quarta-feira, 26 de julho de 2023

A minha primeira memória de… um jogo entre Barcelona e Arsenal

Deco tenta fugir a Gilberto Silva na final de Paris
Não fiz a coisa por menos. A minha primeira memória de um jogo entre Barcelona e Arsenal foi uma final da Liga dos Campeões, a de 2005-06, a única vez em que os gunners pisaram o palco da principal decisão europeia e a segunda ocasião em que os catalães conquistaram o título continental.
 
Na altura, o Barça de Frank Rijkaard era uma das melhores equipas da Europa, apesar de andar há muito afastado das principais decisões continentais. A estrela da equipa era o grande craque da altura, Ronaldinho Gaúcho, que foi o mais genial e imprevisível futebolista que alguma vez vi – tendo em conta o que aprecio no futebol, é o meu GOAT. Mas havia também um Samuel Eto’o a marcar golos em catadupa, um Deco a viver um grande momento e ainda futebolistas de muito bom nível como Victor Valdés, Rafa Márquez, Carles Puyol, Giovanni van Bronckhorst, Mark van Bommel, Ludovic Giuly, Edmílson, Belletti, Sylvinho, Thiago Motta, Xavi, Iniesta e Henrik Larsson.
 
O Arsenal de Arsène Wenger, curiosamente, chegou a esta final já depois de ter atingido o auge. Já sem Patrick Vieira, com Dennis Bergkamp em fim de carreira e jogadores como Jens Lehmann, Sol Campbell e Robert Pirès já na casa dos trinta anos, os gunners não foram além de um quarto lugar na Premier League nessa época. E só não ficaram na quinta posição porque ultrapassou o Tottenham na derradeira jornada.
 
O Barcelona entrou, por isso, como favorito na final disputada em Paris. E as coisas até começaram bem para os culés, que viram o adversário ficar em desvantagem numérica ainda nos primeiros 20 minutos, depois de Jens Lehmann ter derrubado Eto’o à entrada da área, o que fez com que o guarda-redes alemão se tornasse no primeiro jogador a ser expulso numa final europeia.
 
Contudo, a primeira equipa a chegar ao golo foi o Arsenal, que aproveitou uma bola parada, neste caso um livre lateral batido por Henry a partir da direita, com Campbell a responder no interior da área com um cabeceamento certeiro (37’).
 
Entretanto Rijkaard foi mexendo na equipa, tornando-a mais defensiva. Ao intervalo tirou um médio de características essencialmente defensivas (Edmílson) e colocou um centrocampista com mais competências ofensivas (Iniesta), aos 61’ trocou um médio (Van Bommel) por um avançado (Larsson) e aos 71’ trocou um central disfarçado de lateral (Oleguer) por um lateral ofensivo (Belletti).
 
O 1-0 foi persistindo, mas as mexidas acabaram por surtir efeito. A um quarto de hora do fim, Iniesta desmarcou Larsson, que com um toque subtil passou a bola para Eto’o, que apareceu pela esquerda e rematou para o golo do empate (76’). Cinco minutos depois, Larsson serviu Belletti, que fez a bola passar pelo meio das pernas do guarda-redes Almunia (81’) e deu o triunfo ao conjunto blaugrana.
 
“Deco não pára. O ‘Mágico’ conquistou a sua segunda Liga dos Campeões, tantas como o Barcelona soma no seu historial, se bem que a primeira fosse denominada Taça dos Campeões. O médio tornou-se no segundo internacional português a vencer o troféu ao serviço de clubes diferentes, FC Porto e Barça, depois de Paulo Sousa ter erguido a taça pela Juventus e pelo Borussia Dortmund. O Barcelona para vencer teve de sofrer muito e de dar a volta ao resultado, diante de um Arsenal que começou bem e que teve de jogar com menos um desde os 17 minutos, devido à expulsão de Lehmann. Ironicamente, e depois de dez jogos completos consecutivos sem sofrer golos, o guarda-redes alemão continuou sem ser batido, mas saiu muito cedo de cena”, escreveu o jornal O Jogo.
 
 




   

 

  

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