A minha primeira memória de um
jogo entre o AC
Milan e equipas portuguesas remonta aos últimos meses de 2001, quando o colosso
italiano mediu forças com o Sporting
na terceira eliminatória da Taça
UEFA – infelizmente, já não fui a tempo das desavenças entre George Weah e
Jorge Costa e do bis de Jardel em San
Siro num encontro com o FC
Porto em 1996.
Embora o AC
Milan seja um nome que mete respeito no futebol europeu, a verdade é que os
rossoneri
não viviam um momento particularmente feliz. Carlos Ancelotti estava no comando
técnico há apenas duas semanas, após o despedimento de Fatih Terim, e nem a
chegada de Rui Costa estava a surtir efeitos positivos. Na temporada anterior os milaneses
não foram além de um sexto lugar no campeonato
e já não venciam qualquer troféu desde que se sagraram campeões de Itália
em 1998-99. Demasiado pouco para aquele que tinha sido o clube da moda do
início da década de 1990.
Porém, este AC
Milan, que nas rondas anteriores eliminou BATE Borisov e CSKA Sófia, apresentou
nos jogos com o Sporting
dez dos 14 jogadores que um ano e meio foram utilizados na final
da Liga dos Campeões, ganha à Juventus em Old Trafford: os defesas Maldini,
Kaladze, Costacurta e Roque Júnior, os médios Pirlo (não saiu do banco em ambos
os jogos com os leões),
Gattuso, Rui Costa e Serginho e os avançados Inzaghi e Shevchenko. Quanto aos
outros, Dida estava cedido ao Corinthians,
Nesta ainda era jogador da Lazio, Seedorf atuava no rival Inter e Ambrosini estava
a contas com uma grave lesão no joelho.
Na primeira-mão, em San Siro, Ancelotti
apostou num 4x3x1x2 que marcaria os seus primeiros anos no comando técnico do AC
Milan, enquanto o treinador leonino
Laszlo Bölöni apostou no reforço defensivo: um quinteto de defesas (César Prates,
Beto, André Cruz, Babb e Rui Jorge), dois médios com características defensivas
(Hugo e Paulo Bento) e apenas três homens de cariz ofensivo (João Pinto,
Niculae e Jardel). Nas rondas anteriores, os leões
tinham afastado os dinamarqueses do Midtjylland e os suecos do Halmstads.
De nada valeu esse reforço
defensivo ao Sporting,
que perdeu no Giuseppe Meazza por dois golos sem resposta e ficou com um pé
fora da Taça
UEFA.
Já depois de Serginho ter
cabeceado em direção à trave, Albertini descobriu Shevchenko com um passe
magistral que rasgou por completo a defesa leonina e o avançado ucraniano rodou
sobre Phil Babb e picou a bola sobre Tiago com toda a classe do mundo,
colocando assim os milaneses
em vantagem aos 36 minutos.
Na segunda parte, Serginho voltou
a atirar à trave, desta vez através de um remate de fora da área que ainda foi
defendido por Tiago, e depois fez a assistência para o 2-0, apontado por Filippo
Inzaghi, que se antecipou a Babb antes de encostar para o interior da baliza sportinguista
(76’).
“’Branca’ de Jardel e... ‘branca’
do Sporting.
Parece sina. Num jogo em que os leões
estiveram ao nível do que de melhor já se lhes viu esta época, chegando mesmo a
controlar as operações durante a primeira meia hora de segunda parte, sabe a
pouco regressar a Lisboa com um resultado que dificilmente permitirá dar a
volta à eliminatória, sobretudo se olharmos para o respeitoso nome do
adversário: AC
Milan”, resumiu o Record.
À partida para a segunda-mão a
esperança leonina já não era muita, mas Laszlo Bölöni deu algum pendor ofensivo
à equipa com a entrada Hugo Viana para o lugar de Hugo no meio-campo. Porém,
Ancelotti mostrou enorme respeito pelo Sporting
ao colocar à frente da defesa um quarteto de meio-campo inteiramente de
características ofensivas: Gattuso e Donati no corredor central e os laterais
Contra e Kaladze nas alas. Na frente restava Rui Costa no apoio a Shevchenko.
Após uma primeira parte sem golos
em Alvalade,
o Sporting
chegou ao golo através de um lance tipicamente britânico: passe longo de João
Pinto à entrada do meio-campo ofensivo em direção à cabeça de Jardel e amortecimento
do brasileiro para um disparo fulminante de Marius Niculae (49’).
O avançado romeno colocou os verde
e brancos a um golo de igualar a eliminatória, mas quem marcou até ao apito
final foi o AC
Milan, por intermédio do espanhol Javi Moreno, a passe de Shevchenko, já em
tempo de compensação (90+4’).
“Último minuto e... lá se foi a
vitória. A vitória do Sporting,
que seria uma ‘vitória moral’ na eliminatória, pela proeza de ter subjugado 89
minutos o (ontem muito pouco) poderoso Milan.
Mas a crueza do futebol ao mais alto nível voltou a desiludir os adeptos leoninos,
quinze dias depois de terem engolido mal a derrota em San Siro (0-2) que traçou
o destino da eliminatória. O golo de Moreno, instantes antes do árbitro
terminar o encontro, colocou injustiça no resultado e retirou dois pontos às
contas portuguesas nas competições europeias. O veneno dos contra-ataques de
Shevchenko, principalmente depois da troca de Rui Costa pelo autor do golo (até
porque já só havia Paulo Bento a defender no miolo), não justificou a igualdade
num jogo em que o Sporting
mandou em quase todos os capítulos e conseguiu fazer o primeiro golo ao Milan
nesta edição da Taça
UEFA, após cinco zeros”, sintetizou o Record.
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ResponderEliminarAC Milan vs SV Casino Saltburg in 1994/1995.
Famous player Savicevic,Baresi,Desailly,Mardini,Feiersinger.
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Savicevic dribbles unbelievable!