quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

A minha primeira memória de… um clássico entre Benfica e FC Porto na Taça de Portugal

Benfiquista Geraldo entre portistas Peixe e Romeu
Recuemos até 2000-01, uma temporada marcada pela pior classificação de sempre do Benfica na I Liga, o 6.º lugar, e pelo segundo ano consecutivo do FC Porto sem se sagrar campeão, algo que já não acontecia desde o início da década de 1980. No entanto, ambas as equipas tiveram os seus momentos de brilho: as águias chegaram a sonhar com a conquista do título no início da segunda volta e os dragões dominaram a prova durante quase toda a primeira volta e ainda venceram (pela segunda época seguida) a Taça de Portugal.
 
A 17 de janeiro de 2001, os encarnados então orientados por Toni apresentaram-se na máxima força na receção às segundas linhas dos azuis e brancos, comandadas por Fernando Santos. No entanto, as duas equipas equivaleram-se no resultado após 90 e 120 minutos de futebol.
 



No final do primeiro tempo, o árbitro José Pratas poupou a expulsão ao guarda-redes portista Pedro Espinha, uma vez que este impediu que o avançado benfiquista João Tomás se isolasse ao utilizar a mão para intersetar a bola fora da área.
 
No início da segunda parte, Maniche, que na altura jogava preferencialmente nas alas do Benfica, apareceu em zona de tiro e inaugurou o marcador após passe do holandês Pierre van Hooijdonk (54’). Já na reta final da partida, o avançado croata Silvio Marić empatou a partida o FC Porto, de cabeça, após livre lateral executado por Folha a partir da direita (84’). O 1-1 perdurou até ao final do prolongamento e atirou a decisão para as Antas.
 
“O primeiro round do duplo Benfica-FC Porto desta semana acabou empatado e transferiu para o Estádio das Antas a decisão sobre qual das equipas continuará em prova na Taça de Portugal. Quarta-feira, na Luz, os 120 minutos foram jogados quase sempre à chuva e proporcionaram um encontro muito musculado, de luta permanente, entre duas equipas a atravessarem um momento delicado e sem grandes motivos para decidirem correr grandes riscos. O resultado final reflete o equilíbrio, embora o Benfica tivesse estado mais perto de sair vencedor de um jogo no decorrer do qual o árbitro, José Pratas, mais uma vez evidenciou que, apesar de tecnicamente capaz, é um homem com pouca vocação para decisões que exijam coragem, como seria a expulsão de Pedro Espinha, à beira do intervalo, por se opor a João Tomás, com as mãos, fora da área e sem mais ninguém entre ele e a baliza!...”, escreveu o Record.
 

 
Quatro dias depois, os dois rivais voltaram a defrontar-se na Luz, desta feita para o campeonato, e o Benfica venceu por 2-1, com dois golos de Van Hooijdonk (26’ g.p. e 80’) face a um de Capucho (41’).
 
E depois de um empate e de uma derrota, o FC Porto venceu no terceiro encontro diante do Benfica em seis dias, e logo com goleada: 4-0. Perante umas águias algo poupadas, com Van Hooijdonk sem sair do banco, marcaram para os dragões o médio russo Dmitri Alenichev (10 e 67’ g.p.), o avançado brasileiro Pena (28’) e o médio paraguaio Carlos Paredes (34’).
 
“O FC Porto passou terça-feira aos quartos-de-final da Taça de Portugal, vencendo o Benfica nas Antas, no jogo de desempate, por 4-0. Uma goleada, é certo, mas escassa para a diferença que se viu em campo, porque a tropa guerrilheira de Fernando Santos, talvez na melhor exibição da época - talvez apenas porque a oposição foi muito fraca... -, destroçou por completo um Benfica que nunca entrou no jogo. Neste terceiro clássico em menos de uma semana, aconteceu a vitória do FC Porto, depois de um empate e uma derrota na Luz. Aparentemente, as duas equipas são muito iguais, mas a goleada de terça-feira revelou, desde logo, a diferença na qualidade entre os dois plantéis. Se na quarta-feira passada a segunda equipa do FC Porto podia ter vencido (empatou 1-1) na Luz, desta vez a diferença foi quase entre seniores e juniores”, resumiu o Record.
 



 








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