quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

A batuta do maestro André

André Horta é um jogador em ascensão na Liga portuguesa
Suk deixou o Vitória mas quem gosta de acompanhar os valores emergentes do futebol português pode continuar a seguir os encontros dos sadinos. A saída do sul-coreano para o FC Porto deverá até promover pequenas alterações no estilo de jogo e deixar espaços abertos para que outros jogadores tenham as suas oportunidades.

Se os setubalenses praticavam essencialmente um futebol de transições, sempre à procura da velocidade e poderio físico do asiático, sem ele, a julgar pelo que se viu segunda-feira em Paços de Ferreira, vão tentar atacar através de um estilo de jogo mais apoiado, de posse e circulação.


E com este novo figurino, torna-se fundamental o papel desempenhado por André Horta. Apesar da juventude, é o médio de 19 anos que tem como missão ligar o jogo da equipa, fazendo uso da sua capacidade técnica, qualidade de passe e visão acima da média.

É ele quem vem atrás buscar a bola, ainda no meio-campo defensivo, e deixa-a redondinha num colega que esteja solto. Mas também é ele quem aparece no último terço para dar linhas de passe e servir os colegas com assistências que valem meio golo. Mas se necessário, conduz a progressão da equipa não através de um passe mas do transporte de bola feito individualmente, aspeto no qual também se destaca. E dá-se bem em espaços curtos e quando o ritmo é elevado, fazendo aí lembrar um jogador de futsal, até porque... não estica as meias.

Embora tenha colegas bem mais experientes, não se inibe. Bem pelo contrário. Mostra personalidade. Quando assim o entende, também dá ordens aos companheiros. Não raras as vezes, pede-lhes para circularem a bola à flor da relva, quando estes já se preparam para a bombear para a frente. À maestro, com a batuta, a dar indicações a toda a orquestra.

Embora no papel o seu lugar seja na zona central, aparece também muitas vezes no corredor esquerdo, que também gosta de pisar, de costas para a linha e de frente para o jogo, a procurar um letal último passe.

Acaba por ser um organizador de jogo, mas está longe de ser um 10 clássico. É alguém com funções semelhantes mas que aparece no último terço vindo de trás. No entanto, ainda está mais longe de ser um 8. É dos tais médios que se dizem ter chegada à área, muitas vezes também apelidados de 8 e meio, ao estilo de Modric ou Rakitic, salvo as devidas proporções, encaixando na perfeição no 4x1x3x2 de Quim Machado.

Hortinha não engana. É craque e está a explodir, beneficiando do estilo atrativo da equipa e simultaneamente fazendo com que a equipa beneficie… de o ter em campo.







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