“Bergkamp é tão simpático, vai custar-me muito bater-lhe”. Quem se lembra de Tony Adams?
Tony Adams totalizou 669 jogos pelo Arsenal entre 1983 e 2002
Tony Adams era daqueles defesas
que batia. E orgulhava-se disso. Jogava no limite da legalidade e bebia muito,
enfim, um inglês à moda antiga. Estreou-se pela equipa do Arsenal
quando tinha apenas 17 anos, em novembro de 1983, e despediu-se dos relvados somente
em 2002, sempre ao serviço dos gunners,
tendo conquistado quatro campeonatos, três Taças de Inglaterra, três Community
Shield (Supertaça de Inglaterra), duas Taças da Liga e uma Taça das Taças.
Não era um primor técnico nem
particularmente rápido ou inteligente, mas era duro e fazia mesmo questão de
tocar no adversário. Ainda assim, teve uma carreira de grande sucesso, tendo também
marcado presença nos Europeus de 1988, 1996 e 2000
e no Mundial 1998. Uma das suas maiores qualidades
era a resiliência. Liderava em campo pelo exemplo, estando sempre mais próximo
de quebrar do que torcer. Só se torcia muito quando bebia, tendo atravessado um
problema grave de alcoolismo que começou a meio da década de 1980, ao ponto de
se ter envolvido em várias lutas em bares e de ter passado dois meses na prisão
no início dos anos 1990 após ter conduzido bêbado o seu Ford Sierra contra um muro. “Para admitir que tinha um
problema com de alcoolismo, Tony Adams precisou de beber uma enorme quantidade
de garrafas”, brincou uma vez o amigo e antigo companheiro de equipa Ian Wright.
Hoje com uma estátua à porta do Estádio
Emirates, Adams ocupa um lugar enorme no coração dos adeptos do Arsenal,
que o reconhecem como um líder corajoso e durão, que não fazia distinções no
momento de bater. Nem um seu companheiro de equipa no
clube escapava à regra, como comprova esta afirmação do central antes de um Inglaterra-Países
Baixos: “Dennis Bergkamp é um rapaz tão simpático, um enorme cavalheiro,
com uma família tão adorável. Vai custar-me muito bater-lhe.”
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