Seis jogadores dos sub-23 do Sporting à beira da equipa principal

Equipa de sub-23 do Sporting tem passeado na Liga Revelação

Cinco jogos, outras tantas vitórias, 19 golos marcados e apenas dois sofridos. A equipa de sub-23 do Sporting tem estado imparável na Liga Revelação, com goleadas atrás de goleadas e um futebol dinâmico e atrativo, sob a orientação de Leonel Pontes, que agora assumiu o comando técnico da formação principal dos leões.

É verdade que, ao contrário dos principais rivais, os verde e brancos têm o seu conjunto secundário a competir num campeonato destinado a atletas sub-23 e não na mais competitiva II Liga, que oferece uma experiência mais enriquecedora, mas isso não impede que se olhe com expetativas elevadas para algumas das pérolas leoninas que têm estado a brilhar na Liga Revelação. De todas, destaco seis que poderão fazer, em breve, a estreia pela equipa principal.

Gonçalo Inácio

Comecemos pelo setor defensivo, onde tem brilhado Gonçalo Inácio, ainda júnior de segundo ano (nascido em 2001). Ou seja, está a queimar etapas. Natural de Almada, desde 2012 que está ligado ao emblema de Alvalade, mostrando ser um central de qualidade em várias vertentes. É canhoto, o que joga a seu favor porque há muitos treinadores que apreciam centrais confortáveis que se sintam confortáveis a jogar com o pé esquerdo, e sai muito bem a jogar, chegando a entrar no meio-campo ofensivo com a bola dominada. A sua capacidade para iniciar a construção é de tal forma notória que a equipa sai a jogar quase sempre por ele e raramente por Ricciulli, central guineense com o qual tem formado dupla. Alto (1,86 m), também tem revelado capacidade para se impor no jogo aéreo e para proteger a profundidade.

Nuno Mendes

Ainda no quarteto defensivo, Nuno Mendes tem estado de pedra e cal na lateral esquerda. Nascido em junho de 2002, é mais um jovem natural da linha de Sintra a despontar no futebol e tem a particularidade de já ter vindo ao mundo depois do último título de campeão conquistado pelo Sporting. Trata-se de um lateral muito ofensivo, que embala bem desde trás e aparece nas imediações da área contrária, mas ainda revela bastante imaturidade na toma de decisão, pois muitas vezes entusiasma-se nas subidas pelo corredor e opta por conduzir a bola para zonas que não são as mais aconselháveis. Ainda assim, é um nome muito apreciado pela estrutura do clube, como comprova a chamada para integrar a pré-época da equipa principal. Tendo em conta que Borja e Acuña são as únicas soluções para a posição e que o argentino até é extremo de raiz, não será de descurar uma ida a jogo a breve prazo.

E se o meio-campo da equipa principal está reduzido a seis unidades e uma delas, Rodrigo Battaglia, vai demorar a tornar-se uma solução para o onze inicial, o trio de centrocampistas dos sub-23 vão piscando o olho por um lugar ao sol.

Rodrigo Fernandes

Imediatamente à frente da defesa, tem dado nas vistas Rodrigo Fernandes, mais um júnior de segundo ano a queimar etapas num escalão acima. Autêntico farol, é uma espécie de organizador de jogo em zonas mais recuadas, responsável por fazer a ligação entre defesas e médios na construção de jogo e servir de placa giratória para a variação de flanco. Alto (1,87 m), canhoto e há dez anos ligado ao Sporting, vai dando nas vistas pelo futebol elegante, com qualidade de passe, critério e robustez física para proteger a bola. Atendendo que Idrissa Doumbia é o único médio defensivo de raiz na equipa principal, a oportunidade poderá chegar em breve.

Matheus Nunes

Mais adiantado joga Matheus Nunes, médio brasileiro de 21 anos há muitos anos radicado em Portugal. Depois de ter jogado nos distritais de Lisboa pelo Ericeirense, transferiu-se para o Estoril no verão de 2018, mas poucos meses depois foi contratado pelo Sporting, já depois de se ter estreado na II Liga. Box to box, tão depressa pode ser encontrado à entrada da área da sua equipa como da equipa adversária. À capacidade para fazer esses constantes vaivéns, alia envergadura física (1,85 m), qualidade de passe e de transporte de bola, critério e capacidade para pautar os ritmos do jogo. Não tem a mesma margem de progressão dos companheiros mencionados, mas os bons desempenhos na Liga Revelação não estarão certamente a ser ignorados por quem dá ordens no futebol leonino.

Tomás Silva

A completar o meio-campo surge Tomás Silva, o elemento dos sub-23 cujas funções mais se assemelham às de Bruno Fernandes. Da geração dourada de 1999, tem sido esquecido pelas seleções nacionais nas grandes competições, mas tem sido talvez a grande figura da Liga Revelação, da qual é melhor marcador, com cinco golos, apesar de se tratar de um médio – um registo que certamente não deixará os responsáveis verde e brancos indiferentes, como se comprova pela recente renovação de contrato. Capitão de equipa, não é de grandes floreados com a bola, mas é extremamente inteligente, pois ataca bem a zona de finalização e define com critério e qualidade. É o centrocampista que mais se solta para o ataque e acaba por funcionar muitas vezes como uma espécie de segundo avançado, aparecendo bem na área para marcar ou assistir.

Pedro Mendes

Outra posição deficitária na equipa principal é a de ponta de lança, pois Luiz Phellype é a única opção de raiz. Porém, nos sub-23 leoninos Pedro Mendes tem feito crescer água na boca. Também da geração dourada de 1999 e igualmente ignorado pelas seleções nacionais nas grandes competições, tem marcado a uma cadência assinalável – quatro golos em cinco jogos – mas tem tido mais para amostra do que remates certeiros. O jovem avançado leonino tem contribuído também para a criação das jogadas de ataque, algumas vezes com pormenores técnicos deliciosos, mostrando qualidade a combinar com os companheiros. Também é forte no jogo aéreo (1,87 m) e combativo, sem medo do choque, ganhando muitas vezes as primeiras bolas na sequência de lançamentos laterais ou quando o guarda-redes ou os defesas são obrigados a bater longo na frente. Já com alguma matreirice na ocupação dos espaços, gosta de se posicionar nas costas do central do lado oposto ao da bola para surpreender a defesa adversária com uma desmarcação.

Além destes seis, devo fazer menções honrosas aos extremos Bruno Tavares e Joelson Fernandes. Não é crível que se estreiam em breve pela equipa principal, pois há opções para dar e vender nas alas: Acuña, Rafael Camacho, Vietto, Fernando, Gonzalo Plata, Jesé Rodríguez, Jovane Cabral e Bolasie. Porém, Bruno Tavares (júnior de primeiro ano) tem mostrado um pé esquerdo com muita qualidade e alguma qualidade na tomada de decisão, e Joelson Fernandes (ainda juvenil!) tem vindo a surpreender pela facilidade com que tem imposto a sua fantasia dois escalões acima, embora por vezes se torne demasiado individualista.