sexta-feira, 21 de junho de 2024

O percurso dos campeões europeus: Dinamarca em 1992

Dinamarca foi repescada e acabou campeã europeia
O Euro 1992 foi aquele que teve o desfecho mais insólito de todos: a Dinamarca não conseguiu qualificar-se para a fase final, mas foi repescada devido à suspensão da Jugoslávia por causa da Guerra dos Balcãs e acabou por se sagrar campeã. 

A seleção nórdica foi a escolhida para substituir os balcânicos precisamente por ter concluído em segundo lugar o grupo de qualificação vencido pela Jugoslávia. Ou seja, se o critério fosse outro, provavelmente seria outra a equipa repescada para o torneio realizado na Suécia.
 
O selecionador Richard Moller-Nielsen foi obrigado a fazer as malas à pressa, mas não conseguiu convencer o grande craque dinamarquês da altura, Michael Laudrup, a deixar as férias para participar no torneio.
 
No primeiro jogo da fase final, em Malmoe, a Dinamarca não foi além de um empate a zero diante da Inglaterra de Gary Lineker e companhia.
 
 
 
No encontro seguinte, em Estocolmo, diante da anfitriã Suécia, a seleção dinamarquesa mostrou-se ao nível de uma… seleção repescada, tendo perdido por 1-0, com o golo sueco a ser apontado por Brolin aos 58 minutos, saindo da segunda jornada com apenas um ponto.
 
 
 
À entrada para esta jornada, a Suécia liderava o grupo com três pontos, mais um do que França e Inglaterra e mais dois do que a Dinamarca. Ou seja, até o triunfo dinamarquês diante de França em Malmoe poderia ser insuficiente. Seria necessário também que a seleção anfitriã batesse Inglaterra, ou então um empate que atiraria a decisão para os critérios de desempate.
 
Mas não foi preciso fazer demasiadas contas. A Dinamarca fez o seu trabalho, perante uma seleção francesa invicta há 34 meses, orientada por Michel Platini e que contava com craques como Amoros, Boli, Blanc, Deschamps, Papin e Cantona, tendo vencido por 2-1. Larsen (oito minutos) e Elstrup (78’) marcaram para os nórdicos, ao passo que Papin chegou a dar o empate aos franceses pelo meio (60’). No outro jogo, a Suécia bateu Inglaterra pelo mesmo resultado. Ou seja: ambas as seleções nórdicas apuradas para as meias-finais e França e Inglaterra eliminadas.
 
 
 
Nas meias-finais, a Dinamarca apanhou mais uma truta, a Holanda comandada por Rinus Michels e com craques como Ronald Koeman, Rijkaard, Bergkamp, Gullit e Van Basten. Numa meia-final emocionante disputada em Gotemburgo, Larsen adiantou a seleção nórdica logo aos cinco minutos, tendo Bergkamp restabelecido a igualdade aos 23’. O mesmo Larsen bisou aos 32’, tendo Rijkaard empatado novamente o encontro aos 85’. Seguiu-se prolongamento e desempate por penáltis. Costuma dizer-se que muitas das vezes os grandes craques falham nessas alturas e foi isso que aconteceu. Em dez grandes penalidades, o único que falhou foi Marco Van Basten: a Dinamarca venceu por 5-4 e juntou-se à Alemanha – que havia batido a Suécia na outra semifinal (3-2) – na final.
 
 
 
No jogo decisivo, disputado em Gotemburgo, a Dinamarca superiorizou-se à Alemanha comandada por Berti Vogts e com craques como Brehme, Sammer e Klinsmann e venceu por 2-0. Jensen inaugurou o marcador aos 18 minutos através de um potente remate à entrada da área, e Vilfort sentenciou o resultado aos 78’.
 
 
 

Os campeões

 
Guarda-redes
: Peter Schmeichel (Manchester United) e Mogens Krogh (Brondby)
 
Defesas: John Sivebaek (Mónaco), Kent Nielsen (Aarhus), Lars Olsen (Trabzonspor), Kim Christofte (Brondby), Torben Piechnik (B.1903) e Claus Christiansen (Lyngby)
 
Médios: Henrik Andersen (Colónia), John Jensen (Brondby), Johnny Molby (Nantes), Henrik Larsen (Lyngby) e Morten Bruun (Silkeborg)
 
Avançados: Flemming Povlsen (Borussia Dortmund), Lars Elstrup (Odense), Brian Laudrup (Bayern Munique), Torben Frank (Lyngby) e Bent Christensen (Schalke)
 
Selecionador: Richard Moller-Nielsen





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