A minha primeira memória de… um jogo entre Chelsea e Everton

Pienaar inaugurou o marcador em dezembro de 2012

Embora o Everton esteja ininterruptamente no primeiro escalão do futebol inglês desde 1954-55 e o Chelsea se tenha tornado no início do século XXI um dos principais clubes de Inglaterra, tendo inclusivamente sido treinado por dois treinadores portugueses, a minha primeira memória de um jogo entre as duas equipas remonta a 30 de dezembro de 2012.

 
Em plenas férias de Natal, e na véspera de participar na São Silvestre da Amadora, sentei-me no sofá para acompanhar as incidências de uma Premier League sempre bastante rica em conteúdos por altura da época natalícia.
 
Os blues eram campeões europeus, mas o obreiro do título continental, Roberto Di Matteo, já tinha sido substituído no cargo por Rafael Benítez. Na altura, os londrinos estavam a rejuvenescer o plantel, tendo no início dessa temporada contratado César Azpilicueta, Oscar, Victor Moses e Eden Hazard, que tão importantes se tornaram para o clube. Entraram para o encontro de Goodison Park, onde já não venciam desde 2007-08, em 3.º lugar, a onze pontos do Manchester United, mas com um jogo a menos, e já haviam sido eliminados da Liga dos Campeões.
 
Na corrida pelos lugares de acesso à Champions também estavam os toffees do eterno David Moyes (no cargo desde 2001-02), que estavam numa série de sete jogos sem derrotas e ocupavam a 5.ª posição, numa altura em que ainda não haviam sido derrotados na condição de visitado.
 

Esse fulgor caseiro do Everton notou-se logo aos dois minutos, quando Pienaar inaugurou o marcador na recarga a um cabeceamento ao poste de Anichebe. Pouco depois, Jelavic acertou no ferro na execução de um livre direto (8’).

 
Já depois de Petr Cech ter sido sujeito a um par de intervenções complicadas, o Chelsea chegou ao empate numa das primeiras ocasiões de golo de que dispôs, por intermédio de Frank Lampard, que cabeceou para o fundo das redes na resposta a um cruzamento do ex-benfiquista Ramires a partir da direita (42’).
 
Entretanto, e apesar de Cech ter cedido o seu lugar a Ross Turnbull na baliza do Chelsea, os londrinos aguentaram o ligeiro ascendente do Everton no início da segunda parte, resistiram a uma cabeceada por Jelavic ao poste e conseguiram colocar-se em vantagem pela primeira vez no encontro aos 72 minutos, mais uma vez por Lampard, na recarga a um remate de Juan Mata defendido por Tim Howard.
 
Numa crónica redigida para este blogue, salientei a entrada “muito forte” do Everton, que se colocou na frente do marcador aos 63 segundos e que se continuou a “superiorizar”, criando “várias oportunidades”, nos primeiros dez minutos. Escrevi também que o Chelsea chegou ao empate “sem ter feito muito para o justificar” e que a toada do encontro se manteve no segundo tempo, período no qual os londrinos chegaram ao 1-2.
 
Individualmente, do lado do Everton destaquei o “irrepreensível” Sylvain Distin, a profundidade dada por Leighton Baines ao corredor esquerdo e a pontaria a mais de Nikica Jelavic, que acertou por duas vezes no ferro. Em relação ao Chelsea sublinhei a importância de David Luiz “no momento da recuperação de bola, acrescentando maior capacidade técnica ao meio-campo do que aquela que habitualmente Mikel conseguia dar”, a utilidade a defender e o caráter decisivo no ataque de Frank Lampard, o “organizador e distribuidor” Juan Mata e a velocidade dada ao meio-campo no segundo tempo por Oscar.