quinta-feira, 2 de maio de 2024

George Best: “Em 1969 larguei as mulheres e o álcool. Foram os piores 20 minutos da minha vida”

George Best era conhecido como "Quinto Beatle"
Considerado um dos jogadores mais dotados de todos os tempos, com técnica apuradíssima, veia goleadora e propensão para a espetacularidade, George Best era tão brilhante com os dois pés como excêntrico fora dos relvados.
 
Estreou-se pelo Manchester United em 1963, ano em que os Beatles atingiram o primeiro lugar do top britânico com o single Please Please Me. A partir daí, este antigo internacional norte-irlandês ganhou e consolidou a alcunha de “Quinto Beatle”. Entre os pontos em comum entre o craque dos red devils e a banda estavam o êxito nas respetivas áreas, a enorme popularidade junto das mulheres e a rebeldia.
 
Por assim ser, Best era um boémio, o que o impediu de prolongar a sua estadia no topo do futebol mundial. Jogava muito, mas também bebia muito e divertia-se muito. “Sim, é verdade: gastei muito dinheiro em mulheres, álcool e carros desportivos. O resto desperdicei-o”, admitiu, ao seu jeito.
 
Um protótipo de futebolista pop, muito antes de David Beckham ou Cristiano Ronaldo, não negava a sua rebeldia, antes pelo contrário, até gostava de puxar dos galões: “Iria ter muitas dificuldades em escolher entre fazer um golaço ao Liverpool ou deitar-me com uma Miss Mundo. Felizmente, já fiz as duas coisas.”
 
“Em 1969 larguei as mulheres e o álcool: foram os piores 20 minutos da minha vida”, atirou, noutra ocasião, este vencedor da Taça dos Campeões Europeus em 1967-68, com vitória sobre o Benfica na final.
 
Por causa desse vício, deixou o Manchester United no início de 1974, quando tinha apenas 27 anos, e emigrou. Depois de experiências na África do Sul e na República da Irlanda, experimentou o futebol (e não só…) dos Estados Unidos: “Quando fui jogar para os Los Angeles Aztecs arranjaram-me uma casa com vista para o mar. Só tinha um problema: para chegar à praia tinha de passar por um bar. Nunca pus os pés na areia.”

 
Haveria de morrer cedo, aos 59 anos, com os órgãos vitais em falência por causa do álcool. Antes, quando questionado se se arrependia de alguma coisa na vida, confessou-se: “Marquei um penálti contra o Chelsea em 1971 e o Peter Bonetti defendeu-o. Se fosse hoje rematava para o outro lado.”




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