quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

A minha primeira memória de… um clássico entre Sporting e FC Porto

Secretário e o italiano De Franceschi em disputa de bola

Estaria a mentir se dissesse que me lembro como se fosse ontem. Recordo-me do resultado, tinha quase a certeza da marcha do marcador e a vaga de que foi um jogo quentinho, mas se me perguntassem quem tinha apontado os golos, era capaz de arriscar o nome de Mário Jardel para o FC Porto, mas quanto ao Sporting… talvez dissesse erradamente Acosta.

Ainda assim, lembro-me onde assisti a esse clássico, o da final da Taça de Portugal de 1999/00, na tarde de 21 de maio. Viu-o num grande ecrã no Estádio Alfredo da Silva, depois do último jogo oficial da antiga CUF e agora Fabril com o nome Grupo Desportivo Quimigal. Festejava-se a promoção à III Divisão Nacional, oito anos após a última presença, e a partida do Jamor fez parte das comemorações.


Por falar em festa, o Sporting tinha assegurado o título nacional no fim de semana anterior, colocando um ponto final a 18 anos de jejum. Ainda assim, foram os vice-campeões, os portistas, os primeiros a marcar, logo aos quatro minutos, por Mário Jardel. O goleador brasileiro manteve-se em jogo em relação ao marcador direto André Cruz, recebeu um fantástico cruzamento de Rubens Júnior a partir do lado esquerdo e, de cabeça, deu força à bola, que haveria ainda de embater no poste antes de entrar na baliza de Peter Schmeichel.

Os leões chegariam ao empate no decorrer da segunda parte, aos 57 minutos. Na sequência de um canto na direita de André Cruz, Pedro Barbosa cabeceou na direção da baliza. Secretário, encostado ao segundo poste, tentou aliviar a bola, mas acabou pontapeá-la contra o guarda-redes Hilário, que involuntariamente a introduziu na própria baliza.


O empate permaneceu até ao último apito do prolongamento, atirando a decisão para a finalíssima, tal como nas duas anteriores finais entre os dois clubes, em 1997/98 e 1993/94. A crónica do Record, João Marcelino escreve que o “resultado dos 120 minutos acaba por se adequar, embora tivesse sido o Sporting a equipa que mais procurou vencer o encontro”.

“O jogo foi emocionante, sem ser de grande qualidade. Em especial depois do intervalo, e no prolongamento, as duas equipas jogaram um futebol aberto e ofensivo, proporcionando bastantes lances de perigo junto a cada uma das balizas, nas quais os guarda-redes estiveram bem, em especial Hilário, embora marcado pelo lance do qual resultou o golo leonino”, descreveu o jornalista.

“As duas equipas mostraram de novo as respetivas características. O Sporting tem um futebol de garra, muito lutador e massacrante, que melhora à medida que o relógio avança e o desgaste físico ataca o adversário; o FC Porto pratica um jogo de maior qualidade ofensiva e possui mais talento no apoio ao ponta-de-lança (Jardel)”, acrescentou.


Na finalíssima, disputada quatro dias depois, a uma quinta-feira (25 de maio), as duas equipas apresentaram alterações, algumas delas forçadas. O goleador sportinguista Acosta ficou de fora, por ter ficado tapado por cartões, tal como o portista Paulinho Santos, devido a lesão. Por outro lado, Fernando Santos já pôde contar com Vítor Baía, Jorge Costa e Deco, este último fundamental no jogo da decisão.

Como se perspetivava em teoria, o FC Porto surgiu reforçado na finalíssima e acabou por conquistar a Taça, a décima do seu palmarés.


Num jogo em que Rui Barros se despediu dos relvados e Toñito foi expulso, os dragões adiantaram-se no marcador no início do segundo tempo - já depois de André Cruz ter saído lesionado -, através de um cruzamento/remate de Clayton em que Schmeichel ficou muito mal na fotografia (47 minutos). Quase meia hora depois, Deco sentenciou o resultado em 2-0 na execução de um livre direto que deixou o guarda-redes dinamarquês pregado ao relvado (74’).






































E para o caro leitor, qual foi o primeiro clássico entre Sporting e FC Porto de que tem memória? E quais foram os melhores e mais marcantes clássicos de sempre?

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