quarta-feira, 16 de outubro de 2019

A minha primeira memória de... um jogo entre Sporting e Alverca

Acosta entre os centrais alverquenses Hugo Costa e Veríssimo
Recordar os duelos entre Sporting e Alverca certamente deverá fazer com que os adeptos ribatejanos deixem cair uma lágrima de saudade. A diferença de estatuto entre ambos os clubes nem sempre se refletiu no interior das quatro linhas, ao ponto de serem mais os jogos que os leões não venceram (sete) do que aqueles que ganharam (seis). E esse histórico só fica desequilibrado a favor dos verde e brancos se contabilizarmos também os jogos da Taça de Portugal, porque se nos cingirmos aos da I Liga obtemos um registo de quatro vitórias para cada lado e dois empates.


Mesmo integrado o mesmo campeonato, os verde e brancos estiveram sem vencer o Alverca desde novembro de 1998 a janeiro de 2002. Em mais de três anos, somaram quatro derrotas e três empates. Foi precisamente nesse período que me fiz adepto de futebol e que é daí que remonta a minha primeira memória entre os dois emblemas do distrito de Lisboa.

Ainda assim, poucos apostariam em outro resultado que não a vitória do Sporting quando o então campeão nacional recebeu a equipa na altura orientada por Jesualdo Ferreira, que à entrada para a 4.ª jornada ocupava o penúltimo lugar, com um ponto em três jogos.

Entre dois compromissos para a Liga dos Campeões, com Real Madrid e Bayer Leverkusen, Augusto Inácio promoveu poupanças na turma de Alvalade, deixando Beto e João Pinto no banco e Bino e Sá Pinto fora da convocatória.


Apesar da confiança a mais, as coisas até começaram por correr bem, com o médio checo Pavel Horváth a inaugurar o marcador aos 28 minutos, através de um fantástico chapéu ao guarda-redes Paulo Santos. Foi o único golo do então ex-Slávia Praga ao serviço dos leões.

Ainda na primeira parte é anulado um golo ao alverquense Ramires por milimétrico fora de jogo. No segundo tempo, os visitantes continuaram a perseguir o empate, acabando por alcançá-lo ao minuto 90, através de um forte disparo de fora da área do lateral esquerdo Tito que gelou Alvalade. Recordo-me de ter ido às compras nesse sábado, ter saído do carro com o relato da rádio a indicar-me que o Sporting vencia por 1-0 e chegado a casa após o apito final com a televisão a dar conta do 1-1 final.

“A preguiça do leão na noite do Alverkusen. Na véspera de arrumar as malas e os pacotes e seguir para a Alemanha, onde lhe cabe defrontar o Leverkusen na segunda jornada da Liga dos Campeões - jogo que ganha, como se calcula, importância suplementar para o futuro dos leões na prova em que as notas e as moedas abundam - convinha ao leão uma noite de sopas e descanso de forma a sair de Lisboa sem mazelas, fossem elas físicas ou psicológicas, que são às vezes as segundas ainda piores do que as primeiras, preparado para se embrenhar na tarefa com a tranquilidade de espírito necessária e desejável para um bom desempenho. Assim não será. E se o não é, deu–nos bem a sensação de que se poderá mais queixar o Sporting das suas fraquezas, das suas incapacidades e das suas imperfeições, do que amaldiçoar as excelências alheias, que as houve, sim senhor!, mas que estiveram longe de ser verdadeiramente assustadoras ou inultrapassáveis”, podia ler-se no jornal O Jogo.


Se o resultado da primeira volta não foi bom para os leões, o que dizer do jogo de Alverca? Derrota por 1-3 num jogo em que o grande protagonista foi Pedro Mantorras, que assinou uma grande exibição, corada com um golo. Nessa altura os leões já estavam a sentir dificuldades para acompanhar a pedalada do líder Boavista, enquanto os ribatejanos já estavam num mais tranquilo 13.º lugar, terminando essa jornada, a 21.ª, com oito pontos de vantagem sobre a primeira equipa da zona de despromoção.





























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