segunda-feira, 18 de março de 2019

Benfica torna fácil a visita à revelação Moreirense e volta ao topo

João Félix e Ivanildo em disputa de bola no jogo aéreo
Pela classificação do Moreirense, as menos de 72 horas de descanso após os 120 minutos frente ao Dínamo Zagreb e a pressão imposta pela vitória do FC Porto na véspera, esperava-se uma deslocação difícil do Benfica a Moreira de Cónegos. Porém, a águia tornou fácil o encontro deste domingo e recolocou-se no topo da classificação, em igualdade pontual com os dragões mas vantagem no confronto direto.


Quem acompanha a I Liga sabe que este Moreirense de Ivo Vieira é uma equipa de autor, arrojada no futebol praticado, com intérpretes de qualidade, não perdia em casa há dez jogos e tinha marcado em todos os encontros anteriores da segunda volta do campeonato, mas desta vez não conseguiu, no mínimo, discutir o resultado com os homens de Bruno Lage.

É verdade que houve um golo anulado a Bilel (21') que promete fazer correr alguma tinta, pela impossibilidade de conferir a cem por cento a sua invalidade, mas o Benfica esteve quase sempre por cima. Aos dez minutos, já levava dois remates perigosos, por Pizzi (3') e Rafa (9'), aos quais se somou um golo anulado a Jonas pouco depois da meia hora, por fora de jogo de Pizzi (31').

João Félix mostra como se faz

Se os dois alas internacionais portugueses, apesar da experiência, foram perdulários na cara de Trigueira, João Félix revelou-se certeiro, voltando a definir com grande categoria após atacar o espaço nas costas do central Ivanildo (emprestado pelo Sporting). Com 19 anos e quatro meses mas a frieza de um veterano, voltou a não tremer à boca da baliza e somou o décimo golo na I Liga.

Cinco minutos depois, aos 43', Samaris saltou mais alto do que toda a gente na sequência de um canto executado por Pizzi e fez o 2-0, dando mais tranquilidade aos encarnados.

O Moreirense tentou responder no início da segunda parte, promovendo uma dupla alteração - saídas de Bruno Silva e Fábio Pacheco, entradas de D'Alberto e Ibrahima - que visava dotar a equipa de mais capacidade ofensiva; porém, acabou por sofrer o 0-3, que praticamente matou o jogo. Rafa apareceu nas costas da defesa minhota, servido por Jonas, e picou a bola sobre Trigueira (48').

A partir de então, o Benfica procurou controlar o jogo com um ritmo mais baixo e em zonas mais recuadas, Bruno Lage fez descansar os desgastados Pizzi, Gabriel e Jonas e ainda deu para a estreia a marcar de um menino da formação: Florentino Luís, a aproveitar uma bola perdida na sequência de um canto (83') para estabelecer o 0-4 final.



Taco a taco com vantagem encarnada

Benfica e FC Porto entram nos derradeiros dois meses de campeonato em igualdade pontual. Caso assim se mantenha até ao fim, serão os encarnados a festejar a conquista do título, uma vez que o principal critério de desempate no final da prova é o "número de pontos alcançados pelos clubes empatados, no jogo ou jogos que entre si realizaram". As águias venceram ambos os confrontos com o FC Porto, 1-0 em casa e 2-1 no Dragão. Ou seja, somaram seis pontos contra zero dos azuis e brancos nos jogos realizados entre eles.

Porém, convém lembrar que as regras da Liga para definir a classificação antes do final do campeonato são outras. Em primeiro lugar, a "maior diferença entre o número dos golos marcados e o número de golos sofridos pelos clubes nos jogos realizados em toda a competição", critério em que o Benfica leva atualmente vantagem, com um saldo positivo de 49 golos contra 38 do FC Porto. Caso as equipas estivessem empatadas nesse parâmetro, ficaria à frente a que tivesse "maior número de vitórias em toda a competição" - 20 contra 20 de momento - e, se o empate ainda vigorasse, o "maior número de golos marcados em toda a competição".

Por outras palavras, se Benfica e FC Porto ganharem os oito jogos que lhes restam, os dragões ainda poderão aparecer em primeiro lugar no decorrer do campeonato se ultrapassarem as águias na diferença entre golos marcados e sofridos, mas nunca quando a jornada 34 ficar fechada.

Tondela (casa), Feirense (fora), Vitória de Setúbal (casa), Marítimo (casa), Sp. Braga (fora), Portimonense (casa), Rio Ave (fora) e Santa Clara (casa) é o que falta disputar aos homens de Bruno Lage. Sp. Braga (fora), Boavista (casa), Portimonense (fora), Santa Clara (casa), Rio Ave (fora), Desp. Aves (casa), Nacional (fora) e Sporting (casa) é o que sobra jogar aos de Sérgio Conceição.

Jovem prodígio das águias abriu caminho para a vitória no Minho

Figura: João Félix

Mais um recital do jovem prodígio encarnado, que dois dias antes ficou a saber da convocatória para a seleção nacional. Com pormenores de classe aqui e ali, foi vagabundeando no último terço do campo e voltou a mostrar que não treme na cara do guarda-redes adversário. Frio como um cubo de gelo, olhou para o posicionamento de Trigueira e escolheu o melhor sítio para colocar a bola, abrindo caminho para uma vitória que se tornaria fácil e folgada.

Ficha de jogo

Jogo no Estádio Comendador Joaquim de Almeida Freitas, em Moreira de Cónegos.

Árbitro: Nuno Almeida (AF Algarve).

Assistência: 5510 espectadores.

Moreirense: Trigueira, João Aurélio, Halliche, Ivanildo, Bruno Silva (D'Alberto, 46), Fábio Pacheco (Ibrahima, 46), Ângelo Neto, Arsénio (Nenê, 60), Bilel, Pedro Nuno e Chiquinho.

Treinador: Ivo Vieira.

Benfica: Vlachodimos, André Almeida, Rúben Dias, Ferro, Grimaldo, Samaris, Gabriel (Florentino, 78), Pizzi (Gedson, 73), Rafa, João Félix e Jonas (Cervi, 85).

Treinador: Bruno Lage.

Marcadores: 0-1, João Félix, 37 minutos; 0-2, Samaris, 43; 0-3, Rafa, 48; 0-4, Florentino, 83.

Disciplina: cartão amarelo para João Aurélio (6), Fábio Pacheco (36), Ivanildo (62) e Bilel (90).


Veja o resumo do jogo














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