quinta-feira, 25 de março de 2021

A minha primeira memória de… um jogo entre Espanha e Grécia

Raúl e companhia ficarem em branco diante da Grécia em 2003
Espanha sucedeu em 2008 à Grécia como campeã europeia e as duas seleções até se defrontaram nos Campeonatos da Europa de 2004 e 2008, mas a minha primeira memória de um jogo entre as equipas nacionais dos dois países remonta a junho de 2003, quando se defrontaram no Estádio La Romareda, em Saragoça, para a fase de qualificação para o Euro 2004.
 
A Grécia venceu em terreno espanhol por 1-0, o que chamou à atenção. Afinal, la roja era uma seleção sempre muito competitiva e resiliente, difícil de bater e que tinha jogadores que faziam parte de algumas das melhores equipas do mundo naquela altura, como Casillas, Míchel Salgado, Helguera, Raúl e Morientes no Real Madrid, Puyol no Barcelona e, sim, também Valerón no Deportivo e Vicente no Valência.
 
Já os helénicos não tinham marcado presença nas duas fases finais que tinha acompanhado, o Euro 2000 e o Mundial 2002, pelo que não eram, aos meus olhos, uma seleção forte. Ainda assim, a nível de clubes a Grécia atravessava um bom momento, conseguindo levar por quatro vezes (1998-99, 2000-01, 2001-02 e 2002-03) dois emblemas à fase de grupos da Liga dos Campeões no espaço de cinco épocas – curiosamente, na temporada que se seguiu até levou três. E nesse espaço temporal o Olympiacos atingiu os quartos de final em 1998-99, feito imitado pelo Panathinaikos em 2001-02.



 
De certa forma, o golo solitário de Stelios Giannakopoulos (42 minutos) através de um remate de fora da área em Saragoça acabou por ser o clique elevou a seleção grega para um patamar mais elevado, numa caminhada que haveria de culminar com a conquista do título europeu em Lisboa. Curiosamente, para Espanha também foi um clique, uma vez que só voltou a ser derrotada em casa 15 anos depois, numa receção a Inglaterra em outubro de 2018 – pelo meio, somou 34 vitórias e quatro empates.
 
Contudo, para os olhos de qualquer amante do futebol não tinha sido a Grécia que foi ganhar em solo espanhola, mas sim Espanha que se deixou perder em casa nessa noite de 7 de junho de 2003. Esse sentimento acabou por ficar refletido na forma como o jornal O Jogo abordou o assunto no dia seguinte: “A seleção espanhola, claramente favorita ao primeiro lugar do Grupo 6, comprometeu o apuramento para a fase final do Campeonato da Europa de 2004. Os comandados de Iñaki Saéz, sucessor de José António Camacho e anterior selecionador dos sub-21 espanhóis, foram surpreendidos em Saragoça.”
 
“A Espanha continua a liderar o Grupo 6, mas agora com a Grécia e a Ucrânia à perna. Mesmo sem realizar uma grande exibição, a equipa espanhola criou diversas oportunidades para marcar, só que encontrou pela frente um guarda-redes (Nikopolidis) em noite inspirada. Os gregos até viram o azar bater-lhes à porta à passagem dos 34 e dos 36 minutos, altura em que o alemão Otto Rehhagel teve de fazer duas substituições forçadas, mas foi premiado com o golo do veloz Giannakopoulos, extremo do Olympiakos. Surpreendida, a seleção espanhola ainda tentou dar a volta ao texto, mas as suas tentativas ofensivas não tiveram efeitos práticos, mesmo quando a Grécia teve de jogar os últimos 10 minutos com menos um, devido à expulsão de Venetidis”, podia ler-se no periódico desportivo.
 
 
A seleção grega acabou por ascender ao primeiro lugar do grupo e assegurar um surpreendente apuramento direto para o Euro 2004, à frente das mais cotadas Espanha e Ucrânia. Já la roja foi forçada a jogar o tudo ou nada num playoff em que bateu a Noruega.
 
Porém, o destino colocou novamente helénicos e nuestros hermanos em rota de colisão na fase de grupos do Euro 2004. Depois de na jornada inaugural a Grécia ter surpreendido Portugal no Dragão e Espanha ter cumprido a obrigação de vencer a Rússia no Algarve, as duas seleções defrontaram-se no Bessa.
 
Espanha até começou melhor, inaugurando o marcador aos 28 minutos através de Fernando Morientes, mas haveria de permitir o empate a meio da segunda parte. Para os gregos marcou Angelos Charisteas, que haveria de ser também o carrasco de França (quartos de final) e Portugal (final) na competição.
 
“Quem só no final do jogo chegasse ao Estádio do Bessa iria pensar que a Grécia vencera a seleção espanhola, tal a forma efusiva como os helénicos celebraram o empate. Mas, de facto, não era caso para menos. Com o empate de ontem, a seleção grega, que era apontada como o elo mais fraco do grupo A, depende apenas de si para chegar aos quartos-de-final. Surpresa? Só para quem não viu os dois jogos helénicos”, resumiu o Diário de Notícias.
 



 














E para o caro leitor, qual é o primeiro jogo entre Grécia e Espanha de que tem memória? E quais foram as melhores e mais marcantes jogos de sempre entre as duas seleções?

Sem comentários:

Enviar um comentário