segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

A minha primeira memória de… um jogo entre FC Porto e Ac. Viseu

Postiga marcou de cabeça na deslocação ao Estádio do Fontelo
Às portas de 2002 e da consequente entrada em vigor do euro em Portugal, houve festa da Taça no fim de ano em Viseu. Na noite de 29 de dezembro de 2001, o Académico, que nessa altura ocupava o 4.º lugar da Zona Centro da II Divisão B e procurava regressar à II Liga, teve direito a receber o FC Porto no Estádio do Fontelo.


Lembro-me de ter assistido ao jogo através de transmissão televisiva, creio que da SIC, que na altura transmitia os encontros da Taça de Portugal, mas confesso que já não me lembrava se o jogo tinha acontecido em 2000-01 ou em 2001-02.

Nos viseenses, que tinha afastado Penafiel, Campomaiorense, Joane e Arrifanense nas eliminatórias anteriores, o jogador com melhor currículo era o avançado Febras, que tinha jogado pela Académica na I Liga. Depois haviam outros que tinham passado pela II Liga, como o guarda-redes Zé Tó (ex-Naval), o lateral direito Rogério e o extremo Listras (no próprio Académico) e Zé Duarte (ex-Académica). Luís Almeida era o técnico dos homens da casa.

Do lado portista o grande destaque ia para o reforço de inverno Benni McCarthy, avançado internacional sul-africano emprestado pelo Celta de Vigo, que fazia a sua estreia de dragão ao peito precisamente nesse jogo, numa altura em que a janela de inverno do mercado de transferência abria mais cedo, ainda em dezembro. Sobre brasas, o treinador Octávio Machado não deu descanso a habituais titulares como Vítor Baía, Ricardo Carvalho, Jorge Andrade, Paredes, Deco ou Hélder Postiga, não facilitando na visita a um adversário de divisões secundárias.


McCarthy mostrou logo ao que ia e inaugurou o marcador logo aos cinco minutos, num remate forte e colocado a passe de Hélder Postiga. O sul-africano, que na altura se preparava para representar a sua seleção às ordens de Carlos Queiroz no CAN 2002, voltou a estar em evidência no final da primeira parte, quando serviu Deco de bandeja para o 0-2 (42').

No segundo tempo os protagonistas foram outros. Postiga matou o jogo aos 72', num bonito golo de cabeça, fazendo a bola sobrevoar o guarda-redes Zé Tó antes de entrar na baliza viseense, após um passe longo de Jorge Andrade. Pouco depois, Clayton estabeleceu o 0-4 final no seguimento de uma jogada individual (75').

“A lei do mais forte. No jogo de estreia de McCarthy, os dragões venceram o Académico de Viseu sem precisarem de forçar demasiado. Ficaram, entretanto, a saber que o sul-africano tem mesmo qualidades e pode vir a ser um verdadeiro reforço para o ataque”, resumiu o jornal O Jogo no dia seguinte.


“O FC Porto cumpriu a obrigação de passar aos quartos-de-final da Taça de Portugal, deixando pelo caminho um Académico de Viseu voluntarioso, mas sem argumentos para contrariar a lei do mais forte”, podia ler-se nas primeiras linhas da crónica do diário desportivo.























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