quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Oriental Dragon ambiciona subida mas desmistifica investimento

Manuel Correia foi bicampeão da I Distrital pelo Fabril

O Oriental Dragon apenas subiu à I Distrital este ano, à terceira tentativa e com um segundo lugar garantido somente na derradeira jornada, mas não há quem hesite em colocar o clube do empresário chinês Qi Chen no lote de favoritos à promoção aos campeonatos nacionais, justificando o prognóstico com o investimento avultado.

A O Blog do David, o treinador Manuel Correia confirmou que o objetivo passa pela subida, mas nega que a equipa que vai orientar em 2018/19 tenha feito o maior investimento entre as 16 que disputam a prova. “É verdade que assumi o comando desta equipa porque o objetivo é a subida de divisão. Estamos a tentar formar uma equipa com qualidade para que esse objetivo seja cumprido. Para se poder lutar por ele é necessário ter bons jogadores e para isso é necessário satisfazer algumas necessidades. Mas para desmistificar esse assunto, posso garantir que não somos os que temos maior orçamento, se não vejamos: dos jogadores que quis ir buscar, uns foram para outros clubes e outros não saíram do clube em que estão porque em alguns casos ganham quase o dobro do que está regulado por nós como valores máximos”, frisou o experiente técnico, 56 anos.


Bicampeão distrital pelo Fabril, em 2013/14 e 2015/16, o homem que chegou a orientar o Desportivo de Chaves na I Liga na década de 1990 diz que o plantel que tem ao seu dispor o satisfaz, mas que “ainda não se encontra fechado”, tendo transitado sete jogadores da temporada transata.

Sem campo próprio e sem… adeptos

Fundado em 2014 pela WSports Eleven do empresário chinês Qi Chen, o Oriental Dragon de certa forma é um clube chinês a competir no futebol português e que tem o objetivo de valorizar e promover futebolistas, principalmente chineses, para outro patamar.

Oriental Dragon confirmou a subida na última jornada
Devido a uma génese espontânea e em nada ligada ao movimento associativo, a equipa vai para a quarta temporada nas provas da Associação de Futebol de Setúbal, mas continua com a casa às costas. Depois de Pinhal Novo, Brejos de Azeitão, Moita e Alhos Vedros, o emblema recém-promovido à I Distrital vai fixar-se esta época no Campo do Juncal, na Moita, onde vai realizar treinos e jogos. Também por isso, não tem adeptos.

“Sabemos e temos a consciência que não temos tarefa fácil. Vai ser mais difícil do que para qualquer outra equipa do nosso campeonato. As condições não são as ideais. Não temos campo próprio, não temos adeptos e tudo isso são dificuldades para nós. Mas estamos a alterar algumas coisas que não existiam neste clube para que os jogadores possam desempenhar da melhor maneira as suas funções. Temos do nosso lado o dono do clube, que tudo tem feito para que este clube cresça cada vez mais e para que estes jogadores tenham o melhor. Mas neste campo estamos em desvantagem em relação a todos os outros clubes”, confessa Manuel Correia, o substituto de Rui Fonseca, o homem do leme na época da subida à I Distrital.


São nestas condições que o Oriental Dragon vai apostar as fichas todas no campeonato, uma vez que a taça “serve apenas de jogos de preparação”, apesar de o apuramento para a fase seguinte estar muito bem encaminhado - um empate em Grândola no domingo (15.00) deverá bastar. “Vamos sempre querer ganhar. Mas nesta fase estamos só focados em preparar todos os jogadores para o campeonato”, acrescenta Manuel Correia, que já identificou os concorrentes diretos na luta pela subida.


“Fabril tem o triplo do orçamento do que tive quando subimos”

“Penso que serão o Fabril pelo orçamento que tem e o Barreirense que é um clube com história que pensa sempre na subida. Depois temos o U. Santiago que é sempre um candidato e O Grandolense e o Vasco da Gama, que são sempre equipas difíceis de defrontar e que investem todos os anos para subir. Vamos ter um campeonato difícil”, considerou o antigo treinador de Desp. Chaves, União de Lamas, Penafiel, Felgueiras, Desp. Aves, Ovarense, Vizela, Sesimbra e Fabril.

Quando questionado se lhe daria um gostinho especial ficar à frente do conjunto do Lavradio pela forma como saiu do clube, o antigo central chutou para canto: “O Fabril é um clube que tem grandes condições e neste momento um orçamento três vezes superior àquele que tive quando subimos de divisão [ao Campeonato de Portugal]. Mas o que me importa é somente o Oriental Dragon. Por nós e acima de tudo pelo dono do clube, porque é uma pessoa apaixonada pelo projeto.”


















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