 milhões de pesetas (cerca de 360 mil euros).
O Barça, que estava em penúltimo no campeonato e não se sagrava campeão há 14 anos, deu imediatamente um salto qualitativo, ao ponto de ganhar a liga espanhola logo na época de estreia do mago holandês, em 1973-74.
O ponto alto dessa campanha da equipa orientada pelo também holandês Rinus Michels foi uma estrondosa vitória por 5-0 no Santiago Bernabéu, na 22.ª jornada. Cruyff marcou o segundo golo aos 39 minutos no culminar de uma brilhante jogada individual, depois de Asensi ter aberto o ativo (30’). Asensi (54’), Juan Carlos (65’) e Hugo Sotil (69’) completaram a goleada.



8 de janeiro de 1994 – Liga espanhola (18.ª jornada)
20 anos depois de ter brilhado dentro de campo pelo Barcelona, era a partir do banco que Johan Cruyff fazia a sua equipa brilhar, comandando uma equipa que ficou conhecida por Dream Team e que teve o seu ponto alto na conquista do primeiro título europeu do clube em 1992.
Com Romário em grande forma, os catalães abriram o ano com uma goleada ao rival em Camp Nou, beneficiando de um hat trick do avançado brasileiro. O golo inaugural, apontado pelo baixinho aos 24 minutos, surgiu na sequência de uma finta a Alkorta que ficou conhecida por cola de vaca. Koeman marcou o segundo na execução de um livre direto (47’), Michael Laudrup serviu de bandeja Romário para o terceiro e quarto golos (56’ e 81’) e o brasileiro fez a assistência para Iván Iglesias fechar a goleada (86’).



7 de janeiro de 1995 – Liga espanhola (16.ª jornada)
Depois de quatro temporadas seguidas a ver o rival festejar o título espanhol, o Real Madrid estava decidido a reconquistar a hegemonia interna e foi à Catalunha contratar Michael Laudrup, insatisfeito no Barcelona por não ser titular com mais regularidade.
O dinamarquês tornou-se uma das figuras de proa dos merengues, então orientados por Jorge Valdano, mas no clássico da primeira volta, no Bernabéu, foi um chileno o grande protagonista: Iván Zamorano. Tal como Romário na época anterior, o antigo avançado do Sevilha foi autor de um hat trick.
Zamorano inaugurou o marcador logo aos cinco minutos, dobrou a vantagem aos 21’ e fechou a conta pessoal ainda antes do intervalo, aos 39’, este último a passe de Laudrup. Na segunda parte deu para ver Luis Enrique marcar e festejar efusivamente um golo ao Barcelona (68’) e Amavisca completar a manita (70’).
Se o Real Madrid já liderava o campeonato, aí deu um passo gigante na caminhada para o 26.º título espanhol da sua história, quebrando a hegemonia dos catalães.



23 de novembro de 2002 – Liga espanhola (11.ª jornada)
Seis anos depois de Michael Laudrup ter trocado o Barcelona pelo Real Madrid, Luís Figo chocou o mundo ao seguir o mesmo caminho no verão de 2000, numa transferência que na altura constituiu um recorde mundial: 60 milhões de euros.
O regresso do extremo português a Camp Nou ocorreu em outubro desse mesmo, mas a hostilidade de que foi alvo afetou-o em campo. Figo falhou as duas visitas seguintes ao terreno do Barça, em março de 2002 para o campeonato e em abril desse ano para a Liga dos Campeões, mas não teve como fugir em novembro, numa noite chuvosa na Catalunha.
Depois de Míchel Salgado desistiu de cobrar os cantos favoráveis ao Real Madrid, Luís Figo encarregou-se da tarefa a meio da segunda parte, mas adeptos culé mais fanáticos atiraram-lhe tudo o que tinham à mão. Uns arremessaram garrafas e houve quem tivesse mesmo lançado na direção do internacional luso uma cabeça de leitão. Devido ao lançamento de objetos, o jogo esteve interrompido durante vários minutos.      



19 de novembro de 2005 – Liga espanhola (12.ª jornada)
O clássico dos aplausos, a noite em que o Santiago Bernabéu se rendeu ao génio Ronaldinho Gaúcho. O internacional brasileiro era a principal figura de um Barcelona que era campeão e comandado por Frank Rijkaard, mas que contava com figuras como Deco, Eto’o, Puyol, Xavi e um jovem de 18 anos chamado Lionel Messi. Não menos intimidador era o Real Madrid, que tinha Casillas, Roberto Carlos, Zidane, Beckham, Raúl e Ronaldo.
As estrelas eram muitas, mas houve uma que ofuscou todas as outras: Ronaldinho. Desde bem cedo que o gaúcho mostrou estar inspirado, ao trocar as voltas aos defesas Míchel Salgado e Sergio Ramos. Ainda assim, o golo inaugural pertenceu a Eto’o, aos 14 minutos, a passe de Messi.
No segundo tempo, o festival Ronaldinho tomou conta do Bernabéu, com o brasileiro a apontar dois golos na sequência de extraordinárias jogadas individuais (59’ e 77’). O segundo golo do brasileiro mereceu mesmo aplausos por parte dos adeptos do Real Madrid.



7 de maio de 2008 – Liga espanhola (36.ª jornada)
Um jogo cujo momento alto teve lugar ainda antes do apito nacional, quando os jogadores do Barcelona fizeram uma guarda de honra ao já campeão Real Madrid, operacionalizando aquilo a que em Espanha chamam de pasillo.
Apesar do espírito de fair play do rival, os merengues não retribuíram a gentileza e golearam os catalães por 4-1, numa espécie de festa de consagração. O eterno capitão Raúl abriu o ativo (13’), Robben dilatou a vantagem pouco depois (21’) e Higuaín (63’) e Van Nistelrooy (78’, de penálti) deram contornos de goleada ao resultado. Já perto do final, Thierry Henry apontou o golo de honra dos culé (87’), num dos últimos jogos de Frank Rijkaard à frente da equipa.



2 de maio de 2009 – Liga espanhola (34.ª jornada)
Pouco menos de um ano depois do clássico do pasillo, o Barcelona liderava o campeonato a cinco jornadas do fim com quatro pontos de avançado do rival. Em caso de triunfo, o bicampeão Real Madrid relançaria a luta pelo título, mas uma enorme demonstração dos catalães resultou numa das mais memoráveis goleadas dos confrontos entre merengues e blaugranas.
Gonzalo Higuaín até inaugurou o marcador para os homens da casa aos 14 minutos, mas o Barça chegou ao intervalo a vencer por 1-3, graças aos golos de Henry (18’), Puyol (20’) e Messi (36’). No início do segundo tempo, Sergio Ramos reacendeu a esperança da equipa da capital espanhola, mas Henry (58’), Messi (75’) e Piqué (83’) cavaram um fosso ainda maior e construíram um resultado histórico. Palavra ainda para Xavi, que assinou uma fantástica exibição – quatro dos seis golos tiveram assistência do médio catalão.
A vitória permitiu ao Barcelona de Pep Guardiola dar um passo de gigante para a conquista do título, num ano que ficaria marcado pela conquista do inédito sextete: campeonato, Taça do Rei, Liga dos Campeões, Supertaça de Espanha, Supertaça Europeia e Mundial de Clubes.



29 de novembro de 2010 – Liga espanhola (13.ª jornada)
O Barcelona de Guardiola vinha de dois títulos espanhóis consecutivos, alcançados de forma incontestável, mas desta vez estava do outro lado um Real Madrid orientado por José Mourinho, que meses antes se tinha sagrado campeão europeu ao leme do Inter de Milão. Na equipa da capital espanhola jogavam ainda os portugueses Ricardo Carvalho, Pepe e Cristiano Ronaldo.
Perspetivava-se um clássico renhido, mas o Barcelona aplicou uma manita ao rival. Xavi começou por construir a golada logo aos 10 minutos e Pedro Rodríguez fez o segundo aos 18. Na segunda parte, David Villa duplicou a vantagem no espaço de três minutos (55’ e 58’) e recém-entrado Jeffrén, que na época seguinte se haveria de transferir para o Sporting, deu a estocada final (90+1’).





























1 comentário:

  1. ¡Hola! Encontré un video valioso
    Barcelona contra Real Madrid en 1995.
    https://www.youtube.com/watch?v=SV1LRS7Akj4

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