Francisco Stromp, um dos fundadores e a primeira grande figura do Sporting
Francisco Stromp jogou pelo Sporting entre 1908 e 1924
A primeira figura emblemática da
história do Sporting.
Foi um dos fundadores, jogador, capitão, treinador e, claro, campeão.
Filho de um médico, Francisco dos
Reis Stromp nasceu a 21 de maio de 1982, no Largo do Intendente, em Lisboa, e
foi um de seis. Adoeceu aos três anos, o que levou colegas de profissão do pai
a aconselhar a família a sair de Lisboa, para respirar um ar mais puro, o que
levou a uma mudança para o Lumiar, que na altura ficava fora da cidade. Foi nessa zona que conheceu José
Alvalade. Ambos dissidentes do Campo Grande Football Club, juntaram-se para
fundar um novo clube em 1906, o Sporting
Clube de Portugal. Estreou-se na equipa principal do
Sporting
com apenas 16 anos, em 1908, tendo-o feito na companhia do irmão mais velho,
António, atleta de eleição que chegou a participar nos Jogos Olímpicos de
Estocolmo (2012), em provas de velocidade. Haveria de se manter de leão
ao peito até à temporada 1923-24, quando pendurou as botas, tendo disputado mais de 100 jogos, muitos dos
quais na condição de capitão, e conquistado quatro títulos de campeão de
Lisboa. Em 1914-15 guiou o Sporting,
como capitão e treinador em campo, ao primeiro troféu da sua história, o
Campeonato de Lisboa; e em 1922-23 ajudou os verde
e brancos a conquistar o primeiro troféu de âmbito nacional, o Campeonato
de Portugal. Conhecido pela simpatia,
cavalheirismo e fair play, jogava como médio direito ou avançado centro,
tendo também representado diversas seleções de Lisboa, incluindo a primeira a
jogar no estrangeiro, que em agosto de 1910 bateu a congénere de Huelva por 4-0,
num encontro no qual bisou. Também foi árbitro de futebol, numa altura em que
eram jogadores que desempenhavam essas funções. Embora não fosse tão eclético
como o irmão, foi campeão nas disciplinas de lançamento do disco e da estafeta
3x100m e praticou ténis, críquete e râguebi. Desempenhou ainda, ao longo dos
anos, várias funções como dirigente do Sporting,
chegando a ocupar o cargo de vice-presidente entre agosto de 1924 e dezembro de
1925. A 1 de julho de 1930, no dia do
24.º aniversário do clube e numa altura em que sofria de Sífilis, naquela época
uma doença fatal, não aguentou o drama pessoal e suicidou-se na estação
ferroviária de Sete Rios, em Lisboa, metendo-se debaixo de um comboio. Numa
atitude de eterna gratidão, o Sporting
perpetuou-o como o sócio n.º 3, número que possuía na altura.
Francisco Stromp também tem sido
eternizado através de outras iniciativas, tendo dado o nome a um movimento de sportinguistas
que ficou conhecido como Grupo Stromp, que atribuiu os anuais Prémios Stromp; ao
equipamento metade verde, metade branco, que os leões
costumam utilizar nas taças; e a uma rua na zona do Estádio José Alvalade, onde
ficou colocado um busto evocativo.
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