Hoje faria anos um dos heróis da única Taça do Leixões e sete vezes campeão pelo Benfica. Quem se lembra de Jacinto?
Jacinto triunfou no Leixões antes de dar o salto para o Benfica em 1962
Defesa matosinhense e formado no Leixões,
numa altura em que era comum muitos produtos da formação ascenderem à equipa
principal do clube, os chamados “bebés do Mar”, foi lançado às feras ainda com
19 anos, em 1960-61, e logo nessa época contribuiu para a conquista
da Taça de Portugal, a única do emblema alvirrubro.
Jacinto haveria de permanecer em
Matosinhos apenas mais um ano, até 1962, quando deu o salto para o Benfica
na companhia de Raul Machado, ao passo que Osvaldo Silva rumou ao Sporting
e Gomes se transferiu para o FC
Porto. “Já tinha ido a Matosinhos um
tipo ligado ao Benfica
para falar com o meu pai, porque eu era um miúdo de 20 anos, e desde então
andaram atrás de mim. O Sporting
também me quis e oferecia-me o dobro, mas o meu pai disse que não. Naquela
altura, nos anos 1960, qual era a equipa que podia valorizar um jogador? Só o Benfica,
que tinha conquistado a Taça
dos Campeões Europeus”, recordou o antigo jogador, que teve dificuldades
para se desvincular do Leixões:
“Foi um problema para me deixarem sair, mas consegui ao abrigo da lei militar,
pois fui para um quartel em Queluz.” Na Luz
passou nove anos, entre 1962 e 1971. Chegou como lateral, para ser sombra de
Cruz, mas viveu os melhores anos como defesa central, no seguimento do declínio
de Germano
e do trágico falecimento de Luciano. De águia ao peito somou 168 jogos – incluindo
a final
da Taça dos Campeões de 1967-68, perdida para o Manchester United (1-4) em
Wembley – e dez golos, tendo vencido sete campeonatos (1962-63, 1963-64,
1964-65, 1966-67, 1967-68, 1968-69 e 1970-71) e quatro Taças
de Portugal (1960-61, 1963-64, 1968-69 e 1969-70), contribuindo também para
as caminhadas até às finais continentais de 1962-63 e 1964-65.
Paralelamente, somou cinco
internacionalizações e dois golos pela seleção
nacional A entre 1966 e 1969, todas após o Campeonato do Mundo disputado em
Inglaterra.
Na reta final da carreira voltou
ao Leixões
antes de pendurar as botas ao serviço do FC
Porto em 1972, à beira de comemorar o 31.º aniversário. Viria a morrer a 21 de julho de
2023, aos 81 anos, em Antuérpia, na Bélgica, para onde havia emigrado.
Sem comentários:
Enviar um comentário