A minha primeira memória de… um jogo entre Liverpool e Norwich

Craig Bellamy inaugurou o marcador para o Liverpool

O primeiro jogo oficial entre Liverpool e Norwich remonta a 1909, mas a minha primeira memória de um duelo entre ambas as equipas inglesas é referente a 22 de outubro de 2011. Lembro-me que nesse dia tinha um jantar de aniversário em Lisboa e que, antes de seguir para a capital, passei a tarde a assistir ao bom futebol da Premier League.

 

Á entrada para esse jogo da 9.ª jornada do campeonato inglês, em Anfield, os reds de Kenny Dalglish partiram no quinto lugar, com 14 pontos, depois da temporada passada não terem alcançado o apuramento para as competições europeias. O guarda-redes espanhol Pepe Reina, os homens da casa Jamie Carragher e Steven Gerrard, o extremo holandês Dirk Kuyt, o avançado galês Craig Bellamy e o ponta de lança uruguaio Luis Suárez eram algumas das estrelas de uma equipa em que Jordan Henderson, na altura recém-contratado ao Sunderland, estava a dar os primeiros passos.

 

Já os canaries de Paul Lambert, então recém-promovidos à Premier League, ocupavam a 9.ª posição, com 11 pontos, e estavam a fazer uma das melhores épocas das últimas décadas – haveriam de concluir o campeonato na 12.ª posição. Num plantel sem grandes estrelas, alguns jogadores tinham ou haveriam de conquistar o estatuto de internacionais pelos seus países: o guarda-redes John Ruddy (Inglaterra), o central Russell Martin (Escócia), o defesa central/direito Ritchie De Laet (Bélgica), o médio ofensivo Wes Hoolahan e o extremo Anthony Pilkington (ambos da República da Irlanda), o médio Andrew Crofts e o ponta de lança Steve Morison (ambos do País de Gales) e o ponta de lança Simeon Jackson (Canadá).

Nos últimos segundos da primeira parte, Craig Bellamy aproveitou as sobras de uma bola enviada para Luís Suárez para, através de um remate colocado, dar vantagem ao Liverpool.

  

No início do segundo tempo os reds procuraram o 2-0, mas os forasteiros investiram na tentativa de chegar ao empate através da entrada em campo de Grant Holt, um ponta de lança mais posicional e de grande porte físico. A aposta revelou-se certeira pois o avançado inglês igualou a partida através de um cabeceamento certeiro na resposta a um cruzamento de Pilkington, num lance em que Reina e a defesa do Liverpool ficaram muito mal na fotografia (61’).

 

 

Na altura, numa crónica redigida para este blogue, destaquei o inconformismo e a qualidade de Luis Suárez: “Este Liverpool, não querendo exagerar, foi Suárez e mais dez. O uruguaio foi o único que esteve sempre inconformado, que procurou o golo, que passou o jogo a chatear a defesa adversária e que acusou a frustração de não conseguir marcar com algumas atitudes a quente.”

 

Também a organização coletiva do Norwich mereceu elogios da minha parte. “É uma equipa pobre em qualidade técnica, mas com muito coração, organização, bom posicionamento e solidariedade, que assumiu uma postura sempre bastante lúcida nos mais diversos momentos do jogo, ainda que tenha tido alguma sorte por não sair de Anfield com uma derrota”, escrevi, tendo destacado a exibição do guarda-redes Ruddy, que “parecia ter asas” (e que quase um ano depois estreou-se pela seleção inglesa).