Há jogadores que época após época
vão brilhando no Campeonato de Portugal, mas que por uma razão ou por outra não
chegam às ligas profissionais e ficam pelo anonimato. Érico Castro, possante
avançado do Louletano, é um desses casos.
Aos 27 anos, leva já 12 golos (em
20 jogos) até à paragem do campeonato – e mais dois na Taça
de Portugal, um dos quais ao Paços de Ferreira - devido ao surto de
covid-19, um registo que não é assim tão estranho para ele, pois em 2014-15 faturou
por 15 vezes ao serviço do Mineiro
Aljustrelense e em 2016-17 contribuiu com 12 remates certeiros para o
título do Real
Sport Clube.
Depois de na temporada transata
ter vivido uma travessia no deserto no Felgueiras, em que apenas efetuou três
partidas, tem reaparecido em grande estilo em Loulé, fazendo da robustez física
(1,85 m e 80 kg) uma das suas principais armas. Autêntico tanque, utiliza o
corpo para aguentar as cargas e segurar bem a bola, o que lhe dá mais
possibilidades de encontrar linhas de passe ou de enquadrar-se com a baliza.
Dotado de grande facilidade de
remate, não precisa de grandes cerimónias para disferir um potente pontapé na
bola com o seu pé esquerdo bem calibrado. De fora da área ou à boca da baliza,
está sempre preparado para armar o remate, mostrando-se muito oportuno e com os
olhos na baliza.
Agressivo no ataque à bola,
trabalha muito e dá muito trabalho a quem está pela frente. Luta pela conquista
da bola até à última gota de suor e pressiona os defesas da equipa adversária
durante a fase inicial da construção de jogo, reduzindo-lhes o espaço e
obrigando-os a decidir rapidamente. Não é difícil de imaginar que os marcadores
diretos suspirem de alívio aquando do apito final.
Com 12 golos distribuídos em 1595
minutos, tem uma média de um golo a cada 133 minutos e 30 por cento dos golos
do Louletano na Série D do Campeonato de Portugal. Incisivo na área contrária e
nas imediações e com uma postura batalhadora em campo, apontou por cinco vezes
o golo que deu a vitória aos algarvios.
Ainda que as comparações sejam
sempre ingratas, faz lembrar Elpídio
Silva, o célebre pistoleiro que brilhou com a camisola do Boavista durante a
viragem do milénio e que também passou por Sp. Braga, Sporting e Vitória de
Guimarães.
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