Evra e Suárez foram protagonistas do jogo de outubro de 2011 |
Acompanho futebol desde meados de
2000, mas por incrível que pareça o primeiro clássico entre Manchester
United e Liverpool
de que tenho memória é de 15 de outubro de 2011, a contar para a Premier
League, e só devido a um incidente polémico que deu muito que falar entre
Patrice Evra e Luis Suárez.
Nesse jogo em Anfield, cuja
transmissão televisiva não acompanhei, o lateral esquerdo francês dos red
devils e o avançado uruguaio dos reds
passaram os 90 minutos a picar-se. Dias depois, Evra queixou-se de insultos
racistas por parte de Suárez, que foi multado apanhou oito jogos de suspensão. O
uruguaio até veio a admitir que chamou o adversário de “negro”, mas que não num
contexto racista. Na altura, ainda se tolerava uma justificação destas. Hoje em
dia, em plena ditadura do politicamente correto (com tudo o que isso tem de bom
e de mau), certamente que não. Diria até que, caso acontecesse hoje, haveria um
motim para que o Liverpool
despedisse o jogador e outros motins caso algum clube o decidisse contratar.
Quanto ao jogo em si, o Liverpool
de Kenny Dalglish, que na época anterior não tinha alcançado o apuramento para
as competições europeias e iniciou a 8.ª jornada com 13 pontos (a seis dos
líderes, Manchester
United e Manchester
City) e em 6.º lugar, até se superiorizou perante um Manchester
United defensivo – Smalling a lateral direito e Phil Jones no meio-campo –
e em poupanças – Nani, Rooney e Chicharito no banco –, mas não foi além de um
empate a um golo.
Steven Gerrard inaugurou o
marcador para os reds
aos 68 minutos, na execução de um livre direto, e Chicharito empatou aos 81’,
na sequência de um canto de Nani e de um desvio ao primeiro poste de Danny
Welbeck.
“À quarta foi de vez e o Manchester
United conseguiu evitar nova derrota em Anfield – como sucedera nas últimas
três épocas –, num clássico dominado pelo Liverpool
e em que Alex
Ferguson foi obrigado a lançar as estrelas que havia deixado no banco. A
medida arriscada do treinador escocês explica-se com a proximidade da Champions,
onde os adversários do Benfica
no Grupo C ocupam o terceiro lugar, e pelo desgaste provocado pelos jogos das
seleções. Nani, Chicharito Hernández e Rooney ficaram no banco (o último por
estar devastado com o castigo de três aplicado pela UEFA, segundo Sir
Alex), mas foi apenas com este trio em campo que os red
devils conseguiram evitar a derrota. O internacional português marcou o
canto que possibilitou ao avançado mexicano igualar a contenda a nove minutos
do fim. Até essa altura, o United
sofrera para suster um Liverpool
impulsionado por Gerrard e Suárez. O capitão assinalou o regresso à titularidade
após sete meses com um golo (o seu 50.º em Anfield na Liga,
e o 1200.º do Liverpool
desde a criação da Premier
League) de livre, com Giggs a abrir o buraco que deixou a bola passar. E
assim, o United
despediu-se da liderança”, resumiu o jornal O
Jogo.
O encontro da segunda volta, em
Old Trafford, recordo bem de ter assistido. Lembro-me que estava adoentado e
que o jogo se realizou à hora de almoço (12.45), a 11 de fevereiro de 2011. O
grande ponto de interesse da partida era o reencontro entre Evra e Suárez.
Antes do apito inicial, o uruguaio recusou cumprimentar o francês, que ficou
indignado. E durante os 90 minutos a realização mostrou-se bem atenta às
interações entre os dois.
Suárez até marcou (81 minutos),
mas no final foi Evra a festejar efusivamente, uma vez que antes Wayne Rooney
bisou para o Manchester
United (47’ e 50’). Após o apito final, o francês foi celebrar precisamente
para a frente do sul-americano, enquanto este se dirigia para os balneários.
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