quinta-feira, 13 de junho de 2019

Aí vem Jota para contrariar a crise do drible

Aos 20 anos, Jota leva três temporadas no futebol sénior
Depois de João Félix, Ferro e Florentino se terem estabelecido como titulares no Benfica com Bruno Lage, os dois últimos aproveitando lesões de Jardel e Gabriel, a fábrica do Seixal vai mostrando cada vez mais importância e, olhando para os produtos que de lá vão saindo, tem tudo para reforçar a sua presença no onze encarnado.

Sobretudo pelo talento que tem mas também pelas características individuais e pelo modelo de jogo das águias, o próximo a agarrar uma oportunidade poderá muito bem vir a ser João Filipe, mais conhecido por Jota.


Lage já disse que conta com ele como avançado e utilizou-o até como parte de uma dupla de ataque bastante móvel com Rafa frente ao Dínamo Zagreb na Luz, mas é no corredor esquerdo que melhor consegue exprimir o seu futebol, um pouco à imagem do internacional português com que emparelhou.

O grande momento de forma de Rafa e a presença no plantel de jogadores há mais tempo na equipa como Cervi e Zivkovic acabaram por limitar um pouco a utilização de Jota, que não foi além de 90 minutos distribuídos por cinco jogos às ordens do treinador setubalense, mas o caso poderá mudar de figura na próxima época. Além de a concorrência poder diminuir – tanto o argentino como o sérvio já terão percebido que têm pouco espaço -, o jovem extremo de 20 anos fará a pré-temporada e partirá mais à frente na grelha de partida.

Mais tecnicista e fantasista do que Rafa mas sem a mesma velocidade (e experiência), Jota tem ainda assim os atributos necessários para encaixar no 4x4x2 assimétrico do Benfica, que contempla um extremo puro na ala esquerda e um médio ofensivo na direita (Pizzi). Destro com tendência para fazer diagonais do flanco para zonas interiores e muito forte nas transições ofensivas tal como o antigo jogador do Sp. Braga, tem muita qualidade no um contra um e não tem medo de ir para cima dos defesas.


Desequilibrador-nato, é um fantasista com a bola nos pés, ainda que por vezes abuse nos rodriguinhos. É uma pedrada no charco numa altura em que o drible está em crise não só em Portugal como no futebol mundial. Desenvencilha-se bem em espaços curtos, aproveita cada milímetro para fazer mossa na defesa adversária e é letal na fase de definição, tanto no último passe como na finalização.

Já leva mais de 50 jogos no futebol profissional e um longo historial de provas internacionais do futebol jovem de clubes e seleções e tem um potencial enormíssimo, mas ainda não é um produto acabado. A temporada que aí vêm servirá certamente para polir arestas e começar a cumprir ao mais alto nível aquilo que o seu futebol tanto promete.

























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