As minhas primeiras memórias de… dérbis entre Chelsea e Arsenal

Wayne Bridge faz o golo que dá a vitória ao Chelsea

Recuemos a 2004. O Arsenal era uma das melhores equipas do planeta e nesse ano, liderado em campo pelo talentosíssimo Thierry Henry, dominou por completo a Premier League, sagrando-se campeão sem sofrer qualquer derrota. Além do avançado francês, pontificavam em Highbury nomes como Ashley Cole, Sol Campbell, Patrick Vieira, Freddie Ljungberg, Robert Pirès ou Dennis Bergkamp, orientados por Arsène Wenger.

Os gunners buscavam a glória europeia que lhes fugia (e continua a fugir…) e que não acompanhava o trajeto vitorioso em Inglaterra. Pelo caminho nos quartos-de-final da Liga dos Campeões, encontraram o vizinho Chelsea, em ascensão após a chegada do magnata russo Roman Abramovich. Wayne Bridge, Claude Makélélé, Scott Parker, Damien Duff, Adrian Mutu, Geremi, Joe Cole e Hernán Crespo foram alguns dos primeiros jogadores contratados pelo então novo dono dos blues, que manteve Claudio Ranieri a comandar as tropas.

Quando as duas equipas empataram a um golo em Stamford Bridge, parecia bem vivo o sonho do Arsenal, que podia resolver o assunto em casa. Face ao que se passava esse ano no campeonato inglês, poucos se atreveriam a prever um desfecho negativo para os gunners nessa noite de 6 de abril, sobretudo quando José Antonio Reyes inaugurou o marcador em tempo de compensação da primeira parte. Porém, golos de Frank Lampard e de Wayne Bridge deram ao Chelsea um apuramento inesperado para as meias-finais. “Golo tardio de Wayne Bridge surpreendeu o Arsenal e apurou o Chelsea para as meias-finais da Liga dos Campeões”, resumiu a BBC.

Na fase seguinte da prova, o Chelsea acabou por cair ante o Mónaco e só voltou a defrontar o vizinho Arsenal oito meses depois, a 12 de dezembro. Nessa altura, já José Mourinho era o treinador dos blues e protagonizou o primeiro duelo com Wenger. O treinador setubalense levou para Stamford Bridge jogadores em ascensão no futebol europeu como Petr Cech (ex-Rennes), Ricardo Carvalho e Paulo Ferreira (ambos ex-FC Porto), Arjen Robben e Mateja Kezman (ambos ex-PSV), Tiago (ex-Benfica) e Didier Drogba (ex-Marselha).

O Chelsea partiu para esse encontro com cinco pontos de vantagem sobre o rival e, apesar de os gunners terem estado por duas vezes em vantagem, acabou por mantê-los. Lembro-me bem de algumas das incidências desse jogo, que acabou empatado a dois em Highbury. Henry, sempre muito oportunista, deu vantagem aos da casa aos 2 minutos. John Terry, que costumava ser perigoso nas bolas paradas ofensivas, fez o empate aos 17’. Aos 29’, quando Petr Cech formava a barreira num livre, Henry bateu-o rapidamente, diretamente para o fundo das redes. E no início do segundo tempo, um golo atabalhoado de Eidur Gudjohnsen repôs a igualdade.

“Se antes me tivessem dito que seria um empate, eu teria dito que não é um resultado mau. Mas tendo visto o jogo, sinto-me um pouco desapontado – éramos a melhor equipa e devíamos ter ganhado o jogo”, afirmou José Mourinho após a partida, ao seu estilo.

E para o caro leitor, qual é o primeiro dérbi entre Chelsea e Arsenal de que tem memória? E quais foram as melhores e mais marcantes jogos de sempre entre as duas equipas?