quinta-feira, 5 de março de 2020

Miguel Lopes (Sacavenense) é central para voos mais altos

Miguel Lopes atua no Sacavenense desde o início da temporada
Mesmo que estejam a jogar em campeonatos não profissionais, há jogadores que dão rapidamente a entender que passaram pela formação de um clube grande, pela forma bastante ortodoxa com que tocam na bola ou pela abordagem aos lances. Miguel Lopes, jovem central de 21 anos do Sacavenense, é um desses casos.


Embora esteja a jogar numa das equipas piores classificadas da Série D do Campeonato de Portugal, faz notar uma segurança com bola e uma eficácia no desarme e na interceção de passes e cruzamentos que dificilmente poderiam ter passado despercebidas a um dos principais emblemas do futebol português.

O que a perceção sugere, o currículo confirma. Miguel Lopes esteve ligado ao Sporting durante seis épocas, tendo jogado ao lado de Luís Maximiano, Tiago Djaló, Thierry Correia, Miguel Luís, Daniel Bragança, Rafael Leão e Pedro Mendes, entre outros, e conseguiu somar oito internacionalizações pelas seleções jovens, dos sub-16 aos sub-20. Se chegar ao patamar da equipa das quinas nunca é fácil, mais difícil foi para este central, que faz parte da fortíssima geração de 1999.

Além da farta cabeleira, o defesa do conjunto de Sacavém dá nas vistas pela postura competitiva e destemida que tem em campo, oferecendo o corpo às balas e esfarrapando-se só para se assegurar que um passe não encontra um destinatário ou que a bola rematada não vai seguir o caminho da baliza. A essa forma de estar no interior das quatro linhas junta uma agilidade assinalável, que o torna capaz de utilizar uma acrobacia para cumprir a missão de varrer os ataques do adversário; e um posicionamento e uma leitura de jogo acima da média, que lhe permitem aparecer muitas vezes no caminho da bola. Não é um central muito alto (1,84 m), mas não é fácil de bater no futebol aéreo.

À competência defensiva alia uma segurança com bola que nem relvados em más condições nem sintéticos de dimensões reduzidas conseguem disfarçar. Também por se sentir confortável a conduzir a bola, já foi utilizado como lateral direito, posição em que pode mostrar mais em termos ofensivos – ainda que sem constantes vaivéns pelo flanco – e simultaneamente reforçar a consistência defensiva da equipa às ordens de Rui Gomes.

O Sacavenense vive momentos aflitivos no campeonato, com o espetro da despromoção aos distritais no horizonte, mas Miguel Lopes sairá certamente valorizado. Depois de passagens por Juventude da Castanheira, Atlético Povoense e Sporting na formação e Alverca e União de Santarém no futebol sénior, reúne as condições necessárias para receber um convite de um projeto mais ambicioso.


















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