domingo, 1 de setembro de 2019

O Chelsea ainda tem um meio-campo de fazer inveja

Jorginho, Kovacic e Kanté enchem o meio-campo do Chelsea
Dá a sensação de que o Chelsea tem vindo a perder fulgor nos últimos anos. O proprietário Roman Abramovich aparenta estar demasiado ausente e já não moram em Stamford Bridge jogadores de referência como John Terry ou o agora treinador Frank Lampard, mágicos como Eden Hazard, goleadores como Didier Drogba ou Diego Costa e centrais imponentes como Ricardo Carvalho ou Ivanovic.


Os londrinos parecem estar a perder o comboio europeu, pois desde 2013/14 que não passam dos oitavos de final da Liga dos Campeões, e também vão sentindo dificuldades para acompanhar o andamento de Liverpool e sobretudo do Manchester City a nível interno. A recente proibição de contratar jogadores até ao verão de 2020 e o atraso no recrutamento do novo treinador são fortes indicadores de que algo está a correr mal para os blues.

As expetativas estão realmente baixas. Muito se tem falado na juventude da equipa e, em virtude disso, na pouca pressão que Lampard terá pelo menos neste primeiro ano, uma vez que não terá as condições ideais para trabalhar em termos de mão-de-obra. A pesada derrota sofrida em Old Trafford (0-4) no arranque da Premier League trouxe validade a essa teoria, mas daí a menosprezar este Chelsea vai uma longa distância.

Se há coisa que a equipa londrina ainda tem e que faz inveja a muitas outras no futebol europeu é o seu meio-campo, uma autêntica sala de máquinas onde laboram Jorginho, Kanté e Kovacic, três jogadores que se completam muito bem embora partilhem algumas características, como a qualidade de passe e a alta rotação que patenteiam em campo.

Juntos, oferecem aos blues uma capacidade enorme para pressionar alto e estrangular a primeira fase de construção do adversário, mas, por outro lado, combinar bem em espaços curtos e sair com a bola jogável de uma zona de pressão. Bem posicionados e dotados de pulmões que permitem rapidamente e constantemente estar no sítio certo à hora certa, não deixam exposta a linha defensiva e, em situação ofensiva, conseguem que pelo menos um deles se solte para o último terço do canto para apoiar os homens da frente. É um trio que vale acima de tudo pelo seu todo e pela coordenação que ostenta do que pela soma das partes, embora estejamos a falar de jogadores talentosíssimos, que estão entre os melhores do mundo.

Individualmente, Jorginho é o mais posicional dos três, o que menos se solta para os últimos 30 metros, assumindo as funções de primeiro pensador e organizador de jogo dos londrinos e de principal ponto de equilíbrio da equipa na hora de defender - é ele, mais do que os outros, que se desloca de um flanco ao outro do campo para dar cobertura em situação defensiva. Kanté é o que mais dispensa apresentações: é um campeão do mundo, uma figura cuja simpatia se traduz em jogo numa enorme generosidade para fazer piscinas de área a área, a atacar e a defender, uma autêntica formiguinha (1,68 m) que enche o campo e que concilia como poucos no futebol mundial capacidade de trabalho e talento, nomeadamente no transporte de bola e no passe. Kovacic, sendo também uma centrocampista sempre em alta rotação e que ajuda o meio-campo blue a funcionar como tampão à construção de jogo da equipa adversária, é um homem de último passe e aquele que, dos três, mais se aproxima das funções de número 10.


















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