sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Alde Garcia. O reforço colombiano do Aljustrelense que “caiu do céu” em Setúbal

Alde Garcia está há três anos no futebol português
“O Aldemar caiu do céu”. Foi desta forma que o presidente e treinador do FC Setúbal, Mário Leandro, expressou a sua admiração pelo ponta de lança colombiano em dezembro de 2016, meses depois de o ter contratado.

Não era para menos, tendo em conta a média de um golo por jogo que o atacante patenteava na II Divisão Distrital da AF Setúbal.  Mas não era só a veia goleadora do dianteiro sul-americano que impressionava. Também a enorme capacidade física que o fazia levar a melhor sobre as defesas em velocidade, nas bolas divididas e no futebol aéreo. Foi afetado por uma fratura de stress durante a segunda metade da época, mas ainda assim somou perto de duas dezenas de remates certeiros e ajudou os sadinos a subir de divisão.


Antes, jogava no Uniautónoma, clube do seu país que foi vendido após ter sido despromovido à II Divisão, o que tornou o avançado num jogador livre. Com o objetivo de atuar na Europa e com uma rede de empresários de olhos postos nele, chegou a Setúbal depois de aconselhado pelo agente do compatriota Riascos, central que na altura já atuava pelo emblema da Bela Vista.

Alde Garcia, como é agora mais conhecido, aterrou em Portugal com um visto turístico no verão de 2016, mas depois assinou contrato de trabalho e seguro profissional em janeiro do ano seguinte. Nessa altura, vivia num apartamento com outros companheiros de várias nacionalidades, entre eles o médio costa-marfinense Ballo, que desde o verão de 2018 até a outubro deste ano representou o Mineiro Aljustrelense. “São muito unidos. Cozinham, limpam e as famílias ajudam”, contou na altura Mário Leandro.

Não foi fácil deixar a família e o país natal, mas a esperança de concretizar o sonho falou mais alto. “O meu grande sonho é jogar futebol profissional na I Divisão. É o meu sonho de pequeno. Tenho a ambição de consegui-lo”, afirmou o avançado, que atribui o mérito dos seus golos a Deus. “Agradeço-lhe tudo o que tem acontecido na minha vida”, vincou, em declarações a O Setubalense proferidas em dezembro de 2016.

À procura da afirmação no Alentejo

Depois de ter ajudado o FC Setúbal a sagrar-se campeão da II Divisão Distrital e ascender ao patamar maior da AF Setúbal, Alde Garcia permaneceu mais uma época no clube, e apesar dos problemas físicos persistirem e de jogar num nível superior, voltou a mostrar qualidade e golos.

Após dois anos no clube do bairro da Bela Vista, o avançado colombiano mudou-se para o Estrela de Vendas Novas, dos distritais de Évora, mas sentiu dificuldades em afirmar-se. A meio da temporada transferiu-se para O Grandolense, onde recuperou a confiança, tendo apontado dez golos na I Distrital da AF Setúbal.


A boa campanha na vila do litoral alentejano valeu-lhe o convite para representar o Lusitano Évora SAD no Campeonato de Portugal, mas não apresentou golos (em sete jogos) e rescindiu em outubro.  Cerca de um mês depois, surge como reforço do Mineiro Aljustrelense, clube da mesma divisão e série dos eborenses. Aos 26 anos, é na vila mineira que Alde Garcia procura a afirmação nos campeonatos nacionais.

Fã de Ronaldo ‘Fenómeno’ e comparado a Slimani

Alde García tem como ídolo o brasileiro Ronaldo, apelidado de ‘Fenómeno’, mas também admira os compatriotas Radamel Falcao e Teo Gutiérrez, curiosamente dois avançados que já jogaram em Portugal, o primeiro ao serviço do FC Porto e o segundo com a camisola do Sporting.

No entanto, era num argelino que o seu ex-treinador encontrava semelhanças no estilo de jogo. “Ele é muito humilde, concentrado e profissional. É extraordinário. É um avançado com muita força e potência. Podemos dizer que daqui a uns seis meses pode ser um segundo Slimani”, considerou Mário Leandro em dezembro de 2016.

“Vai ao combate, pressiona a defesa, obriga-os a jogar mal, é forte de cabeça e sabe segurar a bola. Tem muitas qualidades e a maior delas é a qualidade humana, a educação e o saber estar. É um miúdo fantástico. Ele chegou muito mal fisicamente e não parava de trabalhar. Quer trabalhar e ganhar”, acrescentou o fundador e ainda presidente e treinador do FC Setúbal.





































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