sábado, 23 de novembro de 2019

Os 10 clássicos mais marcantes entre FC Porto e Vitória FC

Quaresma entre Adalto e Bruno Ribeiro num jogo no Bonfim
Mais de uma centena e meia de jogos, a esmagadora maioria na I Divisão, fazem dos duelos entre FC Porto e Vitória de Setúbal um clássico do futebol português.

Com os primeiros confrontos a remontarem à década de 1930, dragões e sadinos já protagonizaram duas finais da Taça de Portugal e uma da Supertaça Cândido de Oliveira, além de também se terem defrontado no Campeonato de Portugal e na Taça da Liga.


Dos tempos das goleadas para qualquer um dos lados ao longo período de hegemonia portista, passando por uma trágica morte e por empates recheados de golos nas décadas de 1980 e 1990, há uma história vasta e fica nas partidas entre azuis e brancos e vitorianos.

Vale a pena recordar os grandes clássicos entre os dois clubes. Veja aqui a nossa seleção de dez mais marcantes, por ordem cronológica.


14 de janeiro de 1940 – I Divisão (1.ª jornada)
FC Porto 11-0 Vitória FC
A participação do FC Porto no campeonato de 1939-40 chegou a estar em dúvida, devido a uma batalha administrativa com o Académico do Porto relativamente a um jogo do Campeonato Regional do Porto, mas a Federação Portuguesa de Futebol resolveu o assunto ao alargar a competição para 10 equipas.
Porém, os dragões não se fizeram rogados e aplicaram uma das maiores goleadas de sempre da I Divisão portuguesa logo na jornada inaugural. Os estreantes jugoslavos Petrak (68, 68 e 77 minutos) e Kordnya (2', 24' e 44') apontaram um hat trick cada. Santos (3' e 61'), Carlos Nunes (16') e Gomes da Costa (69' e 84') fizeram os restantes golos.
No final dessa época, o FC Porto foi campeão e os sadinos terminaram na última posição.

Imagem do jogo dos 11-0


16 de junho de 1968 – Taça de Portugal (final)
FC Porto 2-1 Vitória FC
O Vitória marcava presença no Jamor pela quarta época consecutiva, mas foi incapaz de repetir os feitos de 1965 e 1967, quando bateu Benfica e Académica na final.
Pedras até inaugurou o marcador para os sadinos logo aos cinco minutos, de cabeça, mas o FC Porto, orientado por José Maria Pedroto, deu a volta ao texto ainda na primeira meia hora, com golos de Valdemar de livre direto (15') e de Francisco Nóbrega na sequência de um canto (25'), e voltou a ganhar um troféu após nove anos de jejum.
Coube ao Presidente da República, Américo Tomás, entregar a Taça ao capitão portista Custódio Pinto.



9 de novembro de 1969 – I Divisão (7.ª jornada)
Vitória FC 5-0 FC Porto
Acabado de sair do FC Porto, onde tinha vencido uma Taça de Portugal precisamente frente ao Vitória, o treinador José Maria Pedroto prosseguiu a carreira no Bonfim. No reencontro com a antiga equipa, os seus homens golearam implacavelmente os dragões por 5-0 em Setúbal.
Jacinto João (9 e 83 minutos), Wágner (28'), Figueiredo (55') e Valdemar na própria baliza (88') apontaram os golos dos sadinos diante de uns portistas orientados pelo romeno Elek Schwartz.

José Maria Pedroto à Vitória


16 de dezembro de 1973 – I Divisão (13.ª jornada)
FC Porto 2-0 Vitória FC
13.ª jornada, minuto 13: “Pavão fez um passe e depois morreu”, descreveu o JN. Após ter feito um passe para Oliveira, que se desmarcava na direita, o médio portista tombou no relvado. “50 mil pessoas acabavam de ovacionar a sua última jogada. Foi Oliveira quem recebeu o seu derradeiro passe. Da relva para a maca, desta para o balneário e daqui para a ambulância que o conduziu vertiginosamente para o Hospital de São João - foi este, em resumo, o princípio e o fim do drama que enlutou a festa das Antas”, resumia o DN no dia seguinte.
Sem que se soubesse do estado de saúde do jogador, o jogo continuou normalmente e o FC Porto ganhou ao então líder Vitória de Setúbal por 2-0, com golos de Abel Miglietti (16 minutos) e Marco Aurélio (72').
Após alguma especulação, a causa do falecimento do jogador só foi conhecida em janeiro de 1974. Foi estenose aórtica, uma patologia do coração, que provocou a sua paragem cardíaca. Com essa doença, "Pavão nunca devia ter jogado futebol", escreveu a imprensa da época.



10 de outubro de 1987 – I Divisão (7.ª jornada)
Vitória FC 4-4 FC Porto
O FC Porto tinha acabado de conquistar o título europeu e o Vitória de ser promovido à I Liga após ter participado na II Divisão pela primeira vez em 25 anos. Embora não vivessem nos tempos áureos, os sadinos tinham uma equipa de grande qualidade, onde pontificavam alguns campeões pelo Sporting em 1981-82 como o treinador Malcolm Alisson e Mészáros, Eurico e Manuel Fernandes, e fizeram a vinda negra aos dragões.
Os azuis e brancos nunca estiveram em desvantagem, mas os vitorianos nunca se conformaram. Rabah Madjer, que meses antes tinha assinado um golo de calcanhar na final da Taça dos Campeões Europeus em Viena, bisou logo no quarto de hora inicial (11 e 15 minutos). José Rafael reduziu ainda antes da meia hora (28'), mas Celso fez o 1-3 logo a seguir de grande penalidade (30'). Nada que abalasse os setubalenses, que reduziram antes do intervalo, por Manuel Fernandes (38'), e chegaram ao empate no arranque do segundo tempo, por intermédio de Vítor Madeira (46'). Rui Barros, em época de estreia pelo FC Porto, devolveu a vantagem aos portistas (60'), mas Manuel Fernandes voltou a marcar já na reta final da partida, igualando novamente o encontro (83').



7 de maio de 1989 – I Divisão (36.ª jornada)
FC Porto 0-1 Vitória FC



24 de março de 1994 – I Divisão (24.ª jornada)
Vitória FC 3-3 FC Porto
Mais um jogo de muitos golos e emoções fortes no Bonfim. À partida para essa jornada, o Vitória ocupava o primeiro lugar da zona de despromoção, enquanto o FC Porto estava a quatro pontos do líder Benfica, mas isso só se notou durante os primeiros 35 minutos.
Os dragões tiveram uma entrada avassaladora na partida, inaugurando o marcador aos 2 minutos por Drulovic, ampliando a vantagem por Kostadinov aos 7' e aos 34', em três lances em que a defesa vitoriana revelou grande passividade. Porém, a alma sadina voltou a ser enorme. Depois de Chiquinho Conde ter reduzido à beira do intervalo (45'), Paulo Gomes marcou de penálti no início da segunda parte (53') e o avançado moçambicano voltou a marcar à passagem da hora de jogo, estabelecendo a igualdade através de um chapéu a Vítor Baía.
Após essa partida memorável, o Vitória de Raul Águas operou uma recuperação incrível na classificação, terminando o campeonato num honroso 6.º lugar, às portas da qualificação europeia. Já o FC Porto de Bobby Robson manteve-se invicto até ao fim da temporada e ainda foi a tempo de ultrapassar o Sporting na segunda posição e de bater os leões na final da Taça de Portugal.



25 de agosto de 1996 – I Divisão (1.ª jornada)
FC Porto 2-2 Vitória FC
O FC Porto era bicampeão nacional e o Vitória tinha acabado de regressar da II Liga, mas nada disso contou nas Antas, na jornada inaugural do campeonato.
Os sadinos, orientados por Mário Reis, abriram o ativo aos 16 minutos, por Chiquinho Conde, na recarga a um remate que o guarda-redes polaco Wozniak não segurou. Já no segundo tempo, Cândido defendeu um penálti executado por Domingos e Chiquinho Conde bisou aos 71'. O cenário de derrota já pairava na Invicta e os adeptos portistas já abandonavam as bancadas, mas o estreante Mário Jardel reduziu aos 87 minutos e já na em tempo de compensação Domingos aproveitou uma bola perdida na área sadina para dar o empate ao FC Porto de António Oliveira (90+4').
“Individualmente e coletivamente não estivemos bem. Tivemos a felicidade de conseguir empatar”, admitiu o treinador portista.



14 de maio de 2006 – Taça de Portugal (final)
FC Porto 1-0 Vitória FC
38 anos depois, os dois clubes reencontraram-se no Jamor, com a coincidência de o Vitória voltar a apresentar-se na final na condição de detentor do troféu. Porém, do outro lado estava um FC Porto na mó de cima, que dominava o futebol português e tinha a hipótese de fazer a dobradinha.
Numa primeira parte de pouca qualidade, os sadinos adotaram uma postura defensiva, mas criaram uma ocasião flagrante através de um remate de Carlitos à trave. Pouco depois, à beira do intervalo, o avançado portista Adriano marcou o golo solitário que decidiu o encontro a favor dos portistas, respondendo com um cabeceamento certeiro ao primeiro poste a um grande cruzamento de Quaresma, aos 39 minutos.
A partida ficou ainda marcada por confrontos entre adeptos portistas e a polícia, após o rebentamento de três petardos e o arremesso de cadeiras na zona onde se encontrava a claque dos Super Dragões.



19 de agosto de 2006 – Supertaça Cândido de Oliveira
FC Porto 3-0 Vitória FC
Três meses depois de terem fechado a época 2005-06 no Jamor, FC Porto e Vitória reencontraram-se no arranque oficial da temporada 2006-07 em Leiria, para a discussão da Supertaça.
Na semana que antecedeu a partida, o treinador holandês Co Adriaanse deixou o FC Porto após ter comandado a equipa na pré-época e foi Rui Barros quem interinamente ficou à frente da equipa enquanto Jesualdo Ferreira não era anunciado como novo técnico dos dragões.
Apesar da instabilidade e de uma primeira parte pouco conseguida, o FC Porto assegurou a conquista do triplete e da 15.ª Supertaça ao marcar três golos sem resposta na segunda parte. O primeiro foi da autoria de Adriano, através de um pontapé de bicicleta, aos 53 minutos. Anderson fez o segundo, a passe de Alan (74'). E para sentenciar o resultado, o estreante Vieirinha saltou do banco para apontar um golo de belo efeito (89').


























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