Já o mercado de transferências
tinha fechado há vários dias quando o Vitória
de Setúbal anunciou a contratação do avançado argelino Nabil Ghilas, que em
Portugal passou por Moreirense e FC Porto. Se será um reforço de peso ou apenas
um nome sonante no plantel
sadino, só o tempo o dirá, mas uma coisa é certa: o Ghilas que vimos há uns
anos no nosso país e em Espanha daria bastante jeito à formação
orientada por Sandro Mendes.
Do atacante, agora com 29 anos,
recordo essencialmente uma temporada fantástica em 2012-13 ao serviço do
Moreirense, onde mostrou um nível bem acima da média para o emblema minhoto,
tendo apontado quase 50 por cento dos golos dos cónegos nesse campeonato – 13 de
30 -, que culminou na despromoção à II Liga. Foi
uma das revelações dessa época no patamar maior do futebol português e foi
sem surpresa que rumou ao FC Porto, numa altura em que o Sporting também se
mostrava muito interessado.
Em Moreira de Cónegos, mostrou
velocidade, agilidade, poder de impulsão, potência física, rapidez de desmarcação, combatividade, qualidade
no jogo aéreo, capacidade para segurar a bola e frieza na finalização, como
comprovaram os 16 golos em todas as competições.
No FC Porto esteve tapado por
Jackson Martínez, numa temporada complicada, depois das saídas de unidades
importantes como João
Moutinho, James Rodríguez e Christian Atsu. Mas na época seguinte, na liga
espanhola, voltou a apresentar um registo muito interessante no Córdoba, pelo
qual apontou sete golos, dois deles ao Atlético
Madrid e um ao Real Madrid.
Porém, depois iniciou uma
trajetória descendente. Não voltou à seleção argelina depois do Mundial 2014, passou
uma temporada sem qualquer golo marcado no Levante e rumou à Turquia. Primeiro,
no Gaziantepspor, apontou oito em 30 jogos em 2016-17 – arrisco dizer que, se repetir
esses números no Bonfim,
os vitorianos assinariam por baixo.
Contudo, nos últimos dois anos
disputou apenas 30 jogos (sete golos) ao serviço do Goztepe, sendo que apenas
jogou nove na última temporada. 1348 minutos em duas épocas, o equivalente a 15
encontros completos, não é um registo nada animador no que concerne a ritmo de
jogo. Além disso, ganhou a reputação de levar uma vida boémia fora dos relvados,
com excesso de peso e algumas polémicas. Resta saber se os ares do Sado o
conseguirão reabilitar e se vai voltar a ser feliz de verde e branco, como no Moreirense e no Córdoba.
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