quarta-feira, 4 de outubro de 2023

A minha primeira memória de… um jogo entre FC Porto e equipas espanholas (e catalãs...)

Portista Cândido Costa procura ultrapassar Toledo
Mesmo tendo nascido em 1992, só me tornei seguidor de futebol depois dos jogos entre o FC Porto e o Real Madrid na fase de grupos da Liga dos Campeões no final da década de 1990 e diante do Barcelona na segunda fase de grupos da Champions em 1999-00, numa campanha em que os dragões estiveram muito perto de atingir as meias-finais.
 
Oito meses após o duplo confronto com os blaugrana, os azuis e brancos voltaram à Ciudad Condal para defrontar o Espanyol – um nome que na altura, com oito anos, estranhei, até porque os portugueses lhe chamavam Espanhol de Barcelona – em partida terceira eliminatória da Taça UEFA, após terem eliminado os jugoslavos do Partizan e os polacos do Wisla Cracóvia nas primeiras rondas. Os catalães, por sua vez, haviam afastado os eslovenos do Olimpija e os austríacos do Grazer AK.
 
Na altura, os portistas eram orientados por Fernando Santos e tinham acabado de perder Mário Jardel, mas tinham em Pena um substituto que ia dando conta do recado, mesmo não marcando à mesma cadência do antecessor. Vítor Baía atravessava um longo período de recuperação a uma lesão e jogadores como Aloísio e Drulovic estavam em fim de ciclo nas Antas.
 
Já o Espanyol, orientado por um homem da casa, Paco Flores, tinha vencido a Taça do Rei na época anterior e contava no plantel com alguns jogadores internacionais como o central argentino Mauricio Pochettino, o lateral direito espanhol Cristóbal, o lateral esquerdo paraguaio Delio Toledo, o médio defensivo romeno Constantin Gâlcă, o médio espanhol Sergio González, o médio ofensivo argentino Martín Posse e o ponta de lança espanhol Raúl Tamudo.



 
Nada com que o FC Porto não conseguisse lidar. Na primeira-mão, a 23 de novembro de 2000 no Estádio Olímpico de Montjuïc, os dragões – então a única equipa lusa ainda em prova nas competições da UEFA – deram um passo de gigante rumo à quarta eliminatória ao vencer por 2-0.
 
Depois de uma primeira parte sem golos, os portistas entraram na segunda praticamente a vencer, com Drulovic a inaugurar o marcador aos 47 minutos. Mais tarde, aos 69’, Deco serviu Pena para o 0-2.
 
“O FC Porto tem já um pé - ou os dois - na quarta eliminatória da Taça UEFA, depois de uma vitória olímpica conseguida em Montjuïc, casa do Espanyol de Barcelona. A equipa portista fez um jogo quase perfeito. Não foi muito bonito, é verdade, mas foi de uma eficácia a toda prova. Depois de meio jogo a controlar os adversários e a perceber exatamente o que teria de fazer para o derrubar, liquidou-o com uma frieza assassina. O Espanyol tentou tudo para chegar à vantagem, mas, tal como tinha dito o seu treinador, estando o FC Porto em noite de acerto não lhe restava outra coisa que não fosse sonhar. E os portistas foram a equipa adulta que Paco Flores tanto temia e, chegada a hora certa, despedaçaram um antagonista que até pareceu demasiado tenrinho para as capacidades dos portugueses. Foi também uma vitória da inteligência, do saber fazer, de anos e anos de experiência internacional acumulada. Este Porto novo é o velho, o da qualidade extra, capaz de se bater pelo resultado em qualquer campo do Mundo. E se na primeira parte faltou profundidade, na segunda foi posta em prática a metade do trabalho que estava por fazer. A equipa estendeu–se e o opositor estatelou–se”, escreveu O Jogo.
 
 




Duas semanas depois, nas Antas, registou-se um nulo que serviu ao FC Porto. Na principal ocasião de golo de todo o jogo, o lateral esquerdo brasileiro Esquerdinha desperdiçou uma grande penalidade (16’).
 
“Em ano de tempestades, a chuva não foi muita quinta-feira à noite nas Antas, mas houve só oito mil portistas a assistir à eliminação do Espanyol às mãos do FC Porto. Um jogo sem golos que serviu as aspirações do FC Porto, depois da vitória por 2-0 em Barcelona há quinze dias, mas uma missão cumprida sem grande brilho, a controlar, a não correr riscos e sempre sem grandes rasgos. É a única equipa portuguesa na Europa e esse estatuto foi defendido até à última gota de suor fechando a baliza de Ovchinnikov”, escreveu o Record









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