sexta-feira, 5 de julho de 2019

Chiquinho. Sombra de Pizzi ou sinal de regresso do Benfica ao 4x3x3?

Chiquinho assinou pelo Benfica até junho de 2024
Não fosse o fenómeno João Félix e talvez estivéssemos a falar da grande revelação da I Liga em 2018/19. Chiquinho apareceu na época passada em grande plano pelo Moreirense depois de ter brilhado na temporada transata pela Académica na II Liga e de ter integrado parte do período preparatório do Benfica, tendo trabalhado às ordens de Rui Vitória há um ano.


Numa equipa de autor, obra do romântico Ivo Vieira, o futebolista de 23 anos surgiu como terceiro médio num sistema que pode ser de 4x3x3 ou de 4x2x3x1 mas cuja dinâmica é quase sempre a mesma: jogar apoiado, promovendo a relação com a bola de todos os jogadores e pressionar alto para recuperar em terrenos adiantados.

Inserido num modelo de jogo tão atrativo, sobressaiu o talento de Chiquinho, uma espécie de mini Bruno Fernandes, salvo as devidas proporções, pela forma exuberante como leva a equipa para a frente, transportando a bola e dinamizando e organizando os ataques dos minhotos no meio-campo ofensivo.


Depois de 10 golos e oito assistências em todas as competições pelos minhotos, garantiu o bilhete de regresso ao Benfica, onde agora vai ser orientado por Bruno Lage. A generalidade da imprensa tem escrito que Chiquinho chega à Luz para ser uma alternativa a Pizzi, mas creio que têm desempenhado funções diferentes e exibem características distintas.


É necessário recordar que o transmontano não só fez grande parte da carreira como chegou à seleção nacional ainda com Paulo Bento enquanto extremo, ainda que se tenha afirmado no Benfica sobretudo em zonas interiores, ora como único médio à frente do trinco no 4x1x3x2 de Jorge Jesus em 2014-15 e de Rui Vitória em 2016-17 ora como médio interior no 4x3x3 de Vitória em 2017-18 e primeira metade de 2018-19. Com Bruno Lage, voltou à ala como uma espécie de falso extremo por aliar grande conhecimento do que é jogar por dentro e jogar por fora, aparecendo muitas vezes na faixa central através de diagonais para organizar o jogo, criar superioridade numérica e oferecer critério à zona de definição mas sem perder a articulação com o lateral do seu lado. Já Chiquinho tem mostrado exclusivamente capacidade para atuar em terrenos interiores e, quando na dinâmica de jogo do Moreirense descaía para uma ala, fazia-o para a esquerda – precisamente o flanco oposto ao de Pizzi -, para estar com mais conforto de frente para o jogo.

No entanto, a ideia dos responsáveis benfiquistas pode ser outra. Atendendo à saída de João Félix, à escassez de opções para as duas posições do eixo do ataque e ao elevado número de médios de que o plantel encarnado dispõe – Florentino, Samaris, Fejsa, Gedson, Gabriel, Taarabt, os recém-promovidos à equipa principal Tiago Dantas, David Tavares e Nuno Santos e agora Chiquinho - não seria de descurar o regresso ao 4x3x3.






























1 comentário:

  1. Induzido pelas opiniões generalizadas, adequei o meu pensamento ao relatado, pois sempre julguei que Chiquinho podia ser o substituto do Pizzi.

    Na verdade, mantendo o 4-4-2, com a saída de Félix e a provável, mas não confirmada, retirada do Jonas, uma das posições do esquema tático está carente de titular indiscutível. Segundo Lage, o mesmo indica que há jogadores no plantel disponíveis para a posição - se não estou em erro, mencionou Rafa, Taarabt e Jota. Com a chegada do Chiquinho, alimentei a ideia de ter Pizzi na posição de Félix e o Chiquinho a desempenhar as funções do internacional português.

    Após a leitura as minhas expectativas estão desfeitas. Se realmente o autor da publicação tiver razão, ou o Benfica altera o esquema tático ou terá que encontrar um excelente substituto para colmatar as ausências de Jonas e Félix.

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