quarta-feira, 23 de outubro de 2024

“Bergkamp é tão simpático, vai custar-me muito bater-lhe”. Quem se lembra de Tony Adams?

Tony Adams totalizou 669 jogos pelo Arsenal entre 1983 e 2002
Tony Adams era daqueles defesas que batia. E orgulhava-se disso. Jogava no limite da legalidade e bebia muito, enfim, um inglês à moda antiga. Estreou-se pela equipa do Arsenal quando tinha apenas 17 anos, em novembro de 1983, e despediu-se dos relvados somente em 2002, sempre ao serviço dos gunners, tendo conquistado quatro campeonatos, três Taças de Inglaterra, três Community Shield (Supertaça de Inglaterra), duas Taças da Liga e uma Taça das Taças.
 
Não era um primor técnico nem particularmente rápido ou inteligente, mas era duro e fazia mesmo questão de tocar no adversário. Ainda assim, teve uma carreira de grande sucesso, tendo também marcado presença nos Europeus de 1988, 1996 e 2000 e no Mundial 1998.
 
Uma das suas maiores qualidades era a resiliência. Liderava em campo pelo exemplo, estando sempre mais próximo de quebrar do que torcer. Só se torcia muito quando bebia, tendo atravessado um problema grave de alcoolismo que começou a meio da década de 1980, ao ponto de se ter envolvido em várias lutas em bares e de ter passado dois meses na prisão no início dos anos 1990 após ter conduzido bêbado o seu Ford Sierra contra um muro.
 
“Para admitir que tinha um problema com de alcoolismo, Tony Adams precisou de beber uma enorme quantidade de garrafas”, brincou uma vez o amigo e antigo companheiro de equipa Ian Wright.
 
 
Hoje com uma estátua à porta do Estádio Emirates, Adams ocupa um lugar enorme no coração dos adeptos do Arsenal, que o reconhecem como um líder corajoso e durão, que não fazia distinções no momento de bater.
 
Nem um seu companheiro de equipa no clube escapava à regra, como comprova esta afirmação do central antes de um Inglaterra-Países Baixos: “Dennis Bergkamp é um rapaz tão simpático, um enorme cavalheiro, com uma família tão adorável. Vai custar-me muito bater-lhe.”
 
 
 
 

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