Éber Bessa. Nacional ganha médio combativo e com recursos técnicos

Éber Bessa assinou pelo Nacional por ano e meio

Médio brasileiro de baixa estatura (1,66 m) e com experiência de I Liga portuguesa adquirida ao serviço de Marítimo (2015 e 2018) e Vitória de Setúbal (2018 a 2019), Éber Bessa está de regresso a Portugal após meio ano no Botafogo, com o intuito de dar um upgrade ao meio-campo do Nacional.

 

Aquilo que mostrou na passagem mais recente pelo futebol nacional, com a camisola dos sadinos, exibiu combatividade e qualidade técnica no seio de uma equipa com algum défice de qualidade individual e vários problemas coletivos, nomeadamente nos momentos ofensivos, e que muitas vezes optava por um futebol direto dos defesas para os avançados, sem passar pelos médios: combatividade no ataque às segundas bolas originadas por esse futebol direto, qualidade técnica para passar, transportar ou rematar a bola depois de a recuperar.

 

No meio-campo vitoriano, os seus níveis de agressividade só eram comparáveis aos de Semedo, com a missão quase exclusiva de destruir jogo.  E estamos a falar daquele que era um dos médios mais ofensivos da equipa na altura, que muitas das vezes atuava mesmo no vértice superior do losango do meio-campo ou até mesmo numa ala. Não era por acaso que muitas das vezes aparecia numa primeira linha de pressão, ao lado dos avançados, para condicionar a primeira fase de construção da equipa adversário.

 

No Bonfim, embora outros centrocampistas do plantel fizessem do gosto de ter a bola no pé e da qualidade técnica o seu cartão de visita, nenhum conseguia mostrar a qualidade de passe, de transporte, de envolvimento no jogo exterior e até de tomada de decisão que Éber Bessa patenteava.

 

No 4x3x3 de Luís Freire no Nacional, poderá atuar como segundo ou terceiro médio, mas também poderá alinhar no flanco esquerdo, pois no Vitória de Setúbal também mostrou qualidade a jogar na ala, de frente para o jogo e a fazer diagonais a partir do flanco para a zona central.

 

Além da combatividade e da qualidade técnica em jogo corrido, é um bom executante de bolas paradas, correspondendo com qualidade quando lhe é solicitado o cruzamento ou o remate. Na retina dos adeptos nacionalistas estará ainda o grande golo que o então médio vitoriano apontou de livre direto ao Nacional em 2018-19.

 

Em suma, um reforço com qualidade e versatilidade para ajudar os madeirenses a distanciarem-se mais (a nível de pontos) da zona de despromoção.  

Pedro Mendes à procura da afirmação

Um dos imensos nomes da geração dourada de 1999, marcou a uma cadência assinalável – 15 golos em 21 jogos – pelos sub-23 do Sporting na época passada, mas mostrou mais para amostra do que remates certeiros. O jovem avançado leonino contribuía também para a criação das jogadas de ataque, algumas vezes com pormenores técnicos deliciosos, mostrando qualidade a combinar com os companheiros.

 

Também é forte no jogo aéreo (1,87 m) e combativo, sem medo do choque, ganhando muitas vezes as primeiras bolas na sequência de lançamentos laterais ou quando o guarda-redes ou os defesas são obrigados a bater longo na frente. Já com alguma matreirice na ocupação dos espaços, gosta de se posicionar nas costas do central do lado oposto ao da bola para surpreender a defesa adversária com uma desmarcação.

 

No entanto, ainda não conseguiu mostrar estas qualidades no futebol profissional. Nem pela equipa principal do Sporting nem pelos espanhóis do Almería, aos quais esteve cedido pelos leões no início da presente temporada. Agora, tem pouco mais de três meses para provar no Nacional que não se trata de uma promessa adiada.