sábado, 24 de outubro de 2015

Como vai a FPF encarar os Jogos Olímpicos?

Ronaldo, Patrício e Pepe seriam úteis no Rio de Janeiro
Ainda falta praticamente um ano, mas é já com alguma expetativa que os portugueses aguardam pela quarta participação da Seleção Nacional em Jogos Olímpicos (após 1928, 1996 e 2004), no Rio de Janeiro. Primeiro, porque raramente o futebol integra a comitiva lusa neste evento, e depois, porque o estatuto de finalista do Europeu de sub-21 deste ano, dá direito a sonhar.

A base da equipa deverá ser a mesma que só foi travada pela Suécia nas grandes penalidades da final de Praga, contudo, existem várias atenuantes a ter em conta. Para início de conversa, apenas poderão ser convocados 18 atletas, em detrimento dos habituais 23 das grandes competições. Desses 18, quinze terão de ser nascidos de 1993 para cá, o que exclui os nomes de Daniel Fernandes (não problemático pois era habitual suplente e só serão chamados dois guarda-redes), Paulo Oliveira (titularíssimo), William Carvalho ( o melhor jogador do tal Europeu) e Sérgio Oliveira (capitão mas atualmente sem calçar no FC Porto).


E ainda há, claro, um lote de três futebolistas que podem ter qualquer idade. E é aqui que se levantam as principais questões. Como vai a Federação Portuguesa de Futebol encarar esta competição?

Se Rui Jorge e os dirigentes da FPF quiserem ser justos, e tiverem em conta o contributo dado pelos jogadores na caminhada até ao Rio, Paulo Oliveira, Sérgio Oliveira e William Carvalho deverão ser os escolhidos. Apenas por uma questão de justiça, pois nem se pode falar no aproveitamento de rotinas, uma vez que estes jogadores vão passar toda a temporada 2015/16 sem sequer se treinarem juntos.

Ou então, se a FPF quiser ser ambiciosa, tentar chegar até às medalhas (e porque não a de ouro?), terá de olhar para os melhores jogadores que tem à disposição. E aí, o nome de Cristiano Ronaldo é inevitável. Pode até chegar aos JO-2016 cansado de uma longa temporada que inclui Campeonato da Europa, mas caramba, é o melhor jogador do mundo (ou um dos dois melhores, vá) e seria certamente um grande acréscimo à Seleção num torneio essencialmente sem jogadores com muita experiência. É, também, uma oportunidade para o avançado do Real Madrid igualar… Lionel Messi, campeão olímpico em 2008 pela Argentina.

Sobre uma das vagas estamos conversados. Para as restantes, ainda que isto até ao final da época possa dar uma grande volta, sugiro Rui Patrício e um dos centrais da Seleção AA. Porquê?  Porque José Sá (Marítimo) e Bruno Varela (Valladolid) não jogam nos respetivos clubes, estão a ver a sua evolução ser estagnada e é fundamental que Portugal se apresente com um guarda-redes que jogue e que seja experiente. E o melhor dos guardiões lusos é, neste momento, o que defende o Sporting.

José Fonte atravessa grande momento de forma
Quanto à questão do central, creio que seria uma forma de colmatar uma lacuna entre o lote de quinze jogadores nascidos em 1993 ou depois: Nem Tiago Ilori (Aston Villa), Tobias Figueiredo (Sporting), Edgar Ié (Villarreal) ou Rúben Vezo (Valência) são titulares nos seus clubes. Rui Jorge deve, por isso, aproveitar para incluir um central com experiência, para que possa comandar a defesa e tornar o setor mais forte. Tanto Pepe, Bruno Alves, Ricardo Carvalho e José Fonte preenchem os requisitos, mas por ser o quarto na hierarquia e, em minha opinião, o melhor central português da atualidade, apostaria no atleta do Southampton.

E então e quem é que substituiria William Carvalho e Sérgio Oliveira? Acredito que Portugal, neste momento, tem opções para essas posições. Rúben Neves tem-se vindo a assumir como titularíssimo no FC Porto, podendo assim interpretar a posição 6 que era do médio do Sporting. Quanto ao posto do ex-pacense, tem em André Gomes, que falhou o Europeu de sub-21 devido a lesão, o dono ideal. E ainda há Bruno Fernandes, habitual primeira opção na Udinese.

A presente temporada tem ainda trazido boas novidades: João Cancelo tem sido titular no Valência e Gelson Martins e Gonçalo Guedes têm ganhado espaço no Sporting e Benfica, respetivamente.

Caso estejam todos disponíveis, o céu é o limite.






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