quinta-feira, 27 de junho de 2024

O percurso dos campeões europeus: França em 2000

França conquistou o seu primeiro título europeu em 2000
Pela primeira vez na história, em 2000 o Campeonato da Europa foi vencido pela seleção que tinha o estatuto de campeã mundial: A França de Zinédine Zidane, Laurent Blanc, Patrick Vieira, Marcel Desailly, Lilian Thuram, Thierry Henry, Didier Deschamps, Fabien Barthez, Bixente Lizarazu, David Trezeguet e companhia. Enfim, só craques.
 
Mas essa não foi a única novidade. Também pela primeira vez, a UEFA entregou a organização a dois países, Holanda e Bélgica, que assim pouparam na despesa de uma eventual organização a solo e se pouparam à… fase de qualificação. Os belgas haveriam de tornar-se, de resto, na primeira seleção anfitriã a não passar a fase de grupos de um Europeu.
 
Apesar do estatuto de campeã mundial, a fase de qualificação não foi propriamente um passeio para a França. À entrada para a última jornada, les bleus ocupavam o terceiro lugar do Grupo 4, com os mesmos 18 pontos que a Rússia, que era segunda classificada, e menos um ponto que a líder Ucrânia. E nessa derradeira jornada, os gauleses sofreram para bater a Islândia no Stade de France (3-2), ao passo que russos e ucranianos empataram entre si em Moscovo. Ou seja, verificou-se a única conjugação de resultados possível de apurar os franceses diretamente, em primeiro lugar. Arménia e Andorra eram as outras seleções desse grupo de apuramento.
 

 
Quem também se apurou diretamente foi Portugal, como melhor segundo classificado dos nove grupos, tendo ficado atrás da Roménia no Grupo 7.
 
Na fase final, França ficou alocada no Grupo D, juntamente com a anfitriã Holanda, a vice-campeã europeia República Checa e uma Dinamarca que oito anos antes havia conquistado o título continental.
 
Na primeira jornada, a seleção comandada por Roger Lemerre bateu a Dinamarca em Bruges por esclarecedores 3-0. Blanc abriu o ativo aos 16 minutos e Wiltord fechou as contas aos 90’, mas o grande momento desse jogo foi o lance do segundo golo, um slalom de 70 metros de Henry.
 
 
 
Cinco dias depois, França voltou a Bruges para defrontar a República Checa. Sofreu um pouco mais, mas voltou a sair vitoriosa (2-1). Henry inaugurou o marcador aos sete minutos, mas Karel Poborsky, que na altura jogava no Benfica, empatou aos 35’ na conversão de uma grande penalidade. À passagem da hora de jogo, o recém-entrado Djorkaeff apontou o golo da vitória.
 
 
 
Como França e Holanda somaram seis pontos e República Checa e Dinamarca nenhum nos dois primeiros jogos, gauleses e holandeses partiram para a última jornada já apurados para os quartos de final e apresentaram segundas linhas quando se defrontaram em Amesterdão. Num jogo aberto, les bleus estiveram por duas vezes em vantagem, graças aos golos de Dugarry (8 minutos) e Trezeguet (30’), mas Kluivert (14’) e Frank de Boer restabeleceram a igualdade (51’), tendo Zenden apontado o 3-2 final para a seleção laranja (59’).
 
 
 
Nos quartos de final França defrontou a vizinha Espanha, numa reedição da final do Euro 1984, mas desta vez em terreno neutro (Bruges, na Bélgica). Tal como 16 anos antes, o golo inaugural foi apontado na execução de um livre direto por parte do camisola 10 francês, desta feita Zidane e não Platini (aos 33 minutos). Mendieta empatou pouco depois, na conversão de um penálti (38’). Porém, ainda antes do intervalo Djorkaeff fez o 2-1 para os gauleses. À beira do apito final de Pierluigi Collina, la roja teve a hipótese de empatar o encontro e adiar a decisão para prolongamento, mas Raúl falhou uma grande penalidade, atirando a bola para as nuvens.
 
 
 
Nas meias-finais, França encontrou precisamente o mesmo adversário das semifinais do Euro 1984, Portugal. Desta feita, a chamada geração de ouro portuguesa, com Vítor Baía, Jorge Costa, Fernando Couto, Figo e Rui Costa. A seleção lusa, comandada por Humberto Coelho, até começou melhor a partida realizada em Bruxelas, com um grande golo de Nuno Gomes aos 17 minutos. Os gauleses empataram por intermédio de Henry, aos 50’. Depois de um nulo no final dos 90 minutos, a decisão foi adiada por prolongamento. Depois de quase meia hora sem golos, Abel Xavier travou um remate de Wiltord com a mão e foi assinalado um penálti por parte do árbitro assistente, o eslovaco Igor Sramka. E Zidane converteu a grande penalidade, marcou o golo de ouro que apurou França para a final.
 
 
 
A final, ao contrário do que costuma acontecer, foi disputada não na capital de um dos países organizadores, que seria Bruxelas ou Amesterdão, mas sim na cidade holandesa de Roterdão, entre França e uma Itália orientada por Dino Zoff e com craques como Fabio Cannavaro, Alessandro Nesta, Paolo Maldini, Demetrio Albertini, Alessandro Del Piero e Francesco Totti. Depois de uma primeira parte sem golos, Delvecchio adiantou a seleção transalpina ao minuto 55, após cruzamento de Pessotto. Já nos derradeiros instantes da partida e numa fase em que os franceses davam tudo por tudo, Wiltord empatou o jogo (90+1’), atirando a decisão para prolongamento. Aos 103’, Trezeguet disparou para o fundo das redes de Toldo, assistido por Pires, marcando assim o golo de ouro que decidiu a final.  
 
 
 

Os campeões

 
Guarda-redes: Bernard Lama (Paris Saint-Germain), Fabien Barthez (Mónaco) e Ulrich Ramé (Bordéus)
 
Defesas: Vincent Candela (Roma), Bixente Lizarazu (Bayern), Laurent Blanc (Inter), Marcel Desailly e Frank Lebœuf (ambos Chelsea) e Lilian Thuram (Parma)
 
Médios: Patrick Vieira e Emmanuel Petit (ambos Arsenal), Youri Djorkaeff (Kaiserslautern), Didier Deschamps (Chelsea), Zinédine Zidane (Juventus), Robert Pires (Marselha), Johan Micoud (Bordéus) e Christian Karembeu (Real Madrid)
 
Avançados: Nicolas Anelka (Real Madrid), Sylvain Wiltord e Christophe Dugarry (ambos Bordéus), Thierry Henry (Arsenal) e David Trezeguet (Mónaco)
 
Selecionador: Roger Lemerre 



 






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