quarta-feira, 25 de setembro de 2024

O gigante que nunca jogou na I Liga portuguesa, mas foi ao Mundial 2010. Quem se lembra de Daniel Fernandes?

Daniel Fernandes somou duas internacionalizações pela seleção A
Daniel Fernandes foi um daqueles jogadores dos quais poucos terão ouvido falar até… surgir na seleção nacional. Passou discretamente pelos juniores e equipa B do FC Porto e nunca jogou na I Liga portuguesa até que foi chamado aos sub-21 em 2006, já depois de ter representado a seleção de sub-20 do… Canadá. Nesse mesmo ano participou no Europeu da categoria e foi chamado pela primeira vez à principal equipa das quinas por Luiz Felipe Scolari.
 
Em junho de 2007 fez a estreia pela seleção principal, num particular diante do Kuwait, e esteve várias vezes entre os eleitos de Carlos Queiroz na qualificação para o Mundial 2010, tendo sido convocado também para a fase final. Depois voltou a desaparecer do mapa.
 
Filho de pai português e de mais checoslovaca, nasceu em Edmonton, mas cresceu em East Vancouver, no Canadá, tendo começado a jogar futebol nas camadas jovens dos Vancouver Olympics. Em 2000, quando tinha 17 anos, este gigante guarda-redes (1,96 m) mudou-se para o país do pai e ingressou nos juniores do FC Porto. “O meu pai falou com o Ilídio Vale [à época coordenador do futebol jovem do FC Porto] e eu fui lá fazer umas captações. Acabei por ficar. Não deu certo, infelizmente. (…) Mas o FC Porto foi a melhor experiência da minha vida. Ter jogado na equipa B com aquela camisola foi um privilégio. Joguei com grandes jogadores como Hugo Almeida, Bruno Alves e Hélder Postiga”, recordou ao Maisfutebol, em novembro de 2016.
 
Em 2002 transferiu-se para a equipa B do Celta de Vigo, clube que o emprestou ao SSV Jahn Regensburg, da II Liga alemã, mas Daniel Fernandes só jogou pelos bês do emblema germânico. Por esta altura, porém, tornou-se internacional sub-20 pelo Canadá.
 
Apesar deste início de carreira pouco promissor, em 2004 foi fazer testes ao PAOK, um dos principais clubes da Grécia, e foi aprovado. Começou por ser um habitual suplente, mas uma mudança de comando técnico em setembro de 2005, com Giorgos Kostikos a suceder a Nikos Karageorgiou, levou-o à titularidade na baliza da equipa de Salónica.
 
 
Quem não ficou indiferente a este desenvolvimento na carreira do guardião foi a Federação Portuguesa de Futebol, primeiro com a convocatória para a seleção de sub-21, em fevereiro de 2006, e depois com a chamada à seleção principal, em novembro do mesmo ano, por parte de Scolari, tendo feito a estreia em junho de 2007. No entanto, não falava… português.
 
Depois de não ser convocado para o Euro 2008 foi transferido para os alemães do Bochum, que pagou 1,2 milhões de euros pelo seu passe, passando assim a jogar na Bundesliga.
 
 
Chamado ocasionalmente por Carlos Queiroz quando este assumiu o comando da seleção nacional, somou a segunda internacionalização num particular com a Finlândia no Algarve, em fevereiro de 2009, e foi convocado para o Mundial 2010 – a par de Eduardo e Beto e ao contrário de Quim e Rui Patrício – numa fase em que já jogava pelos gregos do Iraklis por empréstimo do Bochum, depois de ter perdido a titularidade no emblema germânico.
 
Após o Campeonato do Mundo da África do Sul não voltou a ser chamado à seleção e a sua carreira entrou numa curva descendente. Esteve em clubes como os gregos do Panathinaikos, os romenos do Cluj e os neerlandeses do Twente, mas em nenhum foi primeira escolha.
 
Haveria de regressar em Portugal para defender a baliza do Farense, então na II Liga, entre 2018 e 2020, mas depois de ter começado a aventura no Algarve como titular foi destronado por Hugo Marques em janeiro de 2019.
 
 
O último clube pelo qual atuou foi o Gudja United, de Malta, em 2022-23.







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