A minha primeira memória de… um jogo entre Cabo Verde e Gana

Ganês Asamoah protege a bola de Marco Soares

A minha primeira memória de um jogo entre Gana e Cabo Verde diz respeito ao único jogo entre as duas equipas com honras de fase final, a 2 de fevereiro de 2013 e a contar para a Taça das Nações Africanas.

 
Na altura, as estrelas negras não contavam com os irmãos Ayew, mas tinham entre os convocados de Kwesi Appiah jogadores que atuavam a um nível elevado, nomeadamente  Kwadwo Asamoah (Juventus), Emmanuel Badu (Udinese) e Christian Atsu (FC Porto), além do eterno Asamoah Gyan (Al Ain).
 
Já os tubarões azuis, em estreia numa CAN, tinham uma espécie de geração de ouro, com vários futebolistas a atuar não só no campeonato português como noutras ligas de alguma expressão, como Babanco e Djaniny (Olhanense), Ryan Mendes (Lille) e Héldon (Marítimo).
 
Lembro-me que segui este CAN com alguma atenção, e que apoiava com algum fervor as seleções da lusofonia que participavam, neste caso Cabo Verde e Angola.
 

Os tubarões azuis conseguiram chegar aos quartos de final, mas sucumbiram perante o Gana. Depois de uma primeira parte equilibrada, com pouquíssimas situações de perigo e muito calculismo de ambas as partes, Carlitos derrubou Asamoah Gyan na área cabo-verdiana e foi assinalada uma grande penalidade que Wakaso converteu em golo.

 
Em desvantagem, Lúcio Antunes foi mexendo na equipa e Cabo Verde foi-se tornando muito perigoso no ataque, mas faltou sempre introduzir a bola no interior da baliza de Fatawu Dauda.
 
Numa fase em que a seleção lusófona estava já descompensada a nível posicional, Wakaso conduziu um lance de contra-ataque e rematou para o 2-0, numa altura em que a baliza cabo-verdiana estava deserta, pois o guarda-redes Vozinha tinha ido à área ganesa para tentar marcar na sequência de um canto.
 
Numa espécie de crónica redigida para este blogue, realcei o “jogo equilibrado, sem ocasiões de perigo” a que se assistiu na primeira parte. Depois frisei que o segundo tempo começou com uma dupla contrariedade para Cabo Verde: lesão de Ryan Mendes e o golo ganês. Porém, “a partir daí só deu tubarões azuis, que fizeram de tudo para chegar ao empate”, mas que pecaram na finalização.
 
Individualmente, do lado ganês destaquei a “exibição extraordinária” do guarda-redes Dauda, a “autêntica parede” que foi o central Vorsah, além das intervenções decisivas do homem que bisou no jogo, Wakaso.
 
Em relação a Cabo Verde, realcei a forma como Nando se impôs “no eixo da defesa” e um Babanco que esteve “forte na recuperação de bola e no passe”, assim como na execução de “livre venenosos”.