César Prates, autor do golo inaugural, vigiado por Nuno Amaro |
Do encontro da primeira
volta, no velhinho e carismático Estádio Adelino Ribeiro Novo, nem
com recurso a vídeo do resumo consigo lembrar-me de algo. No
entanto, olhando para a ficha de jogo, consigo recordar-me de uma
incidência da segunda partida entre leões e gilistas para o
campeonato: um golo de César Prates de livre direto. Foi o único
remate certeiro do lateral brasileiro nessa temporada e, puxando a
cassete-atrás, tenho uma vaga ideia de ter assistido à transmissão
do jogo num café nesse final de tarde ou início de noite de 24 de
fevereiro de 2001.
Esse golo de bola parada
abriu mesmo o ativo desse desafio realizado no velhinho Estádio José
Alvalade, embora já tivessem decorridos 72 minutos. Beto Acosta, com
tempo para tudo tal a passividade da defesa dos barcelenses, fez o
2-0 aos 81', após cruzamento de Pedro Barbosa, numa fase em que o
Gil Vicente já estava reduzido a dez, devido à expulsão de Nuno
Assis, que estava emprestado pelo... Sporting.
Entretanto, Acosta também
viu o segundo cartão amarelo e deixou os verde e brancos também a
jogar com apenas dez homens, e Carlos André reduziu para os gilistas
no minuto seguinte (89'), num remate de ressaca à entrada da área.
Porém, João Pinto marcou o golo da tranquilidade já em tempo de
compensação, numa finalização não muito complicada após mais
uma assistência de Pedro Barbosa.
“A sombra que assusta o
leão. 'Proibido de perder pontos' - a frase de Manuel
Fernandes proferida extraordinariamente a meio da semana não
podia ser mais clara, o Sporting precisou de 72 minutos para
conseguir ultrapassar (literalmente) a barreira defensiva do Gil
Vicente e, com isso, chegar ao golo que abriu o caminho para a
vitória. Uma vitória, como já se vê, suada, esforçada e muito
trabalhada. Mas também, por isso, justificada. O Sporting foi quem
mais se empenhou pela conquista dos três pontos, até porque a
guerra dos homens de Barcelos era outra. Todavia, o 3-1 acaba por
parecer gordo, menos pelo ascendente dos leões sobre os gilistas
(esse nunca foi posto em causa), muito mais pela produção global do
conjunto verde e branco, que podia e devia ter feito mais e melhor
em, pelo menos, dois terços do encontro”, resumiu o jornal O
Jogo no dia seguinte.
A vitória por 3-1
permitiu ao Sporting subir ao quarto lugar, por troca com o Sp.
Braga, e ficar a dois pontos do segundo classificado Benfica e a
quatro do líder Boavista, que viria a ser campeão nessa época.
Na época a seguir, o
resultado de Alvalade foi repetido logo em partida da 5.ª jornada da
I Liga, mas com outros marcadores. Marius Niculae (11 e 59 minutos) e
Mário Jardel de grande penalidade (50') faturaram para o Sporting,
Lemos (90') para o Gil Vicente. O resultado permitiu aos leões
retomar o rumo das vitórias, três jogos depois, e começar uma
caminhada triunfante rumo ao título.
Na segunda volta, em
Barcelos, houve empate a um golo, resultado que interrompeu um ciclo
de três vitórias consecutivas do Sporting. Ivo Afonso na própria
baliza inaugurou o marcador para a equipa de Laszlo Bölöni aos 29
minutos, o antigo avançado leonino Paulo Alves igualou o encontro
aos 59'.
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