Nem tudo são más notícias para um
Sporting
que começou a temporada com uma derrota pesada na Supertaça às mãos do rival
Benfica depois de uma pré-época em que não conseguiu vencer qualquer jogo. A
saída de Gudelj, médio defensivo titularíssimo em 2018-19, abriu as portas do
onze a Idrissa Doumbia, que tem feito crescer água na boca aos sportinguistas…
e ao Liverpool.
Numa posição que durante cinco
temporadas teve como dono e senhor William
Carvalho, o jovem médio costa-marfinense tem mostrado atributos técnicos
superiores aos do internacional português, embora ainda esteja longe de atingir
a fase de maturação desejada. A principal valência do jogador recrutado aos
russos do Akhmat Grozny é a capacidade que tem de fazer a equipa progredir no
terreno, de a fazer jogar para a frente.
Quando recebe a bola, o
centrocampista de 21 anos evidencia visão de jogo e qualidade de passe,
descobrindo rapidamente um companheiro numa posição mais adiantada e
entregando-lhe o esférico redondinho. Dá a ideia que não precisa de muito tempo
para pensar na melhor solução, tal a velocidade com que toma decisões
acertadas. E quando não faz a equipa progredir através do passe vertical, fá-lo
pela via do transporte de bola, conseguindo galgar terreno com ela dominada
pelo meio-campo ofensivo em passada larga.
Autêntica viga, de 1,87 m,
utiliza o corpo para ganhar os lances e exibe agilidade notável pela forma como
recupera a bola ao esticar a perna, o que o torna um médio-defensivo muito
completo em termos de atributos técnicos e físicos, algo muito apreciado pelos
principais clubes europeus. É o complemento ideal para o motor Wendel e o
maestro Bruno
Fernandes na zona nevrálgica dos verde e brancos.
Autêntico diamante em bruto para Marcel
Keizer ir polindo nos próximos meses, Doumbia carece ainda de algumas
qualidades táticas, faltando-lhe descobrir os melhores terrenos para pisar para
deixar a equipa equilibrada. Os leões
têm estado muito expostos a transições rápidas neste início de temporada e
necessitam que o seu médio mais posicional, que tanto lhes dá em termos
ofensivos – embora nem sempre o jogar para a frente seja o mais apropriado -, possa
ser bem mais eficiente nas tarefas de cobertura e funcione como um tampão à
frente da linha defensiva.
Ainda assim, há que atribuir
muito mérito a quem o descobriu num campeonato para o qual o futebol português
está mais habituado a exportar do que a importar e lhe identificou grande
talento antes dos principais emblemas russos.
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