“Porque é que eu só treino clubes grandes? Porque os pequenos não me conseguem pagar”. As melhores frases de Helenio Herrera

Herrera comandou o Inter entre 1960 e 1968 e entre 1973 e 1974

Helenio Herrera foi um dos melhores treinadores de sempre. Concebeu um sistema (5x3x2) que ficou conhecido como Catenaccio, através da criação da posição de líbero, que cobria os restantes quatro defesas e colmatava as brechas que o ataque adversário conseguia abrir. Em relação à tática da moda daquela altura, o 4x2x4, abdicou de um avançado para acrescentar uma unidade à linha defensiva.

 
Esse sistema fez com que o seu Inter de Milão ganhasse a Taça dos Clubes Campeões Europeus duas vezes seguidas, em 1963-64 e 1964-65. Anos antes, havia tido uma passagem discreta pelo Belenenses, não indo além de um quarto lugar no campeonato português em 1957-58.
 
Numa altura em que todas as equipas eram conhecidas pelos seus principais futebolistas, como o Real Madrid de Di Stéfano ou o Benfica de Eusébio, Herrera foi provavelmente o primeiro treinador a recolher créditos pelo sucesso das suas equipas. E, talvez por isso, denotava bastante arrogância.
 
“Um dia um jornalista perguntou-me porque é que eu só treino clubes grandes. Basicamente porque os pequenos não me conseguem pagar”, afirmou numa ocasião.
 
E mesmo quando ameaçava proferir uma frase repleta de humildade, rapidamente se percebia que havia arrogância pelo meio: “Muita gente diz que eu sou omnipotente porque sei tudo e conheço tudo, mas isso não é verdade. Nunca conheci o fracasso.”

 
Além da implementação do Catenaccio e da figura do treinador-vedeta, introduziu o aquecimento antes dos jogos como forma de evitar lesões e antecipou que a evolução do futebol estaria na rapidez: de pensamento e de execução. Com o conhecimento adquirido ao longo de quase quarenta anos de carreira enquanto treinador, desde 1944 a 1981, viu em Diego Maradona uma espécie de regresso ao… futuro: “O jogador do século XXI será exatamente como Maradona: baixinho, mas muito atlético, com essa magia que só vemos nos jogos de computador.”
 
O destino deu-lhe, de certa forma, alguma razão, tendo em conta as oito Bolas de Ouro que o baixinho Lionel Messi conquistou entre 2009 e 2023. Helenio Herrera, um argentino nascido em Buenos Aires e que morreu em 1997, já não foi a tempo de conhecer o talento do compatriota.