quinta-feira, 28 de março de 2013

Entrevista a Adil (GD Fabril - Futsal)


Nome: Mamede Adil Karolia Ahmed

Data de Nascimento: 1 de Outubro de 1983 (29 anos)

Naturalidade: Barreiro

Nacionalidade: Portuguesa

Posição: Ala

Altura: 175 cm

Peso: 65 kgs

Clube atual: GD Fabril (desde 2008/09)

Clube anterior: Os Pantufas (2005/06 a 2007/08)




David Pereira – Qual é a sensação em capitanear o Fabril na 1ª divisão nacional?
Adil - É um orgulho e uma honra ser capitão do GD Fabril, sentir que temos uma responsabilidade acrescida de defender ainda mais os nossos princípios de equipa e os pergaminhos e a história deste grande Clube.


DP – Quais as principais diferenças sentidas no que diz respeito ao jogo, da 1ª divisão para a 2ª? Como tem sido a adaptação?
A – As diferenças são enormes, o ritmo de jogo é muito mais elevado, as equipas são melhores em termos técnicos e táticos, a própria organização de jogo engloba outros fatores, tem sido uma experiência fantástica. Em relação à adaptação, tem sido em crescente, a sorte ou o azar como queiram chamar, ditou que nas três primeiras jornadas calhasse-nos os três primeiros classificados da época anterior (Benfica, Fundão e Sporting), e isso ajudou-nos imenso a crescer como equipa e o próprio andamento de 1ª divisão, perdemos como era natural, mas acreditamos que com trabalho sério e forte podemos fazer coisas engraçadas neste campeonato.


DP – Acredita na manutenção do Fabril?
A – Claro que sim, é para isso que trabalhamos durante a semana, temos a noção que será muito complicado e que temos que jogar sempre nos limites para conseguir o objetivo, cada jogo tem a sua história e é nesses 40 minutos que temos que dar tudo, porque quando se acaba já não há volta a dar e não vale a pena lamentar, acredito que temos equipa para nos manter, temos um bom grupo, um bom espirito de equipa e entreajuda, e já provámos isso durante estes anos.


DP – Qual a sua opinião sobre o treinador, Naná, que o tem acompanhado neste trajeto vitorioso que contempla duas subidas de divisão consecutivas?
A – Naná é um treinador muito ambicioso e um apaixonado pelo futsal, ele vive-o 24 horas por dia. Tem um currículo invejável, tem sete subidas de divisão (se não estou em erro) e isso fala por ele. Confiou em nós, acreditou em nós e fez-nos acreditar que jogo a jogo que iriamos crescer muito como equipa. Ele é um treinador de pormenores, acredita muito em pormenores, treinamos os pormenores onde se calhar a maior parte das equipas não trabalha. Ele vê o jogo de outra maneira, ele jogou e foi Guarda-Redes e tem outra perceção, atrevo-me a dizer que se não fosse ele, nunca iria jogar na 1ªdivisão e subir duas vezes consecutivas e disputar títulos de campeão nacional, nem nos nossos melhores sonhos isto era possível.


DP – Como explica a progressão desta modalidade no clube nos últimos anos? O que pensa estar por detrás de tão bem sucedido trajeto?
A – A Direção tem apoiado muito o crescimento do Futsal. Não nos tem faltado nada e tem cumprido religiosamente o que prometeu. O Naná tem ajudado muito o Futsal do Fabril a evoluir, com as suas ideias, com a sua experiência e com a colaboração de uma equipa fantástica por detrás dele: o Paulo Papa, Mario Santiago, Miguel Lopes, Jorge Loureiro, Hugo Miranda, treinadores da formação, os pais dos miúdos (peço desculpa se me esqueci de alguém), tudo isto em prol dum objetivo, engrandecer ainda mais o GD Fabril.


DP – Aos 29 anos, que expetativas ainda tem para a sua carreira? Ambiciona tornar-se profissional?
A – As expectativas que tenho é sempre em melhorar de ano para ano, gosto de ter sempre os pés assentes no chão e nunca pensar a longo prazo, continuar a ter alegria para continuar a jogar e ajudar sempre a minha equipa e se possível continuar a jogar neste patamar, onde jogam os melhores jogadores do país. Em relação a ser profissional, não escondo que era um sonho, ainda para mais quando damos tanto em prol de uma modalidade que nos apaixona, motiva, mas neste momento com 29 anos já não penso nisso, já tenho idade para ter juízo.
  
DP – Porquê a escolha pelo Futsal e não pelo Futebol 11?
A - É uma história curiosa, comecei por jogar futebol 11 e joguei durante quatro anos, na altura chumbei na escola e os meus pais acharam por bem tirarem aquilo que mais gostava que era jogar à bola, no entanto, comecei a treinar às escondidas numa equipa que naquela altura era de futebol salão, onde jogavam os meus amigos (por acaso jogava também o Bruno Constantino). Dava para ir treinar porque era cedo e os meus pais chegavam tarde a casa por causa do trabalho, tinha que ir “estudar”, “fazer trabalhos de grupo” todos os fins-de-semana por causa dos jogos. A meio da época já tinha boas notas na escola e contei que estava a jogar futebol salão e como já era “bom aluno” eles não se chatearam, e ainda foram comigo quando no final de época fomos a Espanha jogar a Taça Ibérica, há males que vêm por bem...


DP – Qual é para si o melhor jogador da 1ª divisão nacional? E do Mundo?
A – O melhor jogador da 1ª divisão, sem dúvida, o Divanei, um jogador muito inteligente a servir os seus colegas, um controlo de bola fantástico, sempre de cabeça levantada, um jogador extraordinário. Do Mundo, claramente, Falcão, espalha magia e classe pelas quadras, um finalizador nato, Deus deu-lhe um dom especial naqueles pés, em especial o esquerdo, há uns anos fui de propósito a Portimão com amigos, só para ver ao vivo e naquela altura jogava no Malwee e vieram jogar um Mundialito de clubes.


DP – Qual é o seu colega que acha mais provável que chegará a representar um dos grandes (Sporting ou Benfica) da modalidade e até mesmo chegar à seleção nacional?
A – Não é fácil chegar a esse patamar, mas como é obvio era um enorme orgulho em ver um dos nossos chegar até lá, é um caminho muito difícil e complicado. A nossa equipa tem uma média de idades a rondar os 32/33 anos, é uma equipa adulta, mas se dessem uma oportunidade ele não iria deixar de aproveitar, por isso escolhia o Joãozinho.

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