quarta-feira, 21 de outubro de 2015

O excesso de exposição do NXT

Bálor venceu Owens quando este era rival de John Cena
 Poucos se atreverão a questionar a utilidade do NXT, logo agora que vive em estado de graça, fruto da qualidade dos combates que proporcionam aos fãs de wrestling. Na última dezena de meses, sensivelmente, Finn Bálor, Kevin Owens, Sami Zayn, Neville e a divisão feminina têm conquistado adeptos para o programa.

O sucesso tem sido tal que a WWE apostou nos TakeOvers, uma espécie de PPV’s onde culminam as storylines e feuds desenvolvidas semanalmente, nos shows regulares, chamemos-lhe assim.


Mas o NXT não deixa de ser uma plataforma de desenvolvimento de superstars (sim, não lhes chamei wrestlers porque falamos de WWE), onde podem moldar as suas qualidades no ringue ao estilo de wrestling da promotora e aperfeiçoar a personagem, para chegarem sem espinhas ao roster principal.

Embora não se trate de algo propriamente novo, porque já houve OVW e FCW, o NXT está muito mais exposto, pois há shows televisionados, cobertura no site da WWE e algum intercâmbio de talentos com o plantel principal.

Contudo, essa exposição, que tem proporcionado a conquista de adeptos, também mata o efeito novidade e até pode ferir a credibilidade dos lutadores. Hoje em dia, já nenhum desconhecido para o público debuta no Monday Night Raw ou no Friday Night Smackdown. Por muito impressionante que seja a sua gimmick, robustez física ou move-set, já não impressionam assim tanto quando aparecem às segundas ou às sextas-feiras.

Olhemos para Neville, que tem um arsenal voador que faz abrir qualquer boca de espanto. Depois de já o terem visto tantas vezes no NXT, quando começou a fazer piruetas no Raw já ninguém o apreciava como algo novo e fresco.

E Kevin Owens? Ainda impressionou por entrar imediatamente em feud com John Cena, mas enquanto a rivalidade se desenvolvia, perdeu o título do NXT. De todo-poderoso, como pareceu quando se estreou no Raw, ficou descredibilizado com uma derrota para Finn Bálor. E Bálor, comparado com o estatuto de Cena, é um zé-ninguém.

A própria nova fornada de Divas, não duvido, teria criado mais impacto se o seu talento superior não fosse exposto no NXT, perdendo um pouco o efeito novidade quando Charlotte e companhia chegaram até junto das Bellas e das outras lutadoras do main roster.

Quantas 'gimmicks' metrossexuais já vimos na WWE?
Quando Finn Bálor aparecer, também já não vamos ficar impressionados, porque já nos impressionou. Quando Apollo Crews for promovido, já não nos vai espantar que um tipo daqueles faça um Moonsault. Quando Tyler Breeze se estrear, já estaremos fartos de mais uma gimmick metrossexual na WWE, que só resultou com Shawn Michaels e Chris Jericho mas que vai merecendo insistências, ora com John Morrison, ora com Zack Ryder, ora com Fandango (e a lista continua…). E mais: quando chegarem ao Raw, Smackdown e até aos PPV’s, já os vimos perder várias vezes, e diante de wrestlers de menor nomeada.

Nada comparado como quando comecei a ver wrestling, há uma década. Goste-se ou não deles, quando apareceram Umaga, The Great Khali, Sheamus, Jack Swagger, Alberto del Rio, The Shield e Rusev, criaram impacto e semana após semana foram mostrando coisas novas. Impressionaram. Porquê? Porque antes, mesmo noutras promotoras ou nas plataformas de desenvolvimento, não estavam tão expostos. Hoje, creio que é praticamente impossível.






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