segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Cádiz no Dijon para confirmar boas indicações dadas em Setúbal

Cádiz cedido pelo Benfica ao Dijon com opção de compra
Jhonder Cádiz levava três temporadas pouco convincentes em Portugal, ao serviço de União da Madeira, Nacional e Moreirense. E o Vitória de Setúbal procurava um ponta de lança em conta e que pudesse corresponder ao futebol físico idealizado por Lito Vidigal. Assim se deu o casamento que, ainda que sem um número astronómico de golos, satisfez as intenções de ambas as partes, mesmo já com Sandro no comando técnico.


No Bonfim, o avançado venezuelano de elevada estatura (1,91 m) mostrou atributos que pareciam ocultos aquando das primeiras aventuras na I Liga portuguesa. Além da capacidade para se impor no jogo aéreo, que fez dele o terceiro jogador com mais duelos aéreos ofensivos ganhos o campeonato (4,49 a cada 90 minutos) e foi bastante útil no futebol direto tantas vezes utilizado pelos sadinos, apresentou mais-valias em termos técnicos e atléticos.

Ainda que meio desengonçado, é um atacante que faz das suas principais armas a velocidade e a qualidade de condução de bola em velocidade. Em jornadas consecutivas no arranque da segunda volta, frente a Desportivo das Aves e Sporting, galgou metros com a redondinha nos pés antes de fuzilar os guarda-redes adversários.



Para complementar essa profundidade, exibe capacidade para rodar sobre os defesas e facilidade de remate, atirando à baliza com qualquer pé, a partir de qualquer posição, sem pedir licença. O que lhe vai faltando é uma maior taxa de acerto na definição dos lances, aspeto em que precisa urgentemente de crescer para se afirmar a um nível elevado.

Enquanto limou arestas, atravessou aos 23 anos a melhor temporada da carreira em Portugal, com 10 golos marcados – tinha apontado quatro pelo U. Madeira em 2015/16, um pelo Nacional em 2016/17 e dois pelo Moreirense em 2017/18 -, o que lhe permitiu a chamada à seleção venezuelana e consequente estreia, em outubro do ano passado, frente aos Emirados Árabes Unidos.

Entretanto, vinculou-se ao Benfica até 2024, mas já se esperava que não integrasse o plantel. Ainda jogou com a camisola da equipa principal dos encarnados durante 15 minutos no jogo de apresentação aos sócios, diante do Anderlecht, mas uma lesão afastou-o para sempre dos trabalhos às ordens de Bruno Lage.


Agora, Cádiz foi emprestado ao Dijon, clube que milita na liga francesa, onde poderá prosseguir o seu desenvolvimento num degrau intermédio entre o Vitória de Setúbal e o Benfica, num emblema modesto de um campeonato mais competitivo. “É um jogador versátil e tem qualidades algo raras para um jogador do tamanho dele (1,91 metros). Ele gosta de procurar o espaço e utilizar rapidez e potência. Além disso vai trazer outra dimensão física ao nosso jogo”, analisou Sebastien Larcier, responsável pela prospeção da formação gaulesa.













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