quinta-feira, 6 de junho de 2019

João Pedro. O menino de 17 anos do Flu que virou fenómeno no Brasil

João Pedro brilha no Fluminense antes de rumar ao Watford
O que João Pedro tem mostrado dentro de campo já seria suficientemente impressionante se tivesse uma idade mais avançada, mas tendo em conta que tem uns meros 17 anos, é de esbugalhar os olhos. Comecemos pelos números: entre Campeonato Carioca, Brasileirão, Copa do Brasil e Copa Sul-Americana, leva nove golos em 576 minutos, o que em média se traduz em um golo a cada… 64 minutos (!).


Quem não estiver atento ao que se passa no Brasil até poderá pensar que este registo é influenciado por jogos com grau de dificuldade pouco elevado no estadual do Rio de Janeiro ou na Copa, mas a verdade é que três desses golos foram apontados num só jogo aos prestigiados colombianos do Atlético Nacional na Sul-Americana, outros três no campeonato (dois ao Cruzeiro e um ao Bahia), um na Copa ao Cruzeiro e outro no Cariocão ao rival Flamengo.

Agora que a atenção do leitor já foi captada através destes números demolidores, vamos falar do tipo de jogador que é este jovem avançado do Fluminense mas que já se comprometeu com os ingleses do Watford a partir de 1 de janeiro de 2010. Antes de mais, é um matador, um atacante que apesar da tenra idade sabe bem os terrenos que tem de pisar, é rápido a reagir e não treme na zona das grandes decisões. Por outras palavras, tem o killer instinct que caracteriza os grandes goleadores e impressiona pela forma como não tem tido dificuldades em aplica-lo nestes primeiros meses no futebol de alta competição. Afinal, fez a estreia oficial no futebol sénior a 19 de janeiro deste ano.

Se João Pedro tem um talento nato para o golo, também é verdade que reúne aspetos físicos, técnicos e táticos que fazem dele um avançado recheado de diversas qualidades. A velocidade é uma das suas principais armas, mas a velocidade por si só no futebol de pouco vale. Não é o caso deste produto da formação do Fluminense, que alia essa rapidez a um timing de desmarcação a roçar a perfeição e uma grande capacidade para atacar a profundidade, fugindo bem à marcação e aparecendo com relativa facilidade nas costas dos defesas.


Por ter 17 anos – completa 18 a 26 de setembro -, certamente que ainda vai ganhar alguns centímetros, mas já vai impondo o seu 1,82 m nas alturas. Foi precisamente de cabeça que fez o primeiro de três golos ao Atlético Nacional no Maracanã, a 23 de maio, mas não foi um caso isolado nem uma simples cabeçada na bola: foi um daqueles cabeceamentos como ensinam os livros, de cima para baixo, fazendo a bola embater no relvado antes de beijar a rede da baliza dos colombianos.

Quando não está perto do golo, a coqueluche do tricolor carioca gosta de descair para os flancos, sobretudo o esquerdo, para estar de frente para o jogo (pois é destro), auxiliar na criação dos ataques e, se for necessário, ir sem medo para cima dos defesas. Defensivamente, funciona como o primeiro defensor da equipa, pressionando constantemente os defesas adversários, algo que provavelmente deixará de fazer com tanta frequência e intensidade com o passar dos anos.


























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